26 de março de 2010

Quando eu sonho...

Há umas noites atrás sonhei contigo. Sonhei que vinhas ao meu encontro e me pedias desculpas por tudo aquilo que fizeste de errado. Parecia tão real e não apenas um sonho ridículo e enganador. Ao acordar, fiquei com aquela sensação boa de sonho, principalmente quando é tão real quanto este sonho em concreto o foi. Era um prenúncio.
Vi-te ontem numa esplanada com uma rapariga. Confesso que todos os dias, em relação a ti, existe um dualismo no mínimo estranho. Se por um lado gosto de te ver, por outro lado prefiro que um possível encontro não aconteça. Quem era mesmo essa rapariga? Constatei que não é a mesma da última vez, muito menos a dos últimos tempos. Como estavam felizes! Pelo menos ela estava. Tu estarias? Não, não me viste. Que conveniente, ficaste de costas para a entrada. Infelizmente, tenho o dom de sentir a tua presença onde quer que estejas. Gostei particularmente da forma como a tocaste com a mão. A forma como a acariciaste e a iludiste. Sabes, ela pensa que é feliz. Imagino as histórias que lhe contas, a forma como utilizas as palavras para lhe dizeres que a amas. A forma como finges um amor.
É incrível como as situações se repetem no tempo. Era capaz de apostar o mundo em como já vi uma cena idêntica. Continuo - e continuarei - a não perceber de quem foges ou do que foges. Provavelmente de ti. Sabes, acho que és profundamente infeliz. E essa infelicidade é contagiosa. Naquele momento tive pena. Pena dos dois. Mais de ti do que dela. Ela encontrará, um dia, alguém que a ame. Tu continuarás a percorrer esse caminho errático que só te conduzirá à amargura e tristeza totais. Sabes isso. Senti-me bem por ter a mãe à minha espera no carro. Pude dar por concluído o nosso encontro, sim, encontro. Saí, mas não penses que saí feliz. Ainda sofro por ti. Só por ti. Nunca por mim. Nem uma lágrima escorreu no meu rosto. Nunca escorreu, nem nunca irá escorrer.
A propósito, não me envies mensagens de madrugada porque "precisas de falar comigo".
Não há nada que possamos dizer um ao outro. Descobri uma outra forma de viver-te. Vivo-te em mim, à noite, quando sonho contigo. Lá, és como eu quero. O meu sonho consegue filtrar tudo o que de mau existe em ti.
Estamos juntos, à noite, quando eu sonho contigo.

1 comentário:

  1. Uma só palavra: FASCINANTE!
    Refiro-me à tua forma de comunicares as tuas emoções.
    Abraço.

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