15 de dezembro de 2010

Orais de Confirmação


Não conhecia esta modalidade na faculdade, confesso, mas achei interessante. Em que consistem as famosas orais de confirmação? Soube, a semana passada, que os melhores alunos a uma determinada cadeira são chamados a uma oral de confirmação com o professor-regente. Os alunos que tenham média de 14 ou superior vão a uma oral para provarem os seus conhecimentos, de forma a confirmarem ou não se são verdadeiramente merecedores de tal nota. Claro que isto não sucede a todas as cadeiras.
Na semana passada, o professor-assistente disse-me que, devido ao facto da minha nota final ser elevada, seria benéfico para mim se fosse a uma oral de confirmação. Não confundir com as orais de melhoria. Essas são depois da época de exames e, como o nome indica, servem para melhorar a nota de determinado aluno.
Hoje foi o dia da última aula àquela cadeira, logo, foi o dia da oral de confirmação. Éramos oito num universo de bem mais de uma centena. Estava nervoso, assumo. O anfiteatro estava cheio de pessoas, uma vez que as orais são públicas. Dos oito, seis eram raparigas. Acho que este dado é bastante esclarecedor. Não querendo criar ainda mais um estereótipo, há quem diga que os gays e as mulheres são mais inteligentes  do que os homens heterossexuais... Eu não disse nada!
O professor-regente começou a chamar um por um. Eu fui o quinto. Perguntou pelo meu nome, eu levantei-me e fui sentar-me na fila da frente do anfiteatro, de modo a que fiquei em frente ao professor. Perguntou se eu tinha alguma preferência num tema de início. Mantive a calma e disse que não. Começou a fazer-me perguntas. Fez seis perguntas. Respondi bem (ele disse mais tarde) a quatro, sendo que nas outras duas respondi de forma incompleta. Quando acabou a minha vez, levantei-me e voltei para o meu lugar inicial.
No final de todas as orais, o professor confirmou cinco notas (incluindo a minha) e não confirmou as restantes (eles espalharam-se ao comprido!...).
Suspirei de alívio porque provei o que sei e as minhas qualidades. Não conseguem imaginar a tensão de estar a ser observado e escutado por dezenas e dezenas de pessoas, entre as quais, outros professores, alunos mais velhos, os nossos colegas, etc.
De salientar que para estas e quaisquer outras orais vamos de fato e gravata (o que para mim não é algo que abomine, antes pelo contrário). No colégio, usávamos gravata na farda. Usei durante muitos anos. Ainda hoje, eu utilizo camisa e gravata várias vezes, mas de formal informal, com jeans e ténis.
Houve uma atitude em especial que me marcou. O R., antes da oral, veio ter comigo e desejou que tudo corresse bem. Antes de se afastar, piscou-me o olho, num acto que me transmitiu calma e segurança como se me dissesse: "Vai correr tudo bem, eu confio em ti...".
Gostei imenso desta atitude. Outros colegas desejaram-me sorte. Era quase uma representação da nossa turma. Fui o único da subturma. Ahahahahahah.
Claro que tudo tem o lado bom e o mau. Lá vou ficar (se é que ainda não fiquei...) com fama de inteligente e marrão, o que como devem compreender coloca-nos num patamar interessante, mas quase que nos desvirtua dos outros alunos. Parecemos uns semi-deuses. Para além disso, os professores começam a criar expectativas... Já conheço esse processo...
Sinto-me eu, por mais estranho que isso possa parecer.

12 comentários:

  1. só 8? mau sinal. espero que não seja assim a todas as disciplinas

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  2. Sim, só nós tivemos oral de confirmação, ou seja, notas iguais ou superiores a 14 que "exigiam" uma oral para testar os nossos conhecimentos. Todavia, devem existir imensos 10, 11, 12, 13, penso eu! Espero eu! Ahahah. :)
    E, claro, nesta cadeira. Nas outras não sei. :)

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  3. Parabéns Mark! Mas essas orais de confirmação destinam-se a provar que não houve copianço? Ou são mera formalidade?

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  4. Obrigado, Liker. :)
    Olha, talvez um pouco das duas. Mas, na minha opinião, é mais uma ideia do professor-regente do género: «Deixa cá ver o que estes tipos valem...». :) E como é ele que dá as notas...

    Lots of Love. ^^

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  5. Parabéns garoto! Aqui no Brasil é tudo diferente, tudo muito fácil, afinal muitos tiram notas boas "colando" ou seja, consultando seus lembretinhos, e sorte que eles não têm oral, senão iriam mau...

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  6. Obrigado, Ro Fers. :) Aqui não é assim tão diferente. Cá também há muitos que "colam" nas provas e nos exames. Nas orais é mais difícil. :)

    Lots of Love. ^^

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  7. Não sei em que Universidade andas, mas eu Licenciei-me na Autonoma, e todas as notas iguais ou superiores a 16 tinhamos de ir a oral. Hoje não sei como é, mas lembro-me do stress de passar de uma uma prova escrita para a argumentação oral. Nos ultimos anos do curso fiz imensas orais, e nunca me ralou muito qual a imagem que tinha junto dos meus colegas. A minha atitude na Faculdade é a mesma que tenho na vida, estou para vencer. Quem não gostasse pusesse à beira do prato. A vida vai-nos fazendo crescer a auto estima. Por isso força rapaz.

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  8. Sôfrego, então, conheces bem a sensação imediatamente antes de uma oral. É bastante tenso. Mas já me disseram que, com o passar dos anos (e com o aumento das orais...), vamos perdendo essa sensação estranha. Passa a ser habitual. Foi a minha primeira vez numa oral universitária. :)
    Também faço tudo para vencer e onde me "meto" é para dar o meu melhor. Não é que me preocupe com a ideia que tenham de mim, mas esse estereótipo de "bom aluno" tem tanto de bom como de chato. :)

    Pareces-me uma pessoa muito sensata. :)

    Lots of Love. ^^

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  9. Oh, não digas isso. :) As pessoas mais sensatas costumam ter melhores resultados em tudo na vida. :)

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  10. Antigamente, no meu tempo de liceu havia as orais, depois das escritas e até as famílias assistiam...
    Era um pouco intimidante; um dia sucedeu algo curioso numa oral minha de Filosofia. Como quase toda a gente tinha arranjado uma namorada, eu também arranjei uma, mas era só para andar com ela (nunca a beijei, sequer). Ela estava a assistir à minha oral e o professor perguntou-me quais os sentimentos electivos que conhecia' respondi correctamente - o amor e a amizade, e depois ele meio a rir perguntou se eu já os tinha experimentado? Claro que tenho amigos, disse eu; e o amor, já amou alguém? e eu respondi com sinceridade: Não!
    O exame continuou, tive boa nota e no final a minha "namorada" disse-me que estava tudo acabado entre nós... (que bom, pensei eu, eheheh).

    Parabéns pela tua nota e não era de esperar algo diferente de ti.

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  11. Ficaste todo feliz com o fim do namoro. :)) Compreendo-te. :)
    Essa situação não deixa de ser engraçada. Deves ter excelentes recordações desses tempos! :)

    Obrigado, Pinguim. És um querido.

    Lots of Love. ^^

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