Em Setembro de dois mil e dez, há quase três anos e meio, escrevia eu um texto, que pode ser lido aqui, onde mostrava a minha indignação perante os rituais académicos, vulgarmente conhecidos por 'praxes'. Prestes a iniciar o meu percurso académico, acompanhei uma amiga que quis ser praxada, assistindo de perto, mas à distância suficiente, ao fenómeno que tem dado que falar nos últimos dias devido às trágicas mortes dos estudantes da Universidade Lusófona na praia do Meco.
Não repetindo o que na altura disse, que se mantém na íntegra, tornei-me um pouco mais extremista, dirão alguns. Tolerância zero. Para os 'doutores' de meia tigela que submetem os alunos recém-chegados àqueles espectáculos degradantes e, naturalmente, a quem se deixa humilhar para se integrar, não sabendo as consequências que poderão advir das suas opções. Mortos que estão, o sofrimento restou para os familiares. E não sou condescendente sequer com o que muitos designam como 'ritual de integração'. Violenta ou pacífica, deveria ser proibida, sobretudo dentro das faculdades - o que ainda acontece na minha, nomeadamente. Não atinjo o nível de brilhantismo das mentes iluminadas que permitem que tais actos sejam praticados dentro de uma instituição pública de ensino superior.
Tudo me perturba. Até o próprio espírito académico que não tenho. O traje, que pensei em comprar, acabou por não passar de uma mera ideia. Não me faz falta e não vejo qualquer utilidade. Decisão acertada. Evito o primeiro dia de aulas, porque se quiser ver grupos de pinguins vou ao pólo sul ou, economicamente, ali ao jardim zoológico (que não sei se os tem), além de que o cheiro a ovos, vinho e afins só consegue ser suplantado pelo odor nauseabundo que fica entranhado no dia seguinte à conhecida festa da cerveja.
Um Secretário de Estado referiu que a tragédia do Meco é uma 'questão policial'. Não só este triste caso, não só. Outros tantos são questões policiais. Eu acrescentaria quase todos. As 'praxes' encontrarão algum suporte na figura legal do consentimento do lesado, norma civilista elencada no artigo 340º do Código Civil; contudo, tratando-se de um facto consentido que é contrário a uma proibição legal e aos bons costumes, nº 2, não se exclui a ilicitude, havendo lugar a responsabilidade civil e, inclusive, penal, estando diante de um ilícito criminal, conforme o artigo 38º, nº 1 do Código Penal. Ora, em relação ao que se passou no Meco, desconhecendo eu e todos dos contornos, não será difícil prever de que se aquelas vítimas foram constrangidas a entrar na água por um determinado indivíduo, este incorrerá em responsabilidade civil e penal, mesmo que tenha havido um consentimento efectivo ou presumido prévio dos lesados. Houve dano morte, não nos podemos esquecer disso.
Na verdade, estamos perante interesses públicos e não privados, daí que não possamos, sociedade, tolerar estes comportamentos. Eu estenderia o suporte legal a todas as 'praxes académicas', sem mais. Está em causa a paz social, os bons costumes e verdadeiros interesses públicos. O consentimento dos lesados não deveria dar cobro a estes ritos bárbaros. Dando, estamos perante uma fraude à lei. Aos 'doutores', que agem com dolo eventual ou negligência consciente ou inconsciente, dependendo da representação que façam do dano como resultado da sua conduta, aplicaria, sem reservas, as molduras penais e civis correspondentes. E se o nosso legislador admitiu que, para efeitos de consentimento, a integridade física é um bem disponível (ainda que isto possa parecer estranho a leigos), tudo se altera se atentarmos aos bons costumes (e os bons costumes legais têm pouco de moral, admita-se; referem-se aos sentimentos do permitido e proibido que regem qualquer comunidade humana). O consentimento que um 'caloiro' dará aos 'veteranos' para ser praxado configura, a meu ver, e é importante ressalvar isto, uma gravidade, podendo, em alguns casos, originar irreversibilidade, que viola os bons costumes, a paz social e a própria lei, nos de especial censurabilidade. Nestes, a auto-realização tem de ceder perante o bem jurídico integridade física. No que diz respeito ao bem vida isto nem está em causa - é um bem indisponível - e os responsáveis, se os houver, pela morte daqueles estudantes sofrerão as consequências. Discordando do ilustre penalista Figueiredo Dias, creio que uma mera ofensa à integridade física, em caso de 'praxe', ainda que consentida, viola os bons costumes, o que entendo como tal. Posto isto, proibiria contundentemente as praxes académicas, enquanto fenómeno, que vão para além de cantares e pouco mais, restringindo em muito, admito, a liberdade individual e a autonomia da disponibilidade da integridade física e da não contrariedade aos bons costumes.
Na verdade, estamos perante interesses públicos e não privados, daí que não possamos, sociedade, tolerar estes comportamentos. Eu estenderia o suporte legal a todas as 'praxes académicas', sem mais. Está em causa a paz social, os bons costumes e verdadeiros interesses públicos. O consentimento dos lesados não deveria dar cobro a estes ritos bárbaros. Dando, estamos perante uma fraude à lei. Aos 'doutores', que agem com dolo eventual ou negligência consciente ou inconsciente, dependendo da representação que façam do dano como resultado da sua conduta, aplicaria, sem reservas, as molduras penais e civis correspondentes. E se o nosso legislador admitiu que, para efeitos de consentimento, a integridade física é um bem disponível (ainda que isto possa parecer estranho a leigos), tudo se altera se atentarmos aos bons costumes (e os bons costumes legais têm pouco de moral, admita-se; referem-se aos sentimentos do permitido e proibido que regem qualquer comunidade humana). O consentimento que um 'caloiro' dará aos 'veteranos' para ser praxado configura, a meu ver, e é importante ressalvar isto, uma gravidade, podendo, em alguns casos, originar irreversibilidade, que viola os bons costumes, a paz social e a própria lei, nos de especial censurabilidade. Nestes, a auto-realização tem de ceder perante o bem jurídico integridade física. No que diz respeito ao bem vida isto nem está em causa - é um bem indisponível - e os responsáveis, se os houver, pela morte daqueles estudantes sofrerão as consequências. Discordando do ilustre penalista Figueiredo Dias, creio que uma mera ofensa à integridade física, em caso de 'praxe', ainda que consentida, viola os bons costumes, o que entendo como tal. Posto isto, proibiria contundentemente as praxes académicas, enquanto fenómeno, que vão para além de cantares e pouco mais, restringindo em muito, admito, a liberdade individual e a autonomia da disponibilidade da integridade física e da não contrariedade aos bons costumes.
Evidentemente, fora do contexto 'praxes académicas', quem quiser levar com ovos na cabeça, farinha, ser humilhado, ridicularizado, deixar-se acorrentar e agrilhoar por desconhecidos ou não, meus caros, cada cabeça, sua sentença, já diz o povo e com sapiência.
Claro que, no caso das vítimas do Meco, falta apurar se existiu algum vício da vontade que irreleva por completo o consentimento, como a coacção ou a ameaça. Compete agora à polícia toda a investigação para apurar os factos que conduzirão, ou não, a incriminações.
É de lamentar que pessoas aparentemente adultas, capazes de reger a sua pessoa, permitam que as subjuguem em nome de tradições, pouco importando se académicas ou não. Sendo sincero, talvez só a medicina e a psicologia encontrem respostas credíveis: a medicina, relativamente à maturidade cerebral; importa saber se a maioridade legal deve descer para os dezasseis (o que considero absurdo) ou aumentar para os vinte e um (que não refuto de todo); a psicologia, explicando, talvez, o que leva alguém a participar nisto, mormente por parte dos alunos mais novos. Integração? Autoestima? Aceitação pelos pares? Divertimento?
Questões que ficam em aberto.
Aqui se chama de trote acadêmico e eu sou contra também! Tradição boba, né? Eu fui calouro e nem deixei.. Acho abusivo demais e violento também. Não tou sabendo disso, mas então morreram calouros? Que triste..
ResponderEliminarAbraços!!
Sim, morreram uns quantos. É o que dá estas brincadeiras ridículas. Só que a idade de brincar às sereias já lá ia...
EliminarNão tenho muita pena.
um abraço.
Muito bem, Mark. Foi bom saber algum suporte legal acerca desta aberração.
ResponderEliminarTentei não pesar demasiado com referências legais, embora fosse impossível evitá-las.
EliminarObrigado, João. :)
Concordo com o menino. Passar para os 21 não me parece descabido. Fui praxado aos 18, em 1998, ao sair das últimas aulas da tarde. Não tive hipótese e foi uma tarde da treta. Não foi muito má, comparando com a de outros, mas foi idiota. Uma tarde desperdiçada, em quem podia ter feito milhares de outras coisas. Mas também não fui mais a nenhuma. Houve o baptismo, faltei, mesmo sob ameaça. Não estava para aquelas palhaçadas e como o meu curso, era um dos que dava mais trabalho, e como demorava por dia 5 horas em transportes públicos, nos anos subsequentes nunca liguei a praxes recepções do caloiro e afins. E sobre o traje apenas o adquiri no último ano, para ir à bênção das fitas.
ResponderEliminarPortanto, e se for preciso volto a ler tudo de novo (lolol) concordo contigo e subscrevo Mark :)
Eu não fui praxado, como é evidente, mas quase que me senti como se fosse, uma vez que pude assistir. Fui com essa amiga (que entretanto abandonou o curso) de manhã, recordando-me perfeitamente de chegar à faculdade e de sermos 'recebidos' por um grupo de 'veteranos' (soube, mais tarde, que aquele grupo que a praxou era composto maioritariamente por alunos do 2º ano, mas, visto que têm, ao que sei, de ter três matrículas para poder praxar, deduz-se que, além de estarem ainda no 2º, já tinham reprovado LOL). Pude assistir a cenas revoltantes, como relato no tal texto. Escrevi-o às oito da noite, a hora que consta. Chegara a casa pouco antes.
EliminarEu nem sei se vou à bênção das fitas. Provavelmente não. No 2º ano pedi dinheiro à mãe para comprar o traje numa loja ao início da Avenida do Brasil, mas, após mo dar, mudei de ideias e fui comprar roupa. LOL O traje não me importaria de ter. Bah, para quê? Não vivo de fotos armado em pinguim de meia tigela. :)
Ahahahah :DD
Mas tu és um miúdo com atitude LOL Tens "cara" de quem só faz o que quer lololol :P
EliminarUm gajo de traje até fica sexy... confessa lá Mark :P
Ahahah, obrigado, Namorado. :) Às vezes lá tenho de fazer coisas que não quero... :s
EliminarNão vejo mesmo muita utilidade nos trajes académicos. Mas, sim, há rapazes que ficam bem de traje, assim como raparigas. Eu ainda ponderei comprar para tirar umas fotos de recordação, afinal, o traje não tem culpa nenhuma. :D
Aluga :P
EliminarHá? Não sabia! :DD Bela ideia! Assim posso ir todo pimpão para um jardim tirar fotos, ahah. :)
Eliminareu fui praxada, não recusei, escreveram-me umas coisas na cara, umas palavras tontas, nem liguei, sim, apesar de serem humilhantes agora passados tantos anos, quem gosta de ser chamada de burra e tal? não fomos obrigados a nada, muitos recusaram-se e tudo bem. depois fomos para uma sala de aulas, tirámos os sapatos, todos ao molho à porta, os do segundo ano debitaram umas patacoadas, havia um colega com uma guedelha e barba descomunais e com um pano nos ombros fingiu que era xamã, enfim, depois acabou no fim da noite, com um jantar de grupo ao qual foram uns professores (lembro-me que foi num restaurante na Rua de S. Paulo, muito antes de ser in, fomos à discoteca também nessa zona, já não sei qual, divertimo-nos e pouco mais). No segundo ano, eu não praxei, aos poucos fui-me afastando, além de que trabalhava e não ia a encontros nem a viagens, mas aceitei que uma colega muito mais velha que nós (era o segundo curso que estava a tirar) fingisse que fosse professora e fosse dar uma aula aos caloiros.
ResponderEliminarfora estas pequenas situações, sou contra, aliás, a fcsh era fortemente anti-praxe, com o MATA em força por lá.
abomino toda e qual forma de coacção e é de reflectir, de facto, se jovens adultos de 20, 22 anos, têm maturidade suficiente. Porque seguir as ordens de um fulano, com pés amarrados e outra situações surreais, colocando em risco a própria vida, é de pasmar.
E na universidade do minho, segundo li, até um professor praxaram e chamaram de nomes, porque não se conseguiu impor numa praxe. os jovens têm de ser responsabilizados e as faculdades também, se permitem isso nas suas instalações.
bjs.
Tiveste uma boa experiência de 'praxe', Margarida. :)
EliminarSe se limitassem a pintar as caras e pouco mais... O problema é que se excedem na maioria dos casos, mesmo quando crêem que não. A partir do momento em que ridicularizam alunos apenas porque são 'novatos', 'caloiros', já estão a ultrapassar os limites do razoável. Não é essa a forma de integração que acho conveniente e, como bem disseste, é absolutamente intolerável que se permita situações destas dentro das instalações universitárias. Já que o fazem, façam-no na rua.
Soube de colegas que foram 'baptizar' 'caloiros' nas fontes do Rossio... Isto é normal? Eu não acho. Invadem a cidade, andam aos gritos nas ruas, ofendem-se, subjugam, coagem, sim, porque eu mesmo vi pessoas a serem compulsivamente 'obrigadas', vá, a fazer o que não queriam. (In)felizmente vivi todo um dia de 'praxes'; sei do que falo.
Não sabia desse episódio na Universidade do Minho. Não me espanta. O desrespeito aos professores começa bem antes, nas escolas...
um beijinho.
" É de lamentar que pessoas aparentemente adultas, capazes de reger a sua pessoa, permitam que as subjuguem em nome de tradições, pouco importando se académicas ou não". Totalmente verdade, espero que a minha praxe (se a houver), corra bem e seja digna.
ResponderEliminarr. era exatamente a isso que me referia, praxe tudo bem, mas com limites.
Provavelmente correrá. És um rapaz sensato. Em todo o caso, não correndo, sai. É o que eu faria. :)
Eliminareu não me vou alongar neste assunto pois não vale a pena, quem é anti-praxe irá ser sempre anti-praxe.
ResponderEliminara única coisa que vou dizer é que tudo em exagero é mau, seja gostar de álcool, seja fanatismo por uma cantora, seja gostar de velocidades, seja gostar de dormir. praxes levadas no ponto certo (como acontece em 95% dos casos, pois praxes existem no ano inteiro e contam-se pelos dedos os casos polémicos) fazem na perfeição o seu efeito.
praxes e vida académica fazem com que o tempo passado na faculdade seja brutal e inesquecível.
e agora relacionado directamente contigo, quantos amigos verdadeiros é que tens através da faculdade? quantos é que acharias que terias se andasses nas praxes?
Não se trata de ser 'anti-praxe', Aaron. São pontos de vista diferentes. Não acho que o que se faz nas 'praxes' integre seja quem for. É selvático. Não é esse o comportamento que as pessoas adoptam no dia-a-dia. Não faz sentido. Integram-se como bárbaros. Enfim, são modelos.
EliminarEu nem me alongo quanto aos 'exageros'. Esses são manifestamente anómalos e verdadeiros casos de polícia. Meras ofensas, ridicularizações, na maioria dos casos por estranhos, é contra-senso. É tudo excessivo. Resquícios de um lado primitivo no ser humano, bem sei.
Em caso algum, uma pessoa que me tentasse ridicularizar, mesmo que pejada de boas intenções, seria minha amiga. Prefiro fazer amizades de outra forma, sei lá, mais humana e racional.
tem a ver que são um grupo de pessoas que não se conhecem, normalmente estão completamente abandonados numa nova cidade, sem amigos, que se unem e passam pelo mesmo juntos, essas coisas que passam são coisas normais sem nada de especial, estar de joelhos, fazer flexões, cantar umas músicas, fazer umas palhaçadas (sim, isto é o que acontece em 90% da praxes) depois existem umas mais especiais que geralmente acabam por ficar nas melhores memórias.
Eliminarnão contes com exageros pois esses são coisas más de más pessoas.
não tem a ver com ser ridicularizações.. qualquer um de nós é capaz de ser ridicularizado todos os dias por coisas mais estúpidas e principalmente, ridicularizados sozinhos.
a mensagem que passavam sempre na minha praxe é que apesar de sermos uns 100 caloiros, somos só um! temos de estar sempre unidos e ajudar-nos uns aos outros, o que é certo é que tínhamos sempre alguém para nós seja para o que for.
nunca vi numa praxe alguém a ser gozado, a sofrer algum tipo de bullying como se sobre em qualquer escola, vi até uma vez um rapaz muito envergonhado no meio de uma praxe a dizer que tinha vergonha de falar com raparigas e achas que foi gozado? o doutor ouvir, entendeu e calou-se, sabia que não ia gozar com algo que lhe afectava psicologicamente. se calhar mais tarde até falou com ele sozinho e tentou ajuda-lo.
e sabes? eu estudei engenharia informática que por norma, são sempre as piores praxes de qualquer faculdade, as mais difíceis e pesadas.
não podes pensar que as praxes são más por haver uma ou outra má pessoa, para isso tudo é mau porque há más pessoas em todo o sítio! mas claro, os casos maus são sempre os falados, mas em cada caso mau em praxes existem milhares de bons! em cada caso mau, existem milhares de pessoas que (principalmente no meu curso) que nunca tiveram amigos e sempre sofreram bullying por serem os nerds e os geeks, os que não sabem estar socialmente, a ganhar dezenas de amigos, amigos a sério e muitos deles para a vida!
dessa parte ninguém fala e claro, quem não sabe o que é estar dentro de uma praxe, fala sempre do que ouve e vê de fora.
Eu sou sensível a esses argumentos, Aaron, e sei que a juventude continua rebelde como sempre foi, escolhendo sempre as vias mais fáceis para a integração e adaptação. Eu preferiria, caso fosse de longe, que tivessem um gabinete onde me ajudassem com conselhos e informações. Talvez uns jantares, umas saídas nocturnas, sabe-se lá, mas tudo com o máximo de calma e sem actividades desse tipo.
EliminarSei que há pessoas bem intencionadas nas 'praxes' e também sei que a esmagadora maioria acaba bem, e ainda bem que assim é.
Eu, por acaso, até falo por experiência porque assisti a algumas praxes no meu primeiro dia na faculdade e não vi nada de agradável. Faço até referência ao link onde o texto está: vi um aluno a ser ofendido quanto à sua orientação sexual, vi uma rapariga a ser obrigada a cortar uma planta, ou o que era, mesmo dizendo que era ambientalista... Não foi muito agradável de ver, mas fiz questão de estar presente num dia de praxes para poder comentar com conhecimento de causa.
Se 'praxaste' e conseguiste ajudar alguns alunos com dificuldades em socializar, tanto melhor. E, estando duas pessoas de acordo, um aluno mais velho e outro mais novo, nada contra. Aliás, é impossível proibir-se. Faz parte da autonomia individual de cada um. Suponhamos que tu eras 'veterano' e eu 'caloiro' (o que podia se dar porque até és mais velho que eu), e que eu não me importava nada que me mandasses estar de joelhos, fazer flexões, isto e aquilo, até fazia questão: ninguém pode chegar e intrometer-se. Polícia ou autoridade alguma! Somos maiores de idade. Desde que a minha e a tua auto-realização não comprometam o bem 'vida' e o bem 'integridade física', tudo muito... bem. A lei só entra quando vais para 'além de' e eu deixo. Porque se não deixar, é sempre crime, claro. Quando eu deixo (consentimento do lesado) e tu continuas, há a tal violação dos bons costumes, do que um homem médio, razoável, entende como aceitável. O problema dá-se em definir o que é aceitável. O padrão será o do 'homem médio'. Para mim, deixa de ser aceitável a partir do que para ti será muito pouco. Mandar fazer flexões, obrigatoriamente, ou até tirar a t-shirt, ordenando, já será demasiado. Ficar-me-ia pelas cantigas e pintar a cara, fazer uns barulhos e pronto. Como li na imprensa, as faculdades formam 'pessoas e não militares'. Há praxes que se assemelham à preparação de 'carne para canhão' em África, na altura da Guerra Colonial.
Sou contra as 'praxes' enquanto fenómeno. O andarem em grupos, tipo bandos. Isso deveria ser categoricamente proibido e é a isso que me refiro. Inclusive, e sobretudo, dentro das faculdades. A 'praxe' deveria ser proibida. Fora do contexto universitário, cada um faz o que quer, dentro dos tais limites da ordem social que depois têm repercussões na jurídica.
É só a minha opinião. :)
não queria usar o argumento que no norte as praxes são melhores, mas é a realidade, aqui em lisboa só nos últimos anos é que estão a tentar tornar as praxes mais "fortes" e isso significa que como têm menos tradição e experiência em tais coisas cause que as praxes fiquem bastante piores e não correctas.
Eliminarnunca na vida eu aceitaria numa praxe ver alguém a ser gozado pela sua orientação ou escolhas. isso não é praxe, é bullying.
na minha primeira praxe, enquanto éramos uns sessenta caloiros alinhados, chamaram um a um para se apresentar, entre várias coisas perguntaram se bebia álcool, como é óbvio, eu acho que fui o único que disse que não bebia, achas que gozaram com isso? disseram que era o único homem responsável naquele grupo, o que ia andar a tomar conta de todos.
eu só posso falar da praxe que passei e das praxes que assisti de perto de amigos em coimbra, porto, braga, barcelos, vila real e viseu e nenhum, nenhum alguma vez se queixou de alguma coisa, todos defendem a sua praxe como sendo a melhor coisa de sempre.
praxes em grupo embeleza a cidade, alias, é uma das coisas que torna as cidades de coimbra, porto e braga tão especiais em certas alturas do ano, os cortejos, marchas, serenatas, etc, são magnificas!
quando a praxe passa o aceitavel pelas leis, é algo que deve ser claramente punido, mas não é a praxe que tem que ser mal vista pois as culpa não é da praxe, a culpa é das pessoas que estão nessas acções. não é contra a lei andar de bicicleta nas ruas, mas se andares a atropelar as pessoas todas no passeio, terás que responder pelos teus actos e a culpa não é de certeza do acto "andar de bicicleta" e não é por isso que toda a gente terá de ser proibida de o fazer.
Eu acho que são iguais em qualquer parte do país. Portugal é pequeno e muito homogéneo.
EliminarConcordo, é bullying, mas foi inserido numa 'praxe'. :)
Não creio que embeleze a cidade. Mas, lá está, gostos não se discutem. As tradições ficam ultrapassadas e muito do que era tradição perdeu-se com o tempo e com a natural evolução das mentalidades. Não vejo mal nas serenatas, mas isso incluo nos 'cantares'.
Não me importa tanto se a 'praxe' está ou não dentro dos limites do razoável: acho que o fenómeno em si não faz sentido e propicia os abusos. Só que para mim o abuso começa com o que para ti ainda será tolerável.
Nem costumo ser de dar opiniões nos blogs, espero que não te importes, mas vou-me estrear aqui, espero que nao te importes :P.
ResponderEliminarEu apenas andei numa faculdade, e portanto só conheci um tipo de praxe que comparando a relatos de amigos próximos das praxes das respectivas faculdades penso que há muitas divergências no "tratamento" que é feito aos caloiros.
Apenas fui à praxe nas primeiras 2/3 semanas do meu primeiro ano, e depois nao sei se me fartei ou se percebi que nao tinha a ver comigo e portanto nao fui mais - só para deixar claro que nao sou nenhum aficionado por essas tradições e portanto acho que consigo dar uma opinião de um "independente" e pouco influenciada.
Naquela praxe nunca vi nenhuma situação menos desrespeitadora de um "veterano" ou "doutor" para com algum caloiro. Claro que são levados a fazer algumas "figuras tristes" mas penso que a vida nao deve ser levada tão a sério que não haja lugar para isso, especialmente na idade em que são praticadas. Pelo contexto em que são feitas, por conduzir à interacção "forçada" uns com os outros, e pelo convívio que existe nesses momentos a meu ver é uma maneira de quebrar a barreira que existe entre duas pessoas estranhas até há dias e que acabaram de se conhecer. No entanto, se alguém nao se sente à vontade para fazer o que quer que seja logicamente nao será obrigado.
Ainda no que diz respeito à dita integração, na minha opinião há ainda outro ponto positivo: a praxe (que experimentei) tem ainda como missão dar a conhecer a cidade que é nova pela maior parte dos estudantes que acabou de cair lá de pára-quedas, daí que muitos eventos da praxe decorram em pontos de interesse da cidade (castelo de s.jorge, parque das nações, baixa...), dando-os a conhecer a quem é novo.
Bem, talvez como já devo ter dado a entender, por um lado estou arrependido de não ter continuado na praxe que ali é o principal cimento entre as pessoas, o que levou a que me visse nos anos seguintes quase sem amigos numa cidade longe de minha casa, onde tinha de passar a maior parte dos dias do ano. E eu que até me considerava uma pessoa minimamente sociável e social :P
Parece-me legítimo dizer que se não existisse a praxe haveria sem dúvida outra maneira de conhecer as pessoas, mas pelo que percebi esse caminho é o mais directo, e que até agora têm existido com poucas alternativas.
Já no que diz respeito ao que se passou no Meco, parece-me que com o se sabe até à data, dizer que foram levados a entrar na água será especular, embora acerca desse caso não se faça outra coisa nos últimos dias.
Espero ter contribuido para que visses o tema das praxes com outros olhos.
Abraço
Olá P. Por favor, está à vontade. Não me importo nada, pelo contrário. Este blogue é aberto a todas as opiniões e todas são bem-vindas. :)
EliminarAs 'figuras tristes' estão fora de questão e são um conceito lato. Tu não viste abusos, mas eu, por exemplo, vi. Ocasiões.
A interacção forçada é um dos elementos que leva aos abusos. Claro que só fará sentido nessas idades porque o bom senso e a maturidade levam a que se opte por outras formas de integração, até porque durante toda a vida temos de nos integrar em empregos, lugares, etc.
Logicamente não será obrigado? Às vezes, às vezes, nem sempre. E a coacção reveste várias formas, não só a mais ostensiva, a física. Há coacção moral e há ameaças várias. Ora, pegando no teu argumento de alunos que vêm de fora, aliando à tenra idade e inexperiência, não será difícil de prever que sejam fortemente seduzidos a participar.
O argumento de 'dar a conhecer a cidade' é muitíssimo interessante, mas facilmente rebatido. Promovam passeios, simples. Dão a conhecer o Rossio mergulhando as pessoas na fonte? Ok. Seria interessantíssimo de ver se a moda se estendesse a outras faixas etárias e situações.
As alternativas existem e são fáceis de descobrir. É evidente que não estão para aí virados. E a integração é facilmente conseguida com jantares, nos encontros pela faculdade, nos intervalos, nas cantinas... Um sem número de hipóteses.
Vejamos, não me compete dizer o que as pessoas devem ou não fazer. Isso diz respeito a cada um. Portugal preza as liberdades individuais e eu também. Só dei a minha singela opinião. Que continuem as praxes, as normais e as abusivas, os cânticos, serenatas, 'baptismos' em fontes, tudo. Eu não estou lá, por isso.
um abraço e obrigado. :)
Relativamente às alternativas que sugeriste para fomentar a interacção, custa-me imaginar que pessoas "na tenra idade", e na sua maioria minimamente tímidos fossem, de forma espontânea, desenvolver algum tipo de conexão, e é aí que as praxes entram como catalisador - como tu também vou passar a usar palavras da minha gíria para me expressar melhor :P
EliminarParece-me que a maneira de estar na vida se reflecte no tipo de interpretação que se dá a este tema: os mais sérios e aparentemente menos tolerantes, que parece ser o teu caso, tendem a criticar.
Sublinho mais uma vez que embora possa pelo parecer pelo meu ponto de vista, não estou mínimamente ligado à praxe..
'Tenra idade' não é gíria. :)
EliminarEu interagiria com maior facilidade num jantar do que numa 'praxe', e entrei no ensino superior há apenas três anos. É tudo relativamente recente.
Não se trata de 'maneira de estar na vida'. Isso é preconceito. Relativamente às praxes, muitos partilham do que penso.
Sou sério quando devo ser sério; brincalhão quando é altura disso. Tento ser sensato, que também começa com 's', o que tende a escassear, bem sei. Não comento a tolerância, muito menos falando-se de 'praxes académicas' e de pessoas que todos os anos apresentam queixas na polícia, recebem tratamento hospital e morrem, pelos vistos.
todos os dias existem queixas na policia de maus tratos domésticos e não é por isso que os casamentos são proibidos. todos os dias existem acidentes de carro e morrem pessoas e não é por isso que andar de carro passa a ser proibido. todos os dias existem pessoas a morrer por fazer sexo e não é por isso que o sexo é proibido.
Eliminaryou got the point.
Só que casar, dirigir e fazer sexo não faria sentido proibir. Não são coisas comparáveis. Isso é demagogia. Nem comento.
EliminarReferia-me a "coacção"!
ResponderEliminarNunca se deu grande importância a não ser quando surge um caso mediático como este, o que provoca que toda a gente mostre a sua revolta contra todo e qualquer tipo de praxe, mas que daqui a umas semanas o assunto volte a cair no esquecimento, e regressa tudo a como estava antes - e não te estou a meter no mesmo saco!
Por outro lado, parece-me que se fosse algo assim tão grave já existiria alguma regulamentação oficial mais concreta que limitasse de certo modo as praxes - uma vez que não são uma coisa propriamente de agora, e da qual já surgem problemas há muito tempo - não estou muito dentro desta matéria por isso posso estar a dizer coisas sem sentido. :P
No entanto parece-me que o numero de lesados, tendo em conta o numero de participantes, será uma percentagem residual..
'Coacção', gíria? De todo... 'Coacção' é um termo jurídico que, volta e meia, é usado em linguagem corrente. Tornou-se muito comum. Em gramática, é um substantivo.
EliminarDa minha parte, é evidente que trouxe este tema porque está na ordem do dia. Mas preocupa-me ao longo do ano e penso várias vezes sobre isto.
Não há qualquer legislação porque o Estado não pode invadir a autonomia das pessoas, a liberdade individual de cada um. Confia-se no bom senso. Todavia, não duvido de que um dia destes se pense em legislar sobre esta matéria. Para todos os efeitos, tudo o que não contrarie os bons costumes é aceitável, visto que a integridade física é um bem disponível para efeitos de consentimento. Basicamente, desde que consintas, um 'veterano' pode algemar-te a outro, etc, etc, por aí (como já vi). O cerne da questão é esse conceito indeterminado de BONS COSTUMES e o que isso significa para o 'homem médio'.
Bons costumes aqui, entenda-se, nada de moral ou religião. Não é o conceito que vulgarmente se tem de bons costumes. Como refiro no meu artigo, é o que socialmente se considera tolerável no padrão de uma pessoa comum.
Pois, creio que disseste tudo, não sei o que acrescentar ..
ResponderEliminarMuito bom o texto, estás de parabéns, escreves super bem :D
Obrigado, Francisco. És um querido! Tu também. :)
EliminarAcho as praxes, tal como as conheço, uma aberração. Ninguém deveria ser obrigado a fazer nada que não quisesse. Uma conhecida minha foi obrigada, de joelhos, a simular um broche numa banana que um 'doutor' pôs entre as pernas. Isto com a malta toda aos gritos. Acho que dá bem para imaginar o degradante da cena. Curiosamente os meus sobrinhos e os amigos deles que fazem praxes de integração, gostam e defendem a ideia, o que é sempre motivo de grande discussão entre nós. Há coisas que nunca entenderei. XD
ResponderEliminarAbraço, Mark.
Que horror! Que coisa tão primária e absurda. :s
EliminarÉ um fenómeno incompreensível. Creio que o bom senso leva-nos a rejeitar categoricamente este modelo ultrapassado e tirânico de integração. Muitas vozes se ergueram nos últimos dias, incluindo Pacheco Pereira, numa crónica interessante publicada no 'Público'.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-abjeccao-1621031?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoEducacao+(Publico.pt+-+Educa%C3%A7%C3%A3o)
Deixo aqui o link para quem tiver curiosidade.
um abraço, Arrakis. :)
Mark, Tudo bem?
ResponderEliminarDepois de algum tempo é que me caiu a ficha do que se trata, aqui este fenômeno é conhecido por "trote"
Eu, particularmente, não vou ao primeiro dia de aula, moro longe e terei de tomar trem, metrô, ônibus... e se algum safado me sacaneia vou ter que atravessar a cidade imundo.
Acho isso uma sacanagem sem fim.
Abraço.
Olá Ti@go. Tudo sim. Espero que contigo também. :)
EliminarSim, o Ty também disse o nome. Felizmente eu moro relativamente perto da faculdade. Dá para ir a pé. :)
É... Um fenómeno incompreensível...
um abraço.
Gostei do texto. Não li os comentários apesar de nem precisar de os ler para saber as opiniões dos assinantes.
ResponderEliminarVai fazer 18 anos que me vi perante as praxes académicas, na maravilhosa cidade de Coimbra. Para quem não sabe existe por lá um Código de Praxe que era seguido por todos aqueles que se lhe submetiam de forma voluntária. Foi para mim um dos melhores anos da minha vida académica, o primeiro, pois a partir do dia em que vesti pela primeira vez o fato de pinguim, percebi que as regras eram-me muito mais severas.
As praxes na altura eram bastante interessantes embora houvessem por vezes alguns exageros, que eram normalmente interrompidas pelos veteranos, que sentiam a sua responsabilidade perante os caloiros. Também eu praxei e quando fui veterano impedi que se cometessem alguns erros dos recém-praxantes (se é que a palavra existe).
Tive colegas que se declararam anti-praxe e não foram de forma alguma postos de lado, bem pelo contrário. Porém, tal como todas as leis, existem algumas sanções para quem não se submete às regras, tal como o impedimento em participar nalguns eventos académicos e usar o tradicional traje.
As tradições definem um povo, os costumes são quem nos identificam e diferenciam perante todos os outros povos. A praxe não existe unicamente a nível académico, existe ao nível militar, de emprego, etc.
Não podemos porém ser extremistas, temos é que estudar regras que todos cumpram e que não ponham em causa a integridade física e moral de cada indivíduo. Ao contrário do que por aí dizem, acho que as universidades devem desempenhar um papel importante nesse estudo e devem ser elas próprias a criar regras que resultem na segurança de todos.
Acabar com a praxe académica é também acabar com eventos festivos que a ela estão associados, como o Cortejo dos Caloiros (Coimbra), Serenatas e Queimas das Fitas. Decerto que as cidades que beneficiam de tais eventos não acharão bem que tal aconteça.
Infelizmente a mente humana por vezes não consegue distinguir o bem do mal. Há que treiná-la, ensiná-la, para que erros não voltem a ser cometidos.
Abraço Mark
Ainda bem que tiveste uma experiência positiva, Ribatejano. Há que pensar em quem não teve.
EliminarNem todos os 'veteranos' são sensatos.
Felizmente a 'praxe' ainda não 'virou' lei. Aliás, está bem mais perto de 'virar' uma ilegalidade.
Depende de que tradições falamos. Se se tratam de tradições justas, humanas, sem dúvida; tratando-se de resquícios primitivos e ultrapassados, como as 'praxes', já coloco algumas reticências.
Poderão existir outras 'praxes', mas nenhuma com tamanha gravidade como a 'praxe' académica, cujas consequências estão à vista de todos.
Eu creio que as universidades não devem adoptar qualquer regra; devem, desde já, proibir estes fenómenos dentro das instalações. Querem fazê-lo, façam-no fora.
O português é avesso à mudança. O teu comentário assim o atesta, de certa forma.
Pessoalmente, não vejo qualquer utilidade na 'praxe'. Não traz nenhum benefício. Não passa de, como disseste, uma tradição que querem manter viva à força. Não sei quantas pessoas mais terão de morrer para que se faça algo.
um abraço e obrigado pelo teu testemunho.
Aqui chamamos isto de TROTES, e eles tambem fizeram suas vitimas, mas forma formalmente banidos da maioria das universidades e cursos,sendo substituidos , no maximo, pelos chamados trotes culturais, como vc diz, lamentavel que gente culta e inteligente participe disto!
ResponderEliminarO Brasil fez o que Portugal deveria ter feito há muito tempo e congratulo-me por isso. Fica patente, mais uma vez, que ainda temos a aprender.
EliminarÉ lamentável. Espero que o que aconteceu sirva, pelo menos, para se tirar alguns ensinamentos. Quanto a estes que morreram nada há a fazer, mas é um triste fenómeno que tem consequências dramáticas durante todo o ano. Não foi um caso isolado. Com tamanha gravidade, talvez.
Partilho a mesma opinião que tu em relação às praxes... eu quando entrei na faculdade também não as frequentei, nem fiz questão de mais tarde participar nelas, enquanto elemento que praxa. Acho uma tradição repugnante, que é ridículo que seja sequer tolerada por muitas faculdades.
ResponderEliminarMas neste caso da Lusófona acho ainda mais grave pois chegam-se a fazer actas quase com perfis psicológicos e a assinar termos de responsabilidade... isto é quase um comportamento de uma seita!
São verdadeiras seitas. E, ao que tudo indica, os estudantes estavam com os pés amarrados. Um absurdo!
EliminarGostei do que escreves-te e concordo com a maioria ! Gosto de (te) ler ;) keep up
ResponderEliminarObrigado, Su. :)
EliminarAcho que as praxes podem ter um papel importante na integração dos novos alunos, sem que isso signifique humilhação ou violência verbal ou psicológica (e menos ainda, física). No meu caso fui praxado durante uma semana, tanto na faculdade como no local onde vivia (uma residência de estudantes). Não tenho dúvidas em reconhecer que se não tivesse passado por esse "sofrimento", não teria estabelecido elos tão fortes com alguns colegas, que hoje são ainda os meus melhores amigos. Para além disso, gradualmente os veteranos tornaram-se também amigos, e hoje alguns deles fazem parte do meu círculo mais próximo.
ResponderEliminarMais tarde, quando eu próprio praxei, procurei que fosse um momento de diversão e integração, e tive muito orgulho quando anos mais tarde a minha 'afilhada' me convidou para padrinho de curso. Todos temos experiências boas e más, connosco ou com conhecidos. Nem todos têm perfil para praxar ou ser praxados. Porém, acho mal que agora a praxe seja condenada em praça pública como um espetáculo bárbaro e violento, quando isso são apenas situações pontuais (e essas sim, devem ser repreendidas).
Acho que as praxes podem ter um papel importante na integração dos novos alunos, sem que isso signifique humilhação ou violência verbal ou psicológica (e menos ainda, física). No meu caso fui praxado durante uma semana, tanto na faculdade como no local onde vivia (uma residência de estudantes). Não tenho dúvidas em reconhecer que se não tivesse passado por esse "sofrimento", não teria estabelecido elos tão fortes com alguns colegas, que hoje são ainda os meus melhores amigos. Para além disso, gradualmente os veteranos tornaram-se também amigos, e hoje alguns deles fazem parte do meu círculo mais próximo.
ResponderEliminarMais tarde, quando eu próprio praxei, procurei que fosse um momento de diversão e integração, e tive muito orgulho quando anos mais tarde a minha 'afilhada' me convidou para padrinho de curso. Todos temos experiências boas e más, connosco ou com conhecidos. Nem todos têm perfil para praxar ou ser praxados. Porém, acho mal que agora a praxe seja condenada em praça pública como um espetáculo bárbaro e violento, quando isso são apenas situações pontuais (e essas sim, devem ser repreendidas).