28 de dezembro de 2018

Ben is Back.


   De regresso ao cinema, após a pausa para as frequências, com um filme que me ficou sob a mira após assistir ao trailer. Ter Julia Roberts no elenco principal ajuda, ajuda muito.

   O filme mostra-nos 24 horas da visita de Ben à família, para passar o Natal, vindo do centro de desintoxicação. Nesse curto período de tempo, Holly, a mãe, descobre mais sobre o filho do que em anos. Várias revelações vão surgindo, até, inclusive, a de uma troca de favores sexuais com um professor, visando obter dinheiro para a droga ou para o pagamento de dívidas a ela associadas.

   Mais um filme sobre adição, como Beautiful Boy, o último que tinha visto. Difícil não fazer um paralelismo com este. Beautiful Boy é mais impactante do ponto de vista visual, mais dramático; Ben is Back, talvez por se passar no Natal, que é um filme natalício, retrata o mundo das drogas mais sob o prisma de um dealer, que também é consumidor, e que, mesmo sem o querer, envolve a mãe numa busca incessante pelo seu cão, furtado como forma de retaliação, após uma investida sobre a sua casa. O realizador, Peter Hedges, que por acaso é pai do actor principal, Lucas Hedges, poupou-nos à degradação física e psíquica dos toxicodependentes, muito embora a cena final seja de uma angústia total. Duas maneiras de abordar o mesmo assunto, comungando, ambas, de uma cena de overdose.



   Também, uma vez mais, e numa semelhança com Beautiful Boy, o realizador mostra-nos um rapaz amigo da família, brincalhão, quando limpo. E Roberts, aquela progenitora, bem como em Beautiful Boy, que no caso era o pai, é uma verdadeira mãe-coragem, destemida, impiedosa, quando é caso - atentem no diálogo com o pediatra dos filhos. A raiva está lá, mitigada pela coragem e pela obstinação em não abandonar o filho que tanto dela precisa. Holly culpa-se, ainda, pelo divórcio, indagando-se se o mesmo não terá influenciado, de alguma forma, o comportamento de Ben. Sem descurar o ambiente que os envolve, Holly é confrontada com a realidade, dramática, dos toxicodependentes, quer nos amigos do filho, quer nos locais que ele frequenta. Um retrato de uma realidade com a qual, sociedade, convivemos.

    Uma palavra para Lucas Hedges, que teve um desempenho à altura da classe de Roberts.

6 comentários:

  1. Também gostei muito do filme :)

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  2. Gosto sempre de ler as cronicas cinematográficas mas tens que ter cuidado com os spoilers Mark ;)

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    1. Desculpa! Às vezes, nem sempre é fácil contorná-los, mas prometo que, de hoje em diante, serei mais cuidadoso.

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    2. Tranquilo, foi só um reparo, acho que já tinha pensado isso em outro post mais antigo mas não te tinha dito nada :)

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    3. Mas deves dizer sempre qualquer coisa. :P

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