Distante. É desta forma que me tenho sentido nos últimos dias. Na realidade, a extrema exigência que deposito no que faço, o que me traz alguma ansiedade, deu lugar a uma serenidade inabalável. Mais do que nunca, sinto-me tranquilo. Esse estado de leveza espiritual advém do reconhecimento de que o que faço é mais do que o que a maioria faz. Não que me conforte, todavia, alivia.
Pela primeira vez, de forma séria, tive uma crise vocacional. Não que ela nunca tenha surgido em pensamentos, mesmo que tímidos, contudo jamais o fora assim. Dei por mim a ponderar acerca do que quererei fazer quando a licenciatura terminar e não me revejo nos cargos típicos ou, pelo menos, expectáveis. No inverso, observo exemplos raros, verdadeiros, de pessoas que reverteram o sentido do óbvio e ousaram fazer aquilo que gostam e de onde retiram um verdadeiro prazer. Torna-se inspirador, sobretudo nestes momentos em que o mínimo feixe de luz é um bálsamo que renova a alma.
A entrada numa livraria despoletou esta consciência do certo e do errado, até agora uma nuvem acinzentada que pairava, mas que não conseguia encobrir o Sol. O momento em que reparas, ao abrir um livro, que aquele amontoado de palavras te pertence inexoravelmente. O momento em que sofres ao deixá-lo na prateleira, preterindo-o por outro que exige de ti a atenção e o dever. Nesse compasso de tempo, vês profissões e imaginas-te à secretária, de chocolate quente na mão, investigando e pesquisando, acrescentando algo de novo ao que se sabia, inovando incessantemente. O gosto é o fio condutor do que te faz mover pela procura.
No dia seguinte, estou em paz. Encontrei o ponto de equilíbrio. Chamá-lo-ei de princípio da certeza. Não está totalmente preenchido, no entanto, arriscaria a dizer que vejo o caminho.
Fará parte do teu caminho, teres essa dúvidas e encontrar certezas. A tua vida será feita desses momentos, e perceberás que isso é bom.
ResponderEliminarAbraço
sad: Obrigado por partilhares a tua experiência. Sou ainda bastante imaturo e recolho, como conchas no areal, todas as boas opiniões.
ResponderEliminarabraço :3
Todos duvidamos sobre algo durante a nossa vida, sobre coisas mais triviais ou sobre algo mais importante. Eu acho que tenho sempre mais dúvidas nas coisas mais simples, porque as complicadas, aquelas que me envolvem, que costumam ir mais além, acabam por ser mais fáceis de resolver.
ResponderEliminarPrecisamos de encontrar-nos, dentro desse nosso mundo, desse Happy Place que todos temos :)
Espero que te encontres :D
Abarço
PS: Eu tenho dúvidas nas coisas simples e nas complexas. Sou uma caixa de dúvidas. Creio que tudo se deve a alguma inconstância da minha parte.
ResponderEliminarTomara que sim. :)
abraço :3
Mark.
ResponderEliminarHá sempre momentos desses no percurso de cada um.
Aconteceu comigo e felizmente escolhi bem, sempre escolhi bem.
Vais perceber qual o caminho correto e vais conseguir trilhá-lo.
Tenho a certeza que conseguirás.
Há horas de mudança que, quando aparecem, nós entendemos...
Observa e verás que assim é.
Um abraço com carinho e grande amizade.
Força aí, amigo :3
Pedro: Depois de concluir a licenciatura, surgiu-me uma ideia engraçada para o mestrado. Isso trouxe-me esperança e paz.
ResponderEliminarabraço e obrigado :3
Mark: Fico tão contente.
ResponderEliminarDe verdade.
abraço amigo :3
Tu, imaturo?
ResponderEliminarPara a tua idade, não és nada imaturo.
Simplesmente nessa idade e hoje mais que nunca têm-se sempre muitas dúvidas. Quando descobrimos "o fio à meada", as coisas começam a encaixar. Num dia em que tanto tenho falado em livros, devido ao post que pus, é-me grato registar a influência positiva destes no desabrochar do conhecimento do teu caminho.
Para um futuro feliz, importa a razão é verdade, é fundamental gostar do que acabamos por optar, mas a intuição tem também um papel primordial; muitos contrariam opções em nome de convenções, sociais, familiares, ideológicas e acabam por ser infelizes.
João: O que acrescentar ao que disseste? Fala a voz da vida. E de uma vida rica, preenchida e sábia.
ResponderEliminarNa livraria, tive dois livros sobre as pernas. Trouxe comigo o que não queria e aquele que me prendia a atenção ficou lá. Com ele deixei os sonhos, mas trouxe algumas certezas.
Apesar de não parecer, sou ainda imaturo. Eu sei que não parece. :)
abraço :3
Tive as mesmas dúvidas ao terminar a licenciatura, a pós graduação, e mais e mais... curso aqui e curso ali...
ResponderEliminarSegue o teu coração e a tua voz interior... ;)
Abraço
"O momento em que reparas, ao abrir um livro, que aquele amontoado de palavras te pertence inexoravelmente. O momento em que sofres ao deixá-lo na prateleira"... está tão bem escrito!!! (tal como o post como um todo). Também sentes que há tantas palavras e livros para ler e que a vida é curta demais para os ler todos? Não desperdices o teu tempo, não deixes de fazer aquilo que te apaixona!
ResponderEliminarFrancisco: Estou a começar a interiorizar isso. :3
ResponderEliminarJoão: Em primeiro lugar, obrigado.
Sim, também sinto isso, mas referia-me concretamente às minhas preferências. Infelizmente, trouxe o livro que menos me diz, mas cujas imposições actuais me obrigaram a comprar.
Sim, começo a tomar consciência disso.
abraços a ambos :3
Escolher o caminho profissional que nos apaixona e nos fará felizes é quase como não ter de trabalhar a vida inteira e isso não tem preço.
ResponderEliminarNunca abdiques disso...:)
Abraço.
a tua idade cronológica não corresponde à mental, Mark. Dizes que és imaturo, que não tens a experiência, como é lógico, de vida, mas as tuas profundas reflexões, em particular esta última, deixa-me antever que terás um futuro promissor. acabarás por fazer aquilo que gostas, com os conhecimentos que estás a adquirir. poderás não advogares no sentido restrito da palavra, mas podes, por exemplo, trabalhar na área social, interventiva, no âmbito de uma cidadania exercida em pleno.
ResponderEliminaragora, tens que cumprir a tua missão, a licenciatura e o mestrado. depois, o céu é o limite :)
bjs.
Arrakis: Tens toda a razão! E, por isso, dou por mim frequentemente a indagar-me se é realmente isto que quero. O ter uma "boa avaliação" não chega: é preciso gostar. Isto sou eu a tentar convencer-me.
ResponderEliminarabraço :3
Margarida: Sim, não pretendo ficar nesta área. Diz-me tão pouco. Já só penso no mestrado. :)
Ah, é verdade, obrigado por achares que tenho maturidade. :p
beijinho.
Claro. Não duvido que tenhas talento para abraçar várias áreas, mas escolheres a que te apaixona vai fazer toda a diferença na tua vida :)
ResponderEliminarPois é... Preciso mesmo de me sentir completo. :3
ResponderEliminarAs crises vocacionais podem ser indicador da necessidade de mudança. Descobre o teu coração e segue-o.
ResponderEliminarBoa sorte!
Obrigado, Paulo. :')
ResponderEliminarQue consigas fazer as escolhas certas. Independentemente disso toda a formação será importante.
ResponderEliminarR: Obrigado pelos votos! :3
ResponderEliminarQuerido Mark:
ResponderEliminarComeço por felicitar-te! ^^
É um passo importante e representativo que estás a crescer e a amadurecer, o facto de ponderares e de te sentires envolto numa névoa de dúvidas, conflitos e dilemas interiores, que originaram esta crise vocacional.
Desde que comecei a "ler-te", que sempre fui da opinião que estavas num curso...não direi "errado", talvez possa designá-lo de "desadequado".
Penso que foste levado a fazer uma escolha, não na perspectiva de o quereres realmente, mas numa base de preencheres as expectativas que as pessoas mais próximas têm em relação a ti.
Não é fácil encontrar uma resposta adequada...cada caso é um caso, pois ninguém melhor que tu saberá ao certo o que realmente te vai fazer feliz!
Eu, um dia, decidi seguir os meus sonhos, lutar por eles.
Tive de enfrentar a hipocrisia e a "condenação" por parte da minha família, que ainda hoje não respeita completamente a minha escolha.
Por vezes, eu próprio me questiono se terei feito bem, em seguir o caminho que escolhi.
São fases de insatisfação temporária, porque realmente tenho gosto e prazer naquilo que faço.
E a melhor de todas as "recompensas", é o facto da minha escolha me permitir continuar a crescer e a evoluir enquanto ser humano, poder chegar cada vez a mais pessoas e, aos poucos, mudar o Mundo! ^w^
Acima de tudo, segue o teu coração!
"Quando a boca não consegue dizer o que o coração sente, o melhor é deixar a boca sentir o que o coração diz."
William Shakespeare
Beijinhos :3
Hórus: Essa desadequação de que falas foi perceptível por mim desde o primeiro dia. Contudo, as boas notas que sempre tirei levaram-me a uma "acomodação", a uma inércia. É claro que não me sinto preenchido neste curso, muito menos realizado...
ResponderEliminarAgora, enfim, é terminar, mantendo a média, e seguir em busca de algo que me satisfaça. Daí umas ideias, sobretudo uma, para o mestrado! ^^
Quanto à tua experiência pessoal: é louvável e procedeste muito bem! Lutaste pelos teus sonhos.
beijinho :3