Esta publicação não é mesmo (até sublinhei) nenhum tipo de recado ou indirecta. As coisas fazem-se no seu tempo e não se mexem mais. Resulta apenas de observações minhas através do tempo, observações atentas, e algumas conclusões. Minhas também.
Quer-me parecer que assistimos a uma inversão de valores. Já não há amor. Já não há bem-querer. Na dita comunidade gay, é realmente uma piada. E eu nem falo por experiência, porque tive a sorte de conhecer alguém muito, mas mesmo muito especial. Não tem um corpo escultural, como eu não tenho, mas tem um grande coração, bem trabalhado; um músculo forte, que o torna num ser humano lindo, luminoso, e qualquer pessoa que com ele lida fica deslumbrado com o seu sorriso radiante. É mesmo uma excelente pessoa, e eu agradeço a Deus, diariamente, tê-lo encontrado.
Hoje em dia, o sexo manda e as pessoas são brinquedos. Traem-se, mudam de parceiro constantemente, têm sexo com o parceiro e outros ao mesmo tempo, “relações” abertas… São livres. Claro que são. Como eu sou livre de lamentar tudo isto. Como eu sou livre de dizer que jamais me identifiquei com essas condutas, que me parecem, digamos, um nojo. Que me suscitam sentimentos repulsivos, o que me faz querer manter-me o mais afastado possível de pessoas assim. Não as quero perto de mim. Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és. Talvez não seja bem assim, mas pelo sim, pelo não.
Eu escrevia em diários, de adolescente. Destaca-se um pendor triste, sempre, e sobretudo a lástima pela falta de um amor. Não há uma única menção a sexo. Tudo o que almejei foi encontrar o amor, amar e ser amado, e isso foi-me concedido. Oxalá seja sempre assim. E se não for, jamais renunciarei aos meus princípios. São o que de mais valioso tenho. Sei muito bem o que quero. Quero amor, quero respeito. Consegui-os e tudo farei para os manter.
Não entendi bem estes seus dois últimos posts.
ResponderEliminarPosso, no entanto, discorrer ligeiramente sobre o que refere neste último escrito, apesar da não ser alguém avalizado para o fazer.
Tenho, no entanto, uma opinião, que vale o que vale, tendo em conta que tudo é muito relativo e sujeito a refutação por outra pessoa qualquer, mas isso é inevitável, e não me preocupa muito. Isto é, não me tira o sono.
Sobre a sexualidade de cada um não me sinto capaz de julgar o que quer que seja, pois ela é tão íntima e peculiar, e, em simultâneo tão complexa para cada um de nós, que muitos seres humanos não sabem muito bem como expressá-la, ou porque não a entendem, ou porque a forma como a praticam é a única forma que lhes foi dado entendê-la.
Eu simplesmente desejaria que, num mundo perfeito, cada pessoa conseguisse perceber o que quer, e o que a faz feliz. Porque não acredito que estejamos neste mundo para ser infelizes.
Se formos infelizes, quem quer que nos rodeia acabará por "apanhar por tabela". E isso não é justo nem para quem sofre, nem para quem está sujeito aos outros com quem têm relacionamentos, sejam eles quais forem, desde que afetivos.
Não me sinto capaz de ajuizar sobre o que faz feliz cada uma das pessoas, desde que não façam infelizes os outros. Como expressam a sua sexualidade, desde que não interfira de forma negativa com os outros, é-me indiferente, pois, repito, tenho a ideia que não andamos cá para sofrer ou sentirmo-nos amargurados.
Talvez por isso vamos encontrando gente tão pouco satisfeita consigo mesma, amargurada mesmo, muitos porque se sentem julgados, outros porque nunca resolveram a sua vida afetiva dentro de si mesmos (por razões variadas que se prendem com as experiências que foram tendo durante o seu período de crescimento físico e intelectual), outros porque acabam por ir contra si mesmos, porque não conhecem melhor, enfim, cada um tenta sobreviver da melhor forma possível, e nem sempre essa forma é a melhor, claro, mas isso é melhor observável por quem está "de fora", pois quem está a vivenciar não lhe é fácil ver-se de tão próximo.
Essa parece-me ser a razão de encontrarmos pessoas na nossa vida, que me parecem de mal com a vida e, consequentemente, com os que os rodeiam. É na verdade uma pena. Lastimo profundamente quando isso sucede.
No entanto, devo dizer-lhe que me apraz especialmente que esteja bem e que tenha resolvido uma parte da sua vida tão importante.
Quero desejar-lhe que continue a sua vida como gosta, e que o futuro lhe traga a satisfação de saber que enveredou pelo caminho que julgou mais correto para si. Seja feliz, se conseguir, pois isso fará feliz as pessoas que o rodeiam e que gostam de si.
Consequentemente, espero que continue no seu caminho, se sentir que é aquele que tem hipóteses de o fazer sentir de bem com a vida, pois acredito que esse é um dos objetivos que deve orientar a vida de cada um de nós, ou pelo menos, tem sido o meu
Manel
Olá, Manel
EliminarO post anterior foi uma resposta a um blogger que me chamou mau e amargurado.
Este é uma reflexão/desabafo sobre a libertinagem que vou vendo por aqui e ali… As pessoas são livres, e se essas condutas as fazem felizes, siga! Eu reservo-me o direito de achar tudo um nojo.
Sim, eu consegui o que sempre busquei. Felizmente. E ainda que não tivesse encontrado alguém que me amasse e respeitasse, ficaria sozinho. Andar a pular de cama em cama, jamais. Isso jamais. Sentir-me-ia sujo. Um orgasmo não vale a minha honra, e nem sequer é o sexo que me seduz numa pessoa: é o seu carácter, o seu interior. Parece uma balela, mas acredite, não é.
Cumprimentos,
Mark
Há muitos anos atrás dizia para mim. Era mais fácil encontrar uma queca do que uma gravata para combinar com uma camisa.
ResponderEliminarNos dias de hoje, o sexo banalizou-se. Muitos procuram aquele amor, mas perdem-se pelo caminho (nada contra)
Fico muito feliz por ti
Abraço amigo
Pois, cada qual sabe de si, e Deus sabe de todos.
EliminarUm abraço,
Mark
Mark, será que liga ao que lhe dizem? Só se for alguém a quem concede o privilégio. Porque ligar aos outros é concerder-lhes um privilégio, a maior parte das vezes, indevido.
ResponderEliminarSiga com a sua vida da forma como a planeou e a quer. O último responsável pelo que somos, somos nós mesmos, os outros... Bem, deixe-os pensar e dizer o que quiserem, isso não torna verdade o que referem.
O Mark, é uma pessoa fantástica, como homem, fez-se como ser humano, ultrapassou dificuldades seguramente, por isso não tem de dar resposta a ninguém, a não ser a si mesmo.
Conhece o ditado: "os cães ladram, mas a caravana passa"; a única pessoa a que deve algo é a si próprio e a quem escolher dar esse privilégio. Não o dê a mais ninguém!
Cumprimentos
Manel
Olá Manel,
EliminarAgradeço o de pessoa fantástica, mas não sou. Acho que não sou. Eu ainda ando aos apalpões, a tentar descobrir qual é a minha missão neste mundo. Um dia conto a história pouco ortodoxa da minha concepção. Eu, se os meus pais tivessem tido juízo, não estaria aqui.
Cumprimentos,
Mark
Eu também não quero abdicar de mim, só para agradar a outra pessoa, e entrar em situações que me deixam triste, magoado, desiludido e acima de tudo constantemente deprimido. Tentei, dei o meu melhor, mas no meu caso pessoal, 14 anos de dedicação e de amor não foram suficientes. Aliás, o amor não é o garante de tudo, e no meu caso, ou abdicava de mim, e daquilo que acredito, ou que teria de "aceitar as regras do jogo", que apenas beneficiavam uma vontade em particular.
ResponderEliminarCatorze anos é mesmo muito tempo, mas a vossa relação era "meio aberta", não era?
EliminarBom, hoje em dia existe tanta especificidade nos relacionamentos, que não sei bem como catalogar o meu. Ou que tive. Este último. Era um relacionamento fechado, emocionalmente e fisicamente, embora existisse abertura para termos conversas com outras pessoas nas redes sociais, e até mais sexuais, embora não era "permitido" passar ao "vivo". E se eventualmente isso acontecesse, teria que ter aceite pelos dois, e falado com os dois. Aconteceu algumas vezes, mas em 14 anos, foram 4 vezes. O problema no meu relacionamento foi um dos lados querer outras coisas, incompatíveis com o que outro lado queria, e não ter falado, discutido, negociado, ter sido honesto. Fez. Foi. E escondeu. Durante alguns anos.
EliminarPois, isso do esconder coisas não está bem. O resto, cada casal, cada pessoa, é livre. Eu, por mim, tudo bem. Quem sou eu para julgar. Para mim não daria. Só digo isto.
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