Há uns anos que não falava do 25 de Abril. Repetir a mesma ladainha ano após ano torna-se chato e inútil. Este ano, entretanto, assinalaram-se os 50 anos das primeiras eleições livres em Portugal, e também as primeiras nas quais puderam votar mulheres. As primeiras eleições de sufrágio verdadeiramente universal. Teve uma participação de 91%. Das cidades à província, as pessoas acudiam às urnas para votar. Vi uma reportagem na RTP. O analfabetismo era tão grande que muitos nem sabiam em quem votar. E diziam-no. “Eu votei ao calhas”; “Eu votei num qualquer”. Também não sabiam em que é que se votava. Uns diziam que era para o Presidente da República.
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Jamais se voltou a ver uma adesão às urnas como a 25/04/1975 |
Na verdade, a 25 de Abril de 1975, exactamente um ano após a revolução, votou-se para a Assembleia Constituinte, isto é, a assembleia que viria a redigir a Constituição de 1976, que entrou em vigor precisamente no dia 25 de Abril do ano seguinte. Um dia histórico, não da dimensão do 25 de Abril de 1974, mas ainda assim um dia histórico, e merece ser assinalado.
Verdade, um dia que deve ser assinalado todos os dias e todos os anos,
ResponderEliminarAbraço amigo
Neste caso, não assinalei o 25 de Abril de 1974, mas sim o de 1975. Também foi um dia simbólico.
EliminarÀs vezes acho que comentas meio sem ler o que se escreve. Ahaha
Admito que muitos e muitas, até nem podia saber bem para o que eram as eleições, mas a maioria estava informada. A minha bisavô, analfabeta, sabia muito bem ao que ia, e pediu ajuda dos netos para tratar de tudo para que pudesse votar. As pessoas naquela altura, embora mais pobres e com menos estudos, tinham mais consciência de classe, de democracia, de liberdade - ou falta dela - e de saber dar valor às coisas. Às pessoas. Às atitudes. Não querendo parecer um velho do restelo, mas sendo-o, a sociedade portuguesa depois de 2000, tornou-se de "cristal", muito por culpa das pessoas da minha geração que não souberam educar os seus filhos, e por estes acharem que o mundo lhes deve tudo, quando não lhes deve nada, a não ser a capacidade de lutarem por um futuro melhor. O seu e o de todos nós.
ResponderEliminarConcordo com o teu comentário, integralmente. Não acrescentaria nada.
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