7 de fevereiro de 2015

O Meu Nome é Alice.


   Fevereiro tem registado bons níveis de precipitação. Verifiquei-o ao constatar que todas as minhas saídas têm sido agraciadas pelo dom da chuva. Sexta-feira não foi excepção.

    Muito embora não seja um seguidor atento do que vai saindo na sétima arte, ontem, persuadido por um amigo, aceitei o convite - em plena Avenida de Roma - para irmos ao cinema. A escolha recaiu sobre O Meu Nome é Alice, no Monumental. Tratando-se de filmes, o meu lado dramático não deixa margem para outras escolhas. Gosto, sobretudo, de enredos familiares e de histórias que toquem o meu lado mais sentimental. Não querendo descortinar nada para quem ainda não viu, o filme estreou muito recentemente, aborda a vida de uma professora universitária norte-americana, ou estadunidense, como preferirem, que se vê a mãos com uma doença neurológica degenerativa. Na senda de A Paixão de Cristo, de 2004, em que o realizador preferiu focar a agonia do Messias, poder-se-ia dizer que O Meu Nome é Alice debruça-se, primeiramente, nos sintomas da dita doença, e depois em todo o processo que culmina na apatia total da doente. A interpretação da actriz principal, Julianne Moore, é inenarrável. Não será um filme dinâmico; na verdade, centrado na doença e nos seus efeitos, na repercussão que tem no seio de uma típica família americana. Por isso mesmo, os momentos estáticos são uma constante.

    Pela hora de jantar, experimentei sushi. Iniciante. Não fui muito convencido, mas sim entusiasmado. Surpreendeu-me. Come-se. Não fiquei fã confesso, não posso dizer que serei frequentador assíduo de restaurantes japoneses. Inovei. O sabor é característico. Pensei que sentiria o peixe cru. Não. Pelo contrário. Com aqueles molhos, sente-se algo frio, um sabor a maresia, sim, conseguindo, falo por mim, esquecer de que se tratava de um alimento não cozinhado. Confeccionado, claro, à sua maneira. Consegui comer um pouco de carne, vaca e frango, a primeira de sabor muito duvidoso. Não me peçam nomes, que não registei nenhum. Também tinham um arroz com ervilhas e não-sei-o-que-mais, o que serviu para consolar o estômago. Saí-me surpreendentemente bem com os pauzinhos. Há anos que não pegava nuns.

     Terminei a noite num dos miradouros que não conhecia - Miradouro da Senhora do Monte. A vista sobre Lisboa é encantadora. Nunca antes tinha visto a cidade de uma ponta à outra. 
       Recomendo, assim como o filme e, já agora, o sushi.

22 comentários:

  1. Gosto deste Mark! Não sei se me consigo entusiasmar muito com o filme... até porque é um drama e neste momento dramas... já tenho muitos, mas acredito que seja excelente (tendo em conta as nomeações para os prémios que teve). Sobre o sushi, bem, quando experimentei também não gostei nada (ou em bom rigor, não fiquei muito seduzido), mas depois com o tempo passei a gostar e a adorar. Hoje sou um cliente assíduo!

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    1. Bom, escrevo rotinas que considero interessantes de constarem da rubrica "Diário". :) Nós somos um conjunto de factores vários, vivências, estados de alma.

      O filme corresponde ao que gosto. Não gosto de ficção.

      O sushi, pois, poderia voltar... Tudo dependerá do contexto. Não fiquei apaixonado.

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    2. Sushi, primeiro estranha-se e depois entranha-se. Da primeira vez que comi, limpei com os amendoins todos do bar onde fomos em seguida tal era a fome com que fiquei.
      Agora gosto muito. Não adoro mas gosto muito.

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    3. Por acaso não fiz má cara. A minha reacção foi bastante normal.
      Bom, era buffet. Repeti e até fiquei bem. :)

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    4. Sobre a questão do "Mark" do teu primeiro comentário... bom, gosto mais deste Mark (de ti) porque me pareceste mais feliz a escrever este texto. Só isso ;)

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    5. Namorado. :) Eu apaguei o que escrevi porque depois percebi que te referias a mim, foi por isso. Além de que disseste que não gostavas deste tipo de filme. Vi que o comentário não fazia sentido, dado que te referias a mim, e apaguei a minha resposta.

      Obrigado. :)

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  2. Comida Japonesa é algo que realmente aprendemos a gostar, acho que poucos realmente se deixam seduzir de inicio, mas se vai uma vez, outra vez, daqui a pouco estamos pensando em comer "aqueles pneuzinhos", como diz minha mãe, para quem aos poucos vou apresentando a culinária japonesa também! Da última "aula" ela experimentou, muito desconfiada, sashimi... venceu o preconceito com o peixe cru! Mas ainda não quis repetir. Minha irmã ainda resiste, quase sempre olha e exclama... Se isso tivesse frito!!! ;-)

    Ah! Esse filme... sinto que lágrimas vão rolar! Já me pegou pelo trailer...
    Então... a um ano atrás eu recebi um desses diagnóstico que nós dão um chacoalhão na vida, no meu caso, altas chances de sucesso dos tratamentos conhecidos e o diagnóstico precoce, possibilitaram que eu hoje eu esteja bem! Mas nessas horas nos damos conta quanto o momento é preciso e precisamos vivê-lo... Valeu pela indicação!

    Engraçado, segunda vez essa semana que essa questão do "tempo", do "momento", me passa aos olhos...

    Grande abraço para ti! :-)

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    1. Eu gostei. Lá está, não é aquela cozinha que me leve à loucura, mas apreciei de imediato - o meu amigo estranhou, inclusive (ele também foi "primeiro estranha-se, depois entranha-se").

      Eu comi sashimi (agora lembro-me de o meu amigo mencionar esse nome)! E fui MESMO ao peixe cru. Sem pudor e sem mergulhar no molho. :)

      O filme é interessante para quem gosta de dramas. O meu amigo choramingou no final. Acaba de forma, humm, não diria trágica, mas intensa. Vê!

      um abraço enorme, amigo Latinha.

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  3. Eu não ligo muito não a comida japonesa. Eca, rs. O filme eu ainda não assisti mas parece ótimo, gosto desse enredos familiares também.

    Abraços, Mark!

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  4. E, quem foi a companhia para as 3 coisas?

    Hein?

    Tu conta-nos tudo ;)

    Abraço amigo Mark

    P.S Ainda não vi o filme, ando numa de comédias. Não gosto de Suchi e quanto ao Miradouro. É lindooooooooooooooooooooo

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    1. Foi um amigo. :)

      Se gostaste desta review, vê o filme.

      O miradouro é, de facto, incrível. Vista excelente e de noite melhor ainda.

      um grande abraço.

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  5. Ainda não vi o filme (mas quero ver), não gosto de comida japonesa e o miradouro da Senhora do Monte é, para mim, o mais bonito de Lisboa. Experimenta ir tomar uma bebida no bar da Hospedaria que ali está, no último piso - fabuloso.

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    1. Obrigado pela sugestão, João. :)

      Eu fiquei... encantado com o miradouro.

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  6. eu vi a apresentação do filme e quero ler o livro. ah, a avenida de roma... :) pudesse eu morar lá... adoro essa zona.
    um belo passeio, uma vista maravilhosa. Lisboa é linda.
    bjs.

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    1. É um filme bastante emotivo. :)

      Sim, foi um belo dia, assombrado, no final, por uma notícia menos boa. Tratarei disso no próximo post.

      um beijinho, Margarida.

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  7. gostei das indicações. soube do filme, fiquei na vontade de assisti-lo!
    e sushi, vou tentar me aproximar mais uma vez rs
    uma companhia banaca as vezes faz diferença!

    abraço imenso.

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    1. O filme é realmente interessante. A companhia ajuda ao dia. :)

      O sushi... pois. Posso repetir a experiência que não me importarei.

      um abraço grande.

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  8. Quase de certeza absoluta que adoro o filme.
    Se antes de conhecer tais enfermidades já gostava de todos aqueles que procuram transmitir o que se passa no interior do ser humano...

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    1. Sim. No meu caso também, uma vez que o meu avô padeceu de uma doença degenerativa.

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  9. Francamente não gosto nada de sushi. Já experimentei vários mas não consigo mesmo. lol

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