6 de setembro de 2021

Férias (V) - O Algarve e a inquietação.


   Fica desde já prometido que esta é a minha última publicação sobre umas férias que começaram nas Canárias, passaram pela Finisterra e terminaram, como vem sendo habitual desde há uns anos a esta parte, no Algarve, em Vilamoura, onde estive praticamente quinze dias. E já temos planos para uma viagem, no final de Outubro, a Roma, Florença, Atenas ou Amesterdão, que o M. ainda tem quinze dias por gozar. Tenho andado a pensar acerca da cidade a escolher, com ligeira preferência pela capital italiana.

   Cada vez se torna mais difícil para mim ir a Portugal. O único que me liga àquele país é a minha mãe, e eu diria também o meu pai (porque fica bem), se bem que, em verdade, há anos que não lhe ponho os olhos em cima. Falamos diariamente pelo chat. Não necessito de mais.

    O Diesel ficou no apartamento. O M. cuidou dele como pôde, que a vida de um médico com plantões de 48h não lhe permite muito mais. Levava-o a passear quando chegava a casa ou nas horas mortas, uma a duas vezes por dia, o que é pouco. O cãozinho também é outra fonte de preocupações quando me ausento, e a última vez fora há precisamente um ano. Não o deixei de novo no hotel para animais porque o M. me garantiu que ele ficava bem. E ficou. Alguma solidão passou, mas ficou bem, na sua casa, na sua cama.

    Quando estou , a cabeça e o coração ficam cá. A sensação, ao regressar, é a de um dever cumprido, e é assim que encaro todas as minhas idas a Portugal. Não é um prazer. É um dever. Um dever que, espero, só se imporá de novo dentro de um ano. Agora, quero desfrutar de novo da minha casa, do Diesel e do M., que tanto me necessitam e que são, em rigor, a minha família.

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