As aulas terminaram na sexta, não sem a entrega de um relatório a ser corrigido durante a época festiva. Já saí da faculdade tardíssimo, dado que estive a conversar com um professor. Descobri que a faculdade está sempre aberta, de noite, vinte e quatro sobre vinte e quatro horas, de portas fechadas para o exterior. Há professores que ficam lá dentro... Há quatro anos que lá estou e só agora o soube. Curioso.
O Natal será com a mãe e o meu irmão. Apenas os três. À semelhança do ano passado, a mãe atendeu ao meu pedido de não nos juntarmos com qualquer outro familiar, a não ser a minha irmã, que por sua vez passará com a família do marido.
Lá tive de lhes comprar uns presentes. Não que desgoste presentear os que me são mais próximos. Nada disso. Apenas pelo simples facto de querer, este ano, e pela primeiríssima vez, evitar centros comerciais.
Lá tive de lhes comprar uns presentes. Não que desgoste presentear os que me são mais próximos. Nada disso. Apenas pelo simples facto de querer, este ano, e pela primeiríssima vez, evitar centros comerciais.
Passei pelo El Corte Inglés. Para o meu irmão, comprei um perfume. À mãe, um relógio. Ela gosta e tem imensos. Animou-me andar por lá, sentir a azáfama, a alegria das pessoas. Ouvir, inevitavelmente, as suas conversas nos elevadores, nos corredores. Muito embora me sentisse só. Por momentos, tinha setenta anos. Já não era jovem, agradável à vista, não suscitava qualquer reacção nos outros, preparando-me para uma consoada vazia. Recordava-me de amigos falecidos, alguns da blogosfera, e era tolhido por uma dor e uma solidão devastadoras. Parecia um pesadelo desperto. Tive de molhar o rosto e acalmar-me um pouco.
Um livro é sempre um bom amigo. Nada queria comprar para mim. Entretanto, vi um livrito historiográfico, A Vida na Corte Portuguesa, de José Barata, que me interessou.
O balcão dos embrulhos, este ano, ficou no piso térreo, por fora. Uma moça fez-me os embrulhos e reparou que não estava muito bem. Perguntou-me, num assomo de atrevimento/compaixão: "Que cara é essa?". Apenas consegui sorrir. Achei despropositado dizer algo. Não faria sentido.
Lanchei no piso superior e depressa voltei para casa. Depositei os presentinhos aos pés da árvore.
Será um Natal no recato do lar.
Um livro é sempre um bom amigo. Nada queria comprar para mim. Entretanto, vi um livrito historiográfico, A Vida na Corte Portuguesa, de José Barata, que me interessou.
O balcão dos embrulhos, este ano, ficou no piso térreo, por fora. Uma moça fez-me os embrulhos e reparou que não estava muito bem. Perguntou-me, num assomo de atrevimento/compaixão: "Que cara é essa?". Apenas consegui sorrir. Achei despropositado dizer algo. Não faria sentido.
Lanchei no piso superior e depressa voltei para casa. Depositei os presentinhos aos pés da árvore.
Será um Natal no recato do lar.
Que o passes bem e que passe rapido ;)
ResponderEliminarSabes, amigo Shiver, eu ainda gosto do Natal, de ver as luzinhas, os enfeites. Eu gosto da época, sinceramente. Só lamento ser o oposto do que eu queria.
EliminarOs dias são longos e cansativos.
Com família é sempre bom amigo :)
ResponderEliminarLaços de sangue e sempre te distrais por momentos
Mera opinião, de alguém que tem a mania de dizer coisas e não ficar calado
sorry
abraço amigo
Eu não ligo muito a essa teoria dos "laços de sangue". Mas nem se trata disso. Trata-se de querer sossego. Sou introspectivo. Estou melhor com poucas pessoas.
EliminarNão te intrometes em nada, ora essa. Que disparate. :)
um abração!
Um Bom Natal para ti, Mark.
ResponderEliminarBom Natal, João, na medida do possível. Sei das tuas perdas nesta altura do ano, o que atinge a quadra, evidentemente.
EliminarO meu também será a sós com os pais. E chega. Também não gosto de confusões. Apesar de aproveitar para visitar a minha família nesta altura, não dou nada a ninguém. Apenas vou ver como estão e apreciar uma filhós que se faz em cada casa, que nada deixa as pessoas mais felizes que apreciarmos o seu trabalho...
ResponderEliminarA mãe compra os doces já feitos. Encomenda-os numa pastelaria. Claro que caseiros serão muito melhores.
EliminarÉ... não há nada como o recato. Prefiro assim. Afinal, e o gostar da quadra não a torna imune a críticas, há uma hipocrisia tal... Vejamos, a família reúne-se. Não seria suposto reunir-se várias vezes ao ano? Há pessoas que guerreiam todo o ano, estabelecendo umas tréguas pelo Natal, retomando as hostilidades em Janeiro.
Qualquer evento de final de ano passo a véspera sempre com minha família. Nunca passei em uma festa com amigos e confesso que não tenho tanta vontade assim, talvez, apenas este ano eu mude de ideia porque passarei o Ano Novo longe da minha família pela primeira vez.
ResponderEliminarÉ engraçado ler os seus textos, dá vontade de sentar do seu lado e ir te acompanhando nas trajetórias... Rs
Abraço! Feliz Natal!
Eu costumava, "quando tinha uma família unida", passar o réveillon fora, em hóteis, sobretudo, que geralmente organizam festas interessantes. Desde aí, só em alguns anos. O Natal, tendencialmente, sempre foi em família, mais ou menos alargada.
EliminarMuito obrigado, Eros.
um abraço! Feliz Natal!
eu também passo com a família mais chegada e aqueles que eu mais amo. e não somos muitos. os suficientes para um natal tranquilo.
ResponderEliminareu este ano pensei em dar menos presentes, mas depois comprei uns livros e adorei oferecê-los. a minha colega abriu-o na sala e já o leu e gostou. e também ofereci à minha chefe. ela não estava à espera, já que foi a primeira vez nestes anos todos. gostou do gesto. isso é importante. eu gosto dela, como pessoa e como dirigente.
feliz natal, Mark, com amor e sossego e saúde :)
Só ofertei mesmo a mãe e o meu irmão. E mesmo assim saiu caro no meu "orçamento". É mais pelo valor simbólico, muito embora quisesse presenteá-los com algo que fosse do seu agrado. Creio que escolhi bem.
EliminarFeliz Natal, Margarida.
um grande beijinho.
Bolas Mark. Só me apetece bater-te. Não te imaginava assim tão soturno mas acredito que tens as tuas razões. Vá, anima-te um bocadinho. Um Feliz Natal amigo. Abraços
ResponderEliminarSão fases. Sou assim por natureza, mas tenho fases. :)
EliminarEstou bem. :D
um abraço grande e votos de um Feliz Natal!!
Mark, me gustaría hablar contigo acerca de iberismo.
EliminarA que firección te podría escribir?
Me ha gustado mucho algunos comentarios que has escrito.
Saludos, amigo.
Olá!!
EliminarClaro, com todo o gosto. Poderá escrever-me para o seguinte endereço: asaventurasdemark@hotmail.com
Cumprimentos!
Eu sei que o natal dá para deprimir um pouco, por isso toca de ir ver uma comédia romântica para alegrar um pouco :) abraço !
ResponderEliminarHehe, que esta época é propícia a filminhos romântico-cómicos. :)
Eliminarum abraço!!
A solidão é fantástica pois permite-nos enlouquecer de tal maneira que começamos a compreender o porquê daquelas crueldades que não percebíamos quando sentíamo-nos bem, nestas alturas apelidávamos de «loucos/psicopatas» sem saber esse significado, mas com a solidão começamos a perceber tudo. Entramos numa nova dimensão.
ResponderEliminarFernando
Ainda não terei chegado a essa dimensão, mas percebo o que quer dizer.
EliminarEu em 2014 tive de ir fazer compras tanto no dia 24 como no dia 31 ao Norteshopping e digo-te: jurei que nunca mais! xD
ResponderEliminarNunca me tinha dado para ir fazer compras de Natal e de fim de ano tão tarde, mas com tudo o que tive para fazer enstes últimos meses, a verdade é que só agora tive tempo para tal. Assim, levei com aquelas "catrefadas" de gente aos empurrões, filas intermináveis, agrupamentos de pessoas - pareciam "cordeiros", a andar de lado para outro - insultos, discussões, enfim, um horror. Só fiquei bem quando por fim cheguei a casa e me libertei daquele barulho e daquela confusão. :P
Abraço :3
Pois, discussões, empurrões e mais desses "ões" dispenso, mas até que gosto da azáfama natalícia dos últimos dias. Gosto da movimentação, de ver e sentir a alegria das pessoas, ou simplesmente o quotidiano corriqueiro... :) Daí que guarde as compras para a recta final.
Eliminarum abraço.