7 de outubro de 2018

Aulas.


   Devem estranhar não ter notícias minhas há uma semana, não? Talvez não, talvez sim. Em todo o caso, eu avisei que seria assim. Como tenho andado? Bem. Numa azáfama. Apanho os transportes, corro para as aulas, compro os livros, os códigos, vou para a sala de estudo, resolvo casos. O expectável. Os dias têm sido passados na faculdade, literalmente, cuja sala de estudo está aberta 24h sobre 24h, 7 dias por semanas. Uma reivindicação antiga, que se viria a concretizar algures durante estes três anos de ausência. Como me sinto? Bem! O que é difícil, tratando-se de alguém que raramente está bem. Sinto-me… normal. Poucas vezes me tenho sentido normal, pelo que sou, pelas vivências que tive, enfim, por um manancial de factores. Sem me querer repetir, mas já o fazendo, tenho um dever, um compromisso. O que me faltava. O que já tive e que perdera, e tê-los perdido fez-me dar-lhes outro valor.

  Voltar à faculdade fez-me ver o que realmente importa. O meu futuro está por lá, e em alguém como eu, com tantos anticorpos e com tanta gente a querer mal, não há nada melhor do que me focar no essencial. Acreditem, não é mania da perseguição. Há quem a tenha, de facto. Gero muitas antipatias, por motivos que nem eu compreendo bem. Não costumo ser mal-educado ou desrespeitoso. Afrontarei, e nisso acredito, com as minhas posturas, atitudes e convicções. Não estamos preparados, não num país comezinho como Portugal, para lidar com quem nos faz frente ou discorda de nós. Temos um deficit democrático gigante.  A parte boa disto tudo é que não preciso dos meus caros inimigos para nada. Quando muito para poder dizer, de peito cheio, que os tenho. Só tem inimigos quem alguma importância tem. E, acreditem, os meus já se contam pelos dedos das duas mãos.

  O blogue continua a merecer-me a maior das atenções. Prova é que já me sentia mal por remeter-me a uma ausência que, ainda que curta, me incomodava. É bem provável que, nos próximos dias, regresse em cheio com um enquadramento jurídico inspirado num caso recente - aliás, mais do que recente: do dia -  que tem ocupado páginas e páginas de jornais. Até lá!

8 comentários:

  1. Eu não tenho inimigos, tenho alguns fãs revoltados ehehehehehehehhe

    Bom estudo, já se adivinha de quem irás falar... Dos juízes de bancada, orçamentistas nas estradas quando há um acidente e dos mesmos treinadores de sofá... Tanta gente que trabalha, mas que só ganha 585 euros por mês...

    Tsk Tsk Tsk Somos um povo muito bom (risos)

    Abraço amigo

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    1. Adivinha-se do que irei falar, mas não com essa ligeireza. Fá-lo-ei num enquadramento jurídico.

      Talvez “inimigos” seja pesado demais. Tenho “haters”. Gentinha.

      um abraço.

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  2. Tudo isto faz parte da vida nos tempos modernos. Não se apoquente. O que importa é que estás aqui.

    Beijão

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  3. Voltar a estudar é algo que, uma vez trabalhando, nunca mais pensei em fazer.... A procura de emprego e a visão do futuro de alguns colegas que estudaram mais do que eu mostrou-me que em Portugal ainda vigora muito a boa e velha cunha. Queremos ser mais "inteligentes" num pais onde quem se saí melhor não é inteligente, é "esperto"....

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    1. Somos um país de compadrios. Já vem de tempos antigos.

      O estudar não ocupa lugar, e as qualificações nunca são em excesso. Mesmo que não ajudem na carreira, pelo menos ficamos mais cultos.

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  4. Creio que só angariam más vontades as pessoas que se preocupam em marcar a diferença com as suas existências e formas de ver a vida, e que, por isso mesmo, atraem forças menos positivas.
    Existirão sempre e terá de contar com elas. Existem em qualquer sítio para onde vá, ou para onde quer que se vire ... são omnipresentes!
    Deve contar sempre com estas entidades para que possa estar preparado e consiga responder, caso seja importante, doutra forma, ignore ... "os cães ladram, mas a caravana passa".

    Tenho prazer em lê-lo, como sabe, e gosto da sua "companhia", mas se a sua vida de trabalho lhe merece maior atenção ... esta última deverá sobrepor-se, se gostar dela o suficiente.

    O trabalho inteletual na nossa formação académica ou pessoal pode ser feito por várias razões, quer porque nos pode ser obrigatório, no intuito de conseguir uma carreira, ou porque achamos que é importante para conseguir ser-se considerado culto, ou porque é algo tradicional na família (o bisavô, o avô e o pai foram engenheiros, nós também teremos de obedecer à tradição) ou, por exemplo, porque fazemos algo que gostamos muito.
    Há tantas razões para fazermos as coisas, eu considero sempre que se fizermos algo que gostamos, o trabalho deixa de ser trabalho e passa a prazer, o qual, ainda por cima, é pago!!!!
    É a forma mais interessante de se fazer algo na vida, e quão poucos são os que o conseguem! Por isso estamos sempre a depararmo-nos com gente amarga e insatisfeita, porque, o que fazem, "sai a ferros".
    Gente amarga e insatisfeita tornam os ambientes à sua volta em infernos, e infelizes as pessoas que os rodeiam.
    Fuja desta gente ... são aquelas forças negativas que mencionei no início deste comentário.

    Continue com a sua vida da forma como lhe der mais prazer, o futuro agradece e as pessoas que o rodeiam também!
    Uma boa semana
    Manel

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    1. Quer saber uma coisa, Manel? Estes três anos afastado levaram-me a gostar mais do curso e a valorizá-lo mais. Há que tirar sempre, sempre, uma vantagem qualquer dos desaires. Há sempre algo bom, por menor que seja.

      De certa forma, sou também amargo e insatisfeito, com o desejo, porém, de não o ser um dia. E tenho algo bom: só me viro contra os culpados da minha amargura. Poupo quem não tem nada com isso.

      Fazer algo de que goste será, no limite, o meu objectivo. Não sei se em Direito, se não. Não sei. É uma incógnita. Por enquanto, sei que o curso me interessa mais, não sabendo se isso será o suficiente.

      Obrigado, Manel.
      Uma boa semana.

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