Fui aconselhado, e resolvi seguir a sugestão que me foi feita. Antes de começar, quero dizer que me mantenho no meu juízo perfeito, ou, se tanto, no que tinha. Não passo os dias no cinema, se bem que tenho ido mais nestas semanas do que em toda a minha vida. Acredito que é uma fase, temporária, e que prontamente estarei restabelecido, até porque começo a ficar fatigado de tantas reviews. Esta será a última. Os Oscars estão aí.
Daqui por diante, poderei pontualmente dedicar algumas palavras às minhas estreias, mas não com esta frequência. Nos próximos tempos não falarei em filmes. É uma promessa que faço a mim mesmo.
Daqui por diante, poderei pontualmente dedicar algumas palavras às minhas estreias, mas não com esta frequência. Nos próximos tempos não falarei em filmes. É uma promessa que faço a mim mesmo.
De todos os filmes a que tenho assistido, Manchester by the Sea é, de longe, o mais cru. Supera Moonlight em adversidades, em amargura, na demonstração do quão injusta a vida pode ser. Casey Affleck incorpora um homem sofrido, revoltado, para quem a morte seria a absolvição que o libertaria do remorso. A história passa-se na pequena cidade homónima de Massachussets, no Inverno. A câmara passeia-se pelo mar frequentemente. Assistimos, em cenas intercaladas, à vida de Lee em família, aos momentos descontraídos com o irmão e o sobrinho, e à realidade com que se depara, lancinante.
É um filme denso. A atmosfera é muito pesada, nebulosa. O realizador recorre a planos com pouca acção, quase estáticos, fazendo sobressair assim a sisudez das personagens. Os sorrisos, parcos, são tímidos. Pressente-se a dor. Está omnipresente ao longo das mais de duras horas, e só no final vislumbramos o prenúncio do que poderá ser um renascer de esperança nas existências sofridas de tio e sobrinho. Constatei a sensibilidade de Kenneth Lonergan na abordagem daquelas experiências traumatizantes. Elas cruzam-se. Lee é um homem destruído. Parece um autómato quando tem de lidar com qualquer reacção emocional sua ou de terceiros. Reage friamente aos estímulos, porque pouco de si sobreviveu à tragédia. Não há espaço para amar ou para se integrar. Impera a suspeição, a autodestruição, o desgosto.
Gostei muito. Se levar o Oscar de Melhor Filme, não será mal entregue. Faz-se mister, sim, que Casey Affleck leve o de Melhor Actor. Foi assombrosamente convincente.
Tive sorte, porque o filme (ainda) está em exibição no ECI e no Amoreiras, por Lisboa. Aconselho, portanto.
É um filme denso. A atmosfera é muito pesada, nebulosa. O realizador recorre a planos com pouca acção, quase estáticos, fazendo sobressair assim a sisudez das personagens. Os sorrisos, parcos, são tímidos. Pressente-se a dor. Está omnipresente ao longo das mais de duras horas, e só no final vislumbramos o prenúncio do que poderá ser um renascer de esperança nas existências sofridas de tio e sobrinho. Constatei a sensibilidade de Kenneth Lonergan na abordagem daquelas experiências traumatizantes. Elas cruzam-se. Lee é um homem destruído. Parece um autómato quando tem de lidar com qualquer reacção emocional sua ou de terceiros. Reage friamente aos estímulos, porque pouco de si sobreviveu à tragédia. Não há espaço para amar ou para se integrar. Impera a suspeição, a autodestruição, o desgosto.
Gostei muito. Se levar o Oscar de Melhor Filme, não será mal entregue. Faz-se mister, sim, que Casey Affleck leve o de Melhor Actor. Foi assombrosamente convincente.
Tive sorte, porque o filme (ainda) está em exibição no ECI e no Amoreiras, por Lisboa. Aconselho, portanto.
Mark, como último esforço, sugiro-lhe o "As asas do desejo", como referiu a Margarida.
ResponderEliminarSeria uma magnífica apoteose cinéfila.
É um filme que muito raramente se encontra em cinema.
Beijinhos :)
Bela sugestão. :)
Eliminarum beijinho, Magg.
Com uma sinopse desta como não desejar assistir. Entrou em minhas prioridades absolutas. Pelo descrito tem tudo para deslumbrar o Bratz.
ResponderEliminarBeijão Mark
Seguramente que será do seu agrado, amigo Paulo. :)
Eliminarum abraço grande.
A ver se o vejo ainda hoje. Quero igualmente ver o Moonlight, e com esse juntar aqueles que para mim foram os 3 filmes favoritos na corrida aos óscares deste ano. :)
ResponderEliminarPois, eu não vi todos os nomeados na categoria de "Melhor Filme". Paciência.
EliminarObrigado pela dica, os meus próximos quero ir ver as 500 sombras e a muralha lololol :) se te interessar algum, avisa...
ResponderEliminarFaz muito bem ir ao cinema, sempre te distrais e não pensas em tretas.
Se eu pudesse iria todos os dias ao cinema :)
Grande abraço amigo
Temos de combinar um cineminha, Francisco. Depois dou-te uma apitadela. :)
Eliminarum abraço grande.
Pode ser uma fase, mas pelo menos é um objectivo. Mantém-te assim, activo, só faz bem às células cinzentas.
ResponderEliminarAbraço
PS: O Óscar já é teu, por me aturares.
Eu tenho muito para exercitar as células. :)
EliminarGostei do post scriptum. (risos)
um abraço, amigo.
ainda bem que seguiste a minha sugestão. excelente crítica. a estatueta ficará bem entregue se for para ele.
ResponderEliminarbjs.
Obrigado, Margarida.
EliminarSim, muito bem entregue.
um beijinho.
Olá!
ResponderEliminarCredo, tu arrebita-me homem! Toca a energizar isso tudo - filmes tristes é que não! =D
Beijinhos e porta-te mal!! ;)
Eu gostei muito, mas realmente não saí nada animado. Nada mesmo.
Eliminarum grande abraço.
Gostei do filme, demasiado longo e queria mais um pouco de tempo de antena para a Michelle Williams que esteve brilhante!
ResponderEliminarSim, talvez longo demais. Senti isso.
EliminarE sim, poderiam tê-la deixado voar...