D. Luísa de Gusmão não é das mais reconhecidas rainhas portuguesas. Verdadeiramente, o papel destinado às mulheres, no seu tempo, não ia muito além da maternidade. Se necessário, podiam assumir a regência (durante ausência, menoridade ou incapacidade do rei) e, em determinados casos, chegar ao trono por direito próprio (o que só aconteceria, em Portugal, um século e meio mais tarde a D. Luísa, com D. Maria Pia). Pelo contrário, a historiografia portuguesa tem sido unânime ao afirmar que D. Luísa era dotada, numa visão da época algo machista, de um espírito varonil, exercendo um magistério de influência sobre o seu rei e esposo, futuro D. João IV, tendo desempenhado um papel crucial na ascensão ao trono deste.
Nascida em Huelva, Espanha, a 13 de Outubro de 1613, D. Luísa foi filha de D. Juana Lorenza Gomez de Sandoval y la Cerda e de Juan Manuel Pérez de Gúzman y Silva, pertencendo, deste modo, à alta nobreza espanhola. Verifica-se facilmente na árvore genealógica da futura rainha alguns antepassados com a Casa de Bragança.
Ainda sob o domínio espanhol, uma união entre a Casa de Bragança e a Casa de Medina Sidónia era essencial para os desígnios de uma maior integração entre os reinos de Portugal e de Espanha. Nesse sentido, o casamento entre D. Luísa de Gusmão e D. João (futuro D. João IV) foi muito bem visto aos olhos de Filipe IV (III de Portugal). Assim, a 19 de Dezembro de 1632, após dispensa papel devido a alguma consanguinidade entre os nubentes, celebrar-se-ia o matrimónio, tornando-se D. Luísa na mais recente duquesa de Bragança. Ambos apenas se veriam a 12 de Janeiro de 1633, na ponte do Caia, dirigindo-se de seguida para a Sé Catedral de Elvas, lugar onde se procedeu à ratificação do casamento.
Que conste, o rei, como muitos do seu tempo, perdia-se de amores por jovens beldades, não procurando a rainha e divertindo-se em devaneios extraconjugais. No Paço Ducal de Vila Viçosa, onde habitavam à época os nossos duques, respirava-se um clima de grande cultura e musicalidade, além das caçadas e montarias que caracterizavam os gostos pessoais de D. João. O futuro rei dedicava-se com afinco à composição e execução de música sacra, dotando o seu espírito guerreiro e interventivo de uma espiritualidade rara.
O primeiro herdeiro veria a luz do dia a 8 de Fevereiro de 1634, D. Teodósio, a que se seguiu D. Ana (1635), falecida pouco depois do parto, e D. Manuel (1640), que duraria também poucos dias, entre vários abortos espontâneos. Nem tudo seriam desgostos na vida dos duques: em 1636 nasceria a princesa D. Joana, seguida de D. Catarina (futura Catarina de Bragança, esposa de Carlos II, rainha de Inglaterra). Já rainha de Portugal, em 1643 viria D. Afonso (futuro Afonso VI, malogrado rei de Portugal) e, em 1648, D. Pedro (futuro D. Pedro II, rei de Portugal).
Voltando atrás, em breve o papel dos duques seria associado à libertação de Portugal do jugo espanhol. Com efeito, o sentimento de subjugação agudizava-se a cada dia. A coroa espanhola continuava a infligir pesados impostos sobre Portugal, o que piorou com a chegada da célebre (por péssimos motivos, diga-se) duquesa de Mântua (vice-rainha de Portugal, em representação de Filipe III) a terras lusas. O descontentamento piorava não só devido à situação precária do reino, mas também graças aos ataques holandeses (Países Baixos então inimigos da Espanha) às possessões coloniais portuguesas na Ásia, África e América, sendo os contingentes militares portugueses mobilizados para suster os ataques às colónias espanholas e não às investidas aos territórios portugueses! Progressivamente, suceder-se-iam motins sobre motins, com uma base social que começava a despertar do torpor e a ver em D. João um possível Libertador da Nação. Se até então apenas o povo exigia uma mudança nos destinos do reino, afastando-se a nobreza e o clero destas manifestações populares, também D. João parecia disposto a apaziguar o que acontecia um pouco por todo o país, recebendo várias mercês de Filipe III por suster acções revoltosas que, de norte a sul, cresciam de importância. Todavia, um imposto de 1637 aumentaria os ânimos, com movimentos que atingiriam o Paço Ducal em Vila Viçosa, inclusive. D. Luísa começou, então, a demonstrar a sua avidez e habilidade políticas... As fontes da época dizem-nos que a sua voz era altamente respeitada pelo esposo, D. João. D. Luísa não era uma qualquer. Com a morte do pai, em 1636, o seu irmão herdou uma vasta fortuna e o ducado de Medina Sidónia, tornando-se um dos homens mais ricos da Andaluzia e da própria Espanha, aumentando a influência de D. Luísa no papel que D. João desempenhava no apaziguar das sublevações.
Filipe III não era um idiota. Tinha conhecimento do poder indirecto de D. João em Portugal, sabendo-se hoje que o Cardeal Richelieu (famoso valido de Luís XIII de França) apoiaria intransigentemente D. João caso este decidisse tomar as rédeas do poder (combater a Casa de Áustria, dos Filipes, era um desejo secreto da velha França...). Habilmente, Filipe III nomearia D. João como governador-geral das armas de Portugal, estando sob o comando da duquesa de Mântua, vice-rainha, sendo supervisionado directamente de Madrid. Filipe III nunca acreditou numa real ameaça de D. João, apesar de que a crispação entre os portugueses e os seus oficiais crescessem de tom. Já se falava, por cá, em independência...
O sossego de D. João no Paço de Vila Viçosa duraria pouco. Em meados de 1640, uma insurreição na Catalunha mudaria os destinos do nosso país e dos duques de Bragança. D. João recebeu ordens expressas para se apresentar em Lisboa, de forma a desempenhar com eficácia o seu papel de governador-geral das armas e do reino, mas, certamente já influenciado pela forte pressão que se fazia sentir, conseguiu contornar as ordens do rei. Para os finais de 1640, já podíamos falar de uma teia de conjuras e revoltas. Nestes momentos críticos e decisivos, é mais do que garantido de que D. João escutou a voz prudente da sua sábia esposa, a par de inúmeros conselheiros. A decisão estava tomada. O movimento estalou em Lisboa, contudo, era necessária a adesão de todo o reino. D. João mantinha-se em Vila Viçosa, aguardando os desenvolvimentos dos seus aliados; a duquesa, no Paço Ducal. Assassinado Miguel de Vasconcelos, que ficaria para a História como O Traidor, servidor e aliado da duquesa de Mântua, e detida esta, a 1 de Dezembro de 1640, estava dada a Restauração. Chegada a notícia a Vila Viçosa, o povo correu a beijar a mão do seu novo senhor e rei. D. João partiria, então, para Lisboa, onde seria aclamado como rei de Portugal, o quarto de seu nome, D. João IV, O Restaurador. D. Luísa ficaria em Vila Viçosa. Quando a notícia chegou a Espanha, Filipe IV (não mais III de Portugal...) exigiu a D. Gaspar, irmão de D. Luísa de Gusmão, que destruísse todo e qualquer vestígio da nova rainha de Portugal, banindo-a para todo o sempre de terras espanholas, vista que estava como uma traidora. Filipe IV acreditava que poderia facilmente dominar os revoltosos, subestimando a importância do que se vivia em Portugal e a popularidade de D. João IV, além de que a revolta na Catalunha absorvia-lhe toda a preocupação e dinheiro...
A 15 de Dezembro, D. João IV era coroado rei de Portugal, enviando uma comitiva que haveria de acompanhar D. Luísa de Gusmão e a sua família para Lisboa, mais concretamente para o Paço da Ribeira (situado no Terreiro do Paço e totalmente destruído cerca de cem anos mais tarde com o terramoto demolidor).
Adivinhavam-se tempos difíceis. A recém rainha teria de lidar com todas as dificuldades. Em Évora, onde pernoitou na primeira noite como rainha, receberia os populares que corriam para beijar a sua mão. Já na capital, D. Luísa seria entronizada, seguindo para o Paço da Ribeira onde cuidaria da sua Casa, nomeando todos os que merecessem a sua régia confiança. Os novos monarcas imprimiriam ao seu estilo uma sobriedade que nem sempre seria seguida pelos descendentes... Mantiveram a majestade real com muitos dos bens que já dispunham da Casa de Bragança, uma vez que o país estava em contenção devido a esforços de guerra. Relatos da época dão conta de que D. Luísa primava pela austeridade, detestando ditos e mexericos, educando os filhos na piedade cristã. Fisicamente, Avelar Rebelo, que pintaria um retrato desta rainha, concluir-se-ia pelo seu "porte delicado, mas firme, de rosto sereno, onde olhos amendoados e tristes atraíam a atenção". A rainha era dotada de forte personalidade. À sua aclamação e do seu esposo, seguiram-se algumas deserções e traições (temendo uma reviravolta favorável a Filipe IV). Numa delas, conta-se que a esposa de um dos conspiradores pedia o perdão dos monarcas, pedido improcedente por D. Luísa, confirmando implacavelmente a pena capital como meio de atemorização e repressão.
Por 1643, a resposta espanhola à restauração portuguesa fez-se sentir. Como tal, tropas do país vizinho entraram obstinadamente em solo português, visando sobretudo o Alentejo (parte mais vulnerável, geograficamente favorável aos espanhóis e, detalhe, onde a família Bragança tinha variadíssimos interesses). Com a partida de El-Rei D. João IV para as hostes militares, receberia D. Luísa a regência do reino das suas mãos. Importantes e decisivas batalhas se travaram. A batalha do Montijo, em 1644, é uma delas, resultando numa vitória incontestável de Portugal. Após esta derrota, os espanhóis fizeram novas incursões no Alentejo. Nestas, diz-se que os valentes e mui nobres estudantes de Coimbra foram defender com o seu sangue e vida a independência de Portugal! Verdade ou não, acreditando eu que sim, é lindo.
Nos nossos domínios, apesar da paz assinada com os Países Baixos, em 1641, com o Tratado de Haia, persistiam os ataques holandeses às possessões africanas, em Angola, mas intensamente sobre o Brasil, exigindo um reforço aos cofres do reino... Por curiosidade, a paz total só seria conseguida vinte anos mais tarde, em 1661, com um tratado homónimo...
O ano de 1647 ficaria marcado por batalhas constantes com Espanha e pela febre (provavelmente meningoencefalite) que afectaria o pequeno D. Afonso (futuro Afonso VI). O infante venceu a doença, porém, as sequelas físicas e psíquicas manter-se-iam para sempre...
D. Teodósio, o herdeiro ao trono, dava sinais de um ímpeto militar fortíssimo, imiscuindo-se em assuntos do reino, o que agradaria a D. João VI e a sua mãe, D. Luísa, com reservas, porque sabe-se que D. Luísa terá tentado refrear os ânimos do seu filho primogénito.
Um infortúnio abater-se-ia sobre a nossa família real. Em 1653, para desgosto de D. Luísa e de El-Rei, D. Teodósio falece de tuberculose, aos dezanove anos, passando o incapaz D. Afonso para a primeira linha da sucessão... No mesmo ano, D. Joana, a segunda filha dos nossos monarcas, morreria, aumentando a infelicidade de D. Luísa. O semblante triste da rainha acompanhá-la-ia por anos, pois, em 1656, no dia 6 de Novembro, D. João IV partiria vítima de complicações renais.
Pelo falecimento de D. João IV e pela menoridade do então herdeiro, D. Afonso, D. Luísa foi proclamada regente de Portugal e tutora dos seus filhos.
Apesar das preces, D. Luísa mantinha-se receosa devido ao facto das sequelas físicas e psíquicas de D. Afonso não atenuarem com os anos. Efectivamente, D. Afonso tinha lesões ao nível da fala e da locomoção, a par de revelar um espírito inquieto e desrespeitoso para com os seus mestres. No dia 15 de Novembro de 1656, D. Afonso VI foi jurado rei de Portugal, mantendo-se a regência da rainha até este atingir os catorze anos. D. Luísa pôde demonstrar toda a sua habilidade política, escolhendo quatro ministros para a auxiliarem na governação e procurando defender o reino dos ataques espanhóis. Há um episódio que marcaria este ocaso de D. Luísa. Consta-se que, além de pensos feitos pelas mãos das suas aias e criadas, a própria rainha e regente enviava cargas de tabaco para as tropas, o que lhe granjeou um carinho e respeito enormes, sendo apelidada carinhosamente de rainha-mãe.
Fala-se de uma possível presença de Filipe IV à frente das tropas que conquistariam Portugal, atemorizando todos, mas D. Luísa manteve a firmeza, resistindo ao pânico e ordenando o reforço da armada costeira, o dispositivo que defendia a capital e aumentando as tropas que defendiam o Alentejo.
D. Afonso completaria catorze, quinze anos, mas a regência de D. Luísa continuaria pela incapacidade manifesta do rei, mais preocupado em acompanhar António Conti, uma das suas paixões secretas, do que em assumir os destinos do país. Este amor proibido do jovem rei pelo genovês traria muitas amarguras a D. Luísa.
Novamente nos palcos de guerra, D. Luísa ordenaria uma ofensiva por terras espanholas, fracassada devido à resistência castelhana e à peste que grassava nas tropas portuguesas, provocando o recuo para Elvas, cidade onde se deu a importante Batalha das Linhas de Elvas, em 1659, resultando numa esmagadora vitória portuguesa, naquele que foi um dos confrontos mais decisivos na Guerra da Restauração.
Procurando o apoio da Inglaterra, D. Luísa, em importantes manobras diplomáticas, ofereceu a mão de sua filha, D. Catarina, a Carlos II de Inglaterra, tentando unir a Casa de Bragança à dinastia Stuart. As condições eram bem claras: além do dote, Portugal teria de entregar as praças de Tânger e Bombaim. Em troca, Inglaterra daria o seu apoio militar a Portugal. Num jogo de troca de favores, a aceitação foi imediata. Curiosamente, este enlace foi visto com tal perigo pela Espanha, França, Holanda e Dinamarca, que estes quatro países criaram um consórcio que pagaria mais de dois milhões de cruzados a qualquer outra candidata, excedendo a oferta lusa. A Carlos II chegaram informações de que Portugal não podia cumprir com o compromisso e de que a própria D. Catarina era feia e, imagine-se, estéril. Polémicas à parte, dar-se-ia o tão esperado casamento a 10 de Maio de 1661.
Para resolver os problemas de solvência, D. Luísa não hesitou em lançar impopulares impostos. A aliança com a Inglaterra possibilitaria a paz com a Holanda, conseguida no mesmo ano.
Já em 1661, mas sobretudo em 1662, D. Luísa demonstra o desejo de abandonar a regência que assumira há tanto anos, advertindo D. Afonso VI no sentido de se comportar adequadamente como príncipe e rei de Portugal. Mas, apesar dos seus esforços, todos conheciam da lascívia e impotência do rei (sexual, diga-se), a par da indisciplina e irreverência, agravadas pelas sequelas físicas de que padecia. Ao mesmo tempo, D. Pedro (futuro Pedro II) era jurado príncipe herdeiro, assegurando-se a continuidade da dinastia de Bragança no poder, não fosse D. Afonso VI incapaz de gerar um herdeiro (o que nunca aconteceu). A 21 de Junho do corrente ano, D. Afonso VI reclama, por fim, o trono, a que prontamente D. Luísa entrega, resguardando-se numa quinta nos seus últimos dias, onde edificaria um convento. Não é de duvidar que, mesmo afastada, D. Luísa continuasse preocupada com os seus filhos, Afonso e Pedro, sabendo da incapacidade do primeiro, não estando sequer casado. Manteria contacto por carta com a sua filha, D. Catarina, diminuindo a dor da ausência e da saudade, ajudando-a a suportar a frieza da corte inglesa.
D. Luísa faleceria no dia 27 de Fevereiro de 1666, vítima de doença pulmonar.
Para a História ficaria conhecida como a mulher que, confrontada com as hesitações do seu marido em encabeçar as lutas contra Filipe IV, referiu: "antes rainha por um dia do que duquesa por uma vida".
A todos peço desculpa pela extensão desta mini biografia, assegurando que haveria muito mais a dizer...
Adivinhavam-se tempos difíceis. A recém rainha teria de lidar com todas as dificuldades. Em Évora, onde pernoitou na primeira noite como rainha, receberia os populares que corriam para beijar a sua mão. Já na capital, D. Luísa seria entronizada, seguindo para o Paço da Ribeira onde cuidaria da sua Casa, nomeando todos os que merecessem a sua régia confiança. Os novos monarcas imprimiriam ao seu estilo uma sobriedade que nem sempre seria seguida pelos descendentes... Mantiveram a majestade real com muitos dos bens que já dispunham da Casa de Bragança, uma vez que o país estava em contenção devido a esforços de guerra. Relatos da época dão conta de que D. Luísa primava pela austeridade, detestando ditos e mexericos, educando os filhos na piedade cristã. Fisicamente, Avelar Rebelo, que pintaria um retrato desta rainha, concluir-se-ia pelo seu "porte delicado, mas firme, de rosto sereno, onde olhos amendoados e tristes atraíam a atenção". A rainha era dotada de forte personalidade. À sua aclamação e do seu esposo, seguiram-se algumas deserções e traições (temendo uma reviravolta favorável a Filipe IV). Numa delas, conta-se que a esposa de um dos conspiradores pedia o perdão dos monarcas, pedido improcedente por D. Luísa, confirmando implacavelmente a pena capital como meio de atemorização e repressão.
Por 1643, a resposta espanhola à restauração portuguesa fez-se sentir. Como tal, tropas do país vizinho entraram obstinadamente em solo português, visando sobretudo o Alentejo (parte mais vulnerável, geograficamente favorável aos espanhóis e, detalhe, onde a família Bragança tinha variadíssimos interesses). Com a partida de El-Rei D. João IV para as hostes militares, receberia D. Luísa a regência do reino das suas mãos. Importantes e decisivas batalhas se travaram. A batalha do Montijo, em 1644, é uma delas, resultando numa vitória incontestável de Portugal. Após esta derrota, os espanhóis fizeram novas incursões no Alentejo. Nestas, diz-se que os valentes e mui nobres estudantes de Coimbra foram defender com o seu sangue e vida a independência de Portugal! Verdade ou não, acreditando eu que sim, é lindo.
Nos nossos domínios, apesar da paz assinada com os Países Baixos, em 1641, com o Tratado de Haia, persistiam os ataques holandeses às possessões africanas, em Angola, mas intensamente sobre o Brasil, exigindo um reforço aos cofres do reino... Por curiosidade, a paz total só seria conseguida vinte anos mais tarde, em 1661, com um tratado homónimo...
O ano de 1647 ficaria marcado por batalhas constantes com Espanha e pela febre (provavelmente meningoencefalite) que afectaria o pequeno D. Afonso (futuro Afonso VI). O infante venceu a doença, porém, as sequelas físicas e psíquicas manter-se-iam para sempre...
D. Teodósio, o herdeiro ao trono, dava sinais de um ímpeto militar fortíssimo, imiscuindo-se em assuntos do reino, o que agradaria a D. João VI e a sua mãe, D. Luísa, com reservas, porque sabe-se que D. Luísa terá tentado refrear os ânimos do seu filho primogénito.
Um infortúnio abater-se-ia sobre a nossa família real. Em 1653, para desgosto de D. Luísa e de El-Rei, D. Teodósio falece de tuberculose, aos dezanove anos, passando o incapaz D. Afonso para a primeira linha da sucessão... No mesmo ano, D. Joana, a segunda filha dos nossos monarcas, morreria, aumentando a infelicidade de D. Luísa. O semblante triste da rainha acompanhá-la-ia por anos, pois, em 1656, no dia 6 de Novembro, D. João IV partiria vítima de complicações renais.
Pelo falecimento de D. João IV e pela menoridade do então herdeiro, D. Afonso, D. Luísa foi proclamada regente de Portugal e tutora dos seus filhos.
Apesar das preces, D. Luísa mantinha-se receosa devido ao facto das sequelas físicas e psíquicas de D. Afonso não atenuarem com os anos. Efectivamente, D. Afonso tinha lesões ao nível da fala e da locomoção, a par de revelar um espírito inquieto e desrespeitoso para com os seus mestres. No dia 15 de Novembro de 1656, D. Afonso VI foi jurado rei de Portugal, mantendo-se a regência da rainha até este atingir os catorze anos. D. Luísa pôde demonstrar toda a sua habilidade política, escolhendo quatro ministros para a auxiliarem na governação e procurando defender o reino dos ataques espanhóis. Há um episódio que marcaria este ocaso de D. Luísa. Consta-se que, além de pensos feitos pelas mãos das suas aias e criadas, a própria rainha e regente enviava cargas de tabaco para as tropas, o que lhe granjeou um carinho e respeito enormes, sendo apelidada carinhosamente de rainha-mãe.
Fala-se de uma possível presença de Filipe IV à frente das tropas que conquistariam Portugal, atemorizando todos, mas D. Luísa manteve a firmeza, resistindo ao pânico e ordenando o reforço da armada costeira, o dispositivo que defendia a capital e aumentando as tropas que defendiam o Alentejo.
D. Afonso completaria catorze, quinze anos, mas a regência de D. Luísa continuaria pela incapacidade manifesta do rei, mais preocupado em acompanhar António Conti, uma das suas paixões secretas, do que em assumir os destinos do país. Este amor proibido do jovem rei pelo genovês traria muitas amarguras a D. Luísa.
Novamente nos palcos de guerra, D. Luísa ordenaria uma ofensiva por terras espanholas, fracassada devido à resistência castelhana e à peste que grassava nas tropas portuguesas, provocando o recuo para Elvas, cidade onde se deu a importante Batalha das Linhas de Elvas, em 1659, resultando numa esmagadora vitória portuguesa, naquele que foi um dos confrontos mais decisivos na Guerra da Restauração.
Procurando o apoio da Inglaterra, D. Luísa, em importantes manobras diplomáticas, ofereceu a mão de sua filha, D. Catarina, a Carlos II de Inglaterra, tentando unir a Casa de Bragança à dinastia Stuart. As condições eram bem claras: além do dote, Portugal teria de entregar as praças de Tânger e Bombaim. Em troca, Inglaterra daria o seu apoio militar a Portugal. Num jogo de troca de favores, a aceitação foi imediata. Curiosamente, este enlace foi visto com tal perigo pela Espanha, França, Holanda e Dinamarca, que estes quatro países criaram um consórcio que pagaria mais de dois milhões de cruzados a qualquer outra candidata, excedendo a oferta lusa. A Carlos II chegaram informações de que Portugal não podia cumprir com o compromisso e de que a própria D. Catarina era feia e, imagine-se, estéril. Polémicas à parte, dar-se-ia o tão esperado casamento a 10 de Maio de 1661.
Para resolver os problemas de solvência, D. Luísa não hesitou em lançar impopulares impostos. A aliança com a Inglaterra possibilitaria a paz com a Holanda, conseguida no mesmo ano.
Já em 1661, mas sobretudo em 1662, D. Luísa demonstra o desejo de abandonar a regência que assumira há tanto anos, advertindo D. Afonso VI no sentido de se comportar adequadamente como príncipe e rei de Portugal. Mas, apesar dos seus esforços, todos conheciam da lascívia e impotência do rei (sexual, diga-se), a par da indisciplina e irreverência, agravadas pelas sequelas físicas de que padecia. Ao mesmo tempo, D. Pedro (futuro Pedro II) era jurado príncipe herdeiro, assegurando-se a continuidade da dinastia de Bragança no poder, não fosse D. Afonso VI incapaz de gerar um herdeiro (o que nunca aconteceu). A 21 de Junho do corrente ano, D. Afonso VI reclama, por fim, o trono, a que prontamente D. Luísa entrega, resguardando-se numa quinta nos seus últimos dias, onde edificaria um convento. Não é de duvidar que, mesmo afastada, D. Luísa continuasse preocupada com os seus filhos, Afonso e Pedro, sabendo da incapacidade do primeiro, não estando sequer casado. Manteria contacto por carta com a sua filha, D. Catarina, diminuindo a dor da ausência e da saudade, ajudando-a a suportar a frieza da corte inglesa.
D. Luísa faleceria no dia 27 de Fevereiro de 1666, vítima de doença pulmonar.
Para a História ficaria conhecida como a mulher que, confrontada com as hesitações do seu marido em encabeçar as lutas contra Filipe IV, referiu: "antes rainha por um dia do que duquesa por uma vida".
A todos peço desculpa pela extensão desta mini biografia, assegurando que haveria muito mais a dizer...
ora vês?, se fosse hoje tudo aquilo que os estudantes de Coimbra seriam capazes de derrotar, seriam barricas de cerveja e pipas de vinho :)
ResponderEliminarbravo, Mark, gostei muito desta mini-biografia. aprendo imenso contigo.
É verdade, surpreendente. :)
EliminarObrigado, miguel. :)
Encantado, gostei muito :)
ResponderEliminarfizeste-me viajar no tempo :)
Abraço
A importância das mulheres, nestes tempos, era subestimada... Se D. Luísa de Gusmão não tem cruzado os destinos de D. João, quem sabe Portugal não seria hoje uma província de Espanha...
Eliminarabraço, Francisco. :)
E foi aqui... Precisamente aqui...
ResponderEliminarSim, foi uma ajuda muito importante. :)
EliminarLembrei-me agora de um episódio (que te fará odiar o Marquês de Pombal, eheheh). Muito mais tarde, falecidas que estavam todas estas pessoas que abordo no texto, aquando do terramoto de 1755 que arrasou Lisboa (e não só: a costa marroquina, o Algarve, etc, mas não vem ao caso), os conselheiros do então rei D. José I propuseram-lhe várias medidas, entre as quais abandonar Lisboa e mudar, de novo, a capital para Coimbra. Segundo as fontes da época, Sebastião José foi o responsável pelo insucesso do plano. :D Era uma das ideias propostas a D. José. A que acabou por vingar seria a da reconstrução da cidade no mesmo lugar.
Hoje, Coimbra seria a capital de Portugal. :)
Estava a satirizar um pouco, ao chamar-te Hermano Saraiva da blogosfera gay. (atenção: eu faltava às aulas de faculdade para ver os programas dele...). Não me referia a Coimbra, e ainda bem que não é capital. Não suportaria o trânsito, com sanidade mental suficiente. Nem o facto de não poder pousar uma mala pessoal no banco do lado, num centro comercial, com medo que me a roubassem enquanto pestanejava.
EliminarÉ uma fala do dito senhor? LOL Só depois, lendo as tuas palavras, é que me apercebi.
EliminarPois, já eu nunca vi os programas dele. :) No círculo académico, nomeadamente em História, ele não é lá muito bem visto. E não o digo pelo seu passado associado ao Estado Novo: digamos que são mais as vozes, neste caso a voz, do que as nozes... Acreditei mesmo que te referias à importância de Coimbra, dos estudantes, neste episódio que poderá ser uma lenda, não deixando por isso de ser lindo. :)
Quanto a Coimbra (capital): ao mesmo tempo que escrevia, pensei que o teu espírito de contradição teria de discordar, claro está. :D Mas, espera, não há gatunagem em Coimbra? Ai, que maravilha, mudo-me já hoje. Lol
Quando entrei para a Faculdade, uma vez quase que me esmurraram quando falei no prof. José Hermano Saraiva. Na altura não fazia ideia da reputação que ele tinha no meio. Depois é que me fui apercebendo.
EliminarPéssima. Eu não sou de História, mas tenho conhecimento dessa situação.
EliminarEspero que tenhas gostado aqui da nossa rainha D. Luísa de Gusmão, Inefável. :) Espanhola de nascimento; portuguesa de coração. <3
Eu aprendi imenso com o professor Hermano Saraiva. Foi um comunicador notável. Não obstante ter feito parte de um governo salazarista, da questão coimbrã que o opôs aos estudantes (garantido-lhe eterna inimizade com a Academia), e de não ser bem aceite pelos académicos de História (não só por não ser versado em História, mas em Direito, e também por dar a sua interpretação pessoal à história oficiosa dos académicos), eu acho-o um ser humano notável, de extremo bom senso, com inúmeros defeitos, e cujas algumas frases guardo na memória. Não raras vezes me sentia fascinado a ouvi-lo. A ele lhe devo o meu conhecimento mínimo e essencial dos lugares e gentes de Portugal. Esta façanha é assaz meritória.
EliminarO Prof. José Hermano Saraiva não é um historiador, é um contador de histórias,e já me apercebi disso. Há um pequeno período da história de portugal que conheço "a fundo", e quando o ouvi falar dele, apercebi-me precisamente disso: ele não tinha formação muito profunda (e seria até complicado ter uma formação profunda em todos os períodos históricos). Pelo que eu, pessoalmente, prefiro José MAttoso, Rui Ramos e Verissimo Serrão (apesar deste último ser altamente parcial).
EliminarMas há uma coisa que, sem dúvida, José Hermano Saraiva fez e fez bem: os seus programas eram sem dúvida dirigidos a pessoas com menos qualificações e cultura, procurando fazer chegar a História de Portugal a todos, de uma maneira que todos possam perceber. Por muitos erros em que se possa incorrer.
Alex: Sem dúvida. Como comunicador era excelente e admiro-lhe o estilo próprio e característico. O que lhe critico, eu e muitos, é que, como disseste, às tantas o programa era a 'história sob a visão de JHS' e não os factos concretos, reais.
EliminarPessoalmente, não sei se era um ser humano notável. Não o conheci. Todavia, não o julgo. Por ter pertencido aos quadros do Estado Novo, nada diz sobre quem era e o que defendia, como referi acima. :)
Olha que eu acho que ele tinha uma formação em História. Em Direito, sim, mas também algo relacionado com História.
Horatius: Subscrevo inteiramente o teu comentário, incluindo os historiadores que mencionaste e que tanto são do meu agrado. :)
O mérito de JHS foi esse: chegar ao grande público que tão pouco sabe da sua história.
Esses holandeses sempre querendo tomar o Brasil de vocês ahahah :D Bom que vocês expulsaram eles daqui! O interessante é que um dia desses eu li algo em que falavam que a ocupação nordestina pela Holanda deixou marcas no biótipo dos brasileiros de lá. Vai ver é por isso que lá tem muita cabeça amarela e olhos claros :D
ResponderEliminarLegal esse texto histórico. Nossa como eu aprendo!!
Abraços!
É, Ty, enquanto nós e os espanhóis construíamos os impérios à custa do esforço, os holandeses preferiam saquear, expropriar, roubar, tomar, conquistar. :) Mas, olha, já eram bem evoluídos para o tempo. O objectivo deles era bem claro: explorar economicamente e mais nada. Explica-se, daí, que a Indonésia, colónia holandesa por séculos, seja o maior país islâmico (os Países Baixos são maioritariamente cristãos - protestantes) e que nem sequer fale o holandês. O colonialismo deles era mais 'refinado', digamos. Os latinos, portugueses e espanhóis, sobretudo, fixavam raízes, criando laços com as terras que povoavam. Raramente voltavam ao reino. Os holandeses, não; pelo contrário, cumpriam os deveres e regressavam à sua terra-natal.
EliminarSim, acredito nisso. Bem como os ibéricos, os holandeses também não costumavam levar mulheres nas embarcações. Chegaram ao nordeste famintos, olharam para as índias, pronto, já se sabe... Enfim.
obrigado e abraço. :)
Eu também não sou de História. Mea culpa, sei muito pouco de História de Portugal. Sou muito mais da Literatura e afins, se bem que ambos estão quase sempre relacionados. Mas pronto... Embora goste sempre de ler, as minhas épocas são outras.
ResponderEliminarPor isso, adorei ler esta biografia, escrita num português sem mácula, onde, com certeza, voltarei mais vezes para reler. :) E espero que surjam outras!
Abraço, Mark!
Já escrevi imenso sobre personalidades portuguesas e estrangeiras. :) Recordo-me, no momento, de D. Maria I, Jaime II de Inglaterra, Carlota Joaquina, D. João V, etc. Terás é de procurar, porque nem eu sei quando escrevi. :)
EliminarInfelizmente, para desgosto pessoal, não sou de História. Sou de Direito (e muitos há, em Direito, cuja real vocação é História). História é a minha praia. Nela, sinto-me como 'peixe na água'.
Sim, Literatura, História, Direito (embora menos) andam geralmente de mãos dadas. Digamos que pertencem à grande família das Línguas e Humanidades.
abraço, Inefável, e obrigado por gostares (também queria um feedback acerca do meu texto e fugiu tudo para o Prof. Hermano Saraiva, ahah). :)
Mark, ouça, a tia Luísa era uma santa pessoa, 'tá a ver? Amorosa! :)
EliminarQualquer dia dás-me porrada por eu andar sempre com isto lol. Alguma vez viste as entrevistas históricas do Herman José? Quando ele "imita" figuras como o Infante D. Henrique, D. Sebastião, etc. Já as vi milhares de vezes e adoro sempre lol. Claro que é tudo exagerado até ao extremo.
Pois, de facto, é uma grande família mesmo. Como costumo dizer, ter seguido esta área de formação foi o mais maravilhoso "erro" da minha vida lolol.
Abraço!
Ahahahah, adoro! xD
EliminarVi, sim, no Youtube. :D É maravilhoso!
És de Literatura, que engraçado. :) Olha, comecei com os clássicos muito cedo e agora ando afastado de literatura clássica ou contemporânea (Direito fez-me enjoar a leitura, seja ela qual for). Tenho um amigo que começou agora a ler o "Crime e Castigo"; eu li com treze ou catorze anos, não sei precisar. Lol
abraço.
Pois... Eu, nesse aspecto, fui um filho serôdio lol. Só comecei a ganhar gosto já relativamente tarde, muito perto de ir para a Faculdade. Mas olha, a coisa depois bateu forte e virou paixão. Entretanto crescemos e descobrem-se outros amores dentro da família (salvo seja lool) e pronto! :D
EliminarAhahah. :D Eu sempre gostei de História. Desde pequenino. Lia os livros que o avô tem na biblioteca e fui alimentando o gosto. Já no 1º ciclo, a Estudo do Meio, onde abordávamos um pouco de História, era o melhor aluno. :D
EliminarDireito surgiu por exclusão de partes. Se não seguiria História por ser uma licenciatura muito limitada, pronto, seguiria Direito. A outra opção seria Comunicação Social... Nunca meditei bem sobre esta via... Agora já está. Veremos o que o futuro trará. :)
depois de Olivença, D. Luísa de Gusmão. qual será o próximo post histórico, terá, igualmente, ligação aos nossos vizinhos, hum? :)
ResponderEliminargostei muito e tens razão, o papel das mulheres na nossa História é, geralmente, menosprezado. quanto ao JHS, já muito foi dito, comunicador nato, 'professor', salvo seja, de História, mau.
bjs.
O artigo sobre Olivença teve outro objectivo, não o considerando um texto histórico. Tive de fazer um enquadramento para chegar onde quis, ou seja, a questão de Gibraltar e as semelhanças com a questão oliventina. :) Daí tê-lo inserido nos 'Artigos de Opinião'. Os espanhóis são pura coincidência, juro. :D
EliminarEstes textos são muito trabalhosos. Junto conhecimentos a algum trabalho de pesquisa, por isso, nem sempre o faço. Há anos escrevia mais sobre História. Torna-se gratificante porque vocês são uns queridos e gostam. :)
beijinhos.
Gostei imenso desta biografia. Uma mulher notável num contexto tão explosivo e adverso!
ResponderEliminarAdorei alguns dos pormenores que contas, tal como o envolvimento de D. Afonso com António Conti, de que não fazia sequer ideia. O que é que se sabe ao certo sobre essa relação?
Abraço Mark :)
Sim, Arrakis, obrigado. :)
EliminarBom, respondendo à tua pergunta, sabe-se pouco. A historiografia portuguesa tem tentado ocultar esta faceta da vida de D. Afonso VI, iludindo incautos com dados duvidosos. O que se sabe ao certo é que António Conti e o rei eram 'unha e carne', sendo que D. Afonso VI fez do genovês o seu 'moço da câmara', tendo este acesso ao quarto real, ao ritual do vestir e despir, etc... O rei era impotente, logo, as façanhas que alguns atribuem a D. Afonso VI e a Conti, como a de frequentarem prostíbulos, até poderão ser verdadeiras, mas parece-me mais plausível a relação homossexual de ambos. Sabe-se, também, por exemplo, que D. Afonso VI divertia-se com mulatos que deambulavam pela cidade, levando-os para o palácio real. São conhecidos casos de discussões públicas entre o rei e D. Luísa devido a tudo isto.
Os partidários de D. Pedro II (que depôs o irmão) fizeram 'trinta por uma linha' para denegrir a imagem de D. Afonso VI, contudo, falarem da homossexualidade do irmão do monarca seria pesado demais. Da sua impotência sexual nada há a obstar: as sequelas físicas não o permitiam ter erecção, daí a anulação do seu casamento com D. Maria Francisca de Sabóia, que posteriormente casou com o cunhado, o próprio D. Pedro!
Outras pessoas partilham da mesma opinião: Fernando Bruquetas de Castro escreveu um livro interessantíssimo ('Reis Que Amaram Como Rainhas') no qual aborda a homossexualidade de D. Afonso VI e de mais personalidades. Poderás ver mais aqui neste site: http://www.esferadoslivros.pt/livros.php?id_li=%20214
abraço, Arrakis. :)
Obrigado por me teres esclarecido, és um querido. Adoro as histórias dentro da(s) história(s). O que contas é interessante e muito esclarecedor relativamente a D. Afonso, que apesar de tudo acabou por ter uma vida bastante trágica. Nunca tinha cruzado a História de Portugal com a homossexualidade. Sabe-se muito sobre isso? (Só te faço perguntas lolol XD)
EliminarJá tinha ouvido falar no livro, vou ver se o encontro.
Abraço Mark :)
Queridos são vocês por gostarem e terem paciência para ler estes testamentos. :) Oh Arrakis, por favor, é uma honra para mim poder responder e conseguir esclarecer uma dúvida tua. :)
EliminarVamos lá... Bom, além aqui do nosso D. Afonso VI (que, como disseste, e bem, teve uma existência muito trágica desde pequeno até à morte), há informação muito concreta sobre uma bissexualidade do D. Pedro I (sim, o da Inês de Castro, quem diria...) e, fala-se, embora com menos consistência (até porque o seu triste destino eclipsou a vida pessoal), de D. Sebastião. Que eu tenha conhecimento, entre a monarquia, paira a dúvida sobre estes três. Dúvidas porque certezas, certezas, ninguém tem. Parece mais do que certo em relação a D. Afonso VI e a D. Pedro I (deste último até há documentos que mencionam homens!).
O livro é muito bom para quem queira aprofundar estas questões.
abraço, Arrakis e obrigado. :)
Estou desolado, Mark.
ResponderEliminarEscrevi aqui um comentário longo como este teu texto merecia, e imodestamente, interessante sobre o tema que abordas, a forma como o fazes e outras considerações bastante pertinentes.
Sucede que ao clicar no "publicar", o texto desapareceu e claro, será impossível reescrevê-lo como estava. Muita pena a minha e acredito que talvez também tua.
Com certeza! Com muita pena minha. :(
EliminarSão coisas que acontecem... Já me aconteceu ter um comentário escrito e, de repente, a janela bloqueia, não consigo copiar, tenho de fechar, e perco tudo o que escrevi. Reescrevo, mas muitas ideias e considerações ficam pelo caminho...
Para trabalho que estou fazendo preciso de nomes da família Gusmão em Portugal, de preferência em Coimbra de 1600 a 1800.
ResponderEliminarAgradeço qualquer contribuição.
Flavio Musa de Freitas Guimarães
flavio.musa@gmail.com