Vejo-me na penumbra de um olhar. Questiono se aquela íris, esverdeada, vem de encontro ao meu sinal.
Subtil, como quando uma gaivota atravessa um céu de maresia. Evito-me a todo o instante, evito as forças que, irresistivelmente, me prendem a ti. Quando as noites e os dias se confundem, o sentimento é o mesmo.
Não quis tombar ante o desespero. Pensei em ser forte, pensei que após longas voltas nos ponteiros do relógio, tudo ficaria bem.
Tacitamente, vi-me só. Como é dura a existência num meio sombrio. Se todas aquelas pessoas soubessem o que senti, teriam vindo ter ao meu encontro. Olhar em redor de pouco adiantaria. Não, não quis o pesar, não quis o olhar dolente que só me traria mais constrangimento. Pensamos - pensei - que me bastava a todo o momento.
Pensei, afinal, em contar o tempo. Contando-o, segundos, minutos, horas, a leveza da passagem tornar-se-ia real. Esqueci-me, todavia, de que o tempo não se conta. O esquecimento fora evitável porque, quando me apercebi, a hora tinha chegado.
Mark,
ResponderEliminarpelo menos tenta.
Não resistas!!! É que, sem dúvida "a existência num meio sombrio" é deveras dura. Muito dura, mesmo.
Força.
Abraço
O "meio sombrio" a que me refiro são os nossos medos, medos que todos temos.
ResponderEliminar^^
Adorei a maneira da tua escrita.
ResponderEliminarFlores.
Quer este quer o post anterior estão muitíssimo bem escritos. Gosto quando pomos alma e sentimento na sinceridade do dizer. Vou explorar melhor o teu blog e ainda bem que te encontrei.
ResponderEliminarAbração
O tempo, sempre o tempo...
ResponderEliminarClaro que o tempo se conta e por vezes custa imenso a contar.
Por isso, e tu ainda estás a tempo, apressa-te que o tempo voa e por vezes não volta mais.
já te disse que escreves maravilhosamente, mas o poeta que há em ti precisaria talvez da coragem de enfrentar o mundo e o tempo. Eles têm que avançar ao nosso compasso, ao ritmo do nosso próprio verso. Somos novos demais para nos deixarmos ser tácitos:-)
ResponderEliminar