10 de janeiro de 2023

O saque de Roma, perdão, Brasília.


  As imagens das invasões populares aos órgãos de soberania brasileiros são impressionantes. Independentemente dos motivos. Lembraram-me o saque de Roma pelos bárbaros. Admiro sempre quando um povo se mobiliza, e o uso deste verbo não deve ser mal-interpretado. Admirar não significa que apoie ou condene. Admiro a coragem. Condeno os motivos, neste caso, e os modos. A imagem que passa é a de selvajaria, desordem total, descontrolo, de democracia em fanicos. Agora repare-se: segundo o meu pai (eu não vou a Portugal há quase um ano), o tempo de espera por lá nos hospitais públicos é de vinte horas, há cerca de 10.000 (em numeração assusta mais) pessoas a viver na condição de sem abrigo e metade da população portuguesa está em risco de pobreza. O pais bateu no fundo. Só que ali não há colhões para fazer o mesmo em São Bento e arredores.

4 comentários:

  1. Verdade amigo
    Um povo que olha para os vidros dos outros e não para os seus
    Abraço amigo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu acho é que deveríamos fazer mais pelos nossos direitos também.

      Um abraço, amigo.

      Mark

      Eliminar
  2. Não creio Mark, que se tenha batido no fundo. Creio que ainda está muito pior para vir, e, infelizmente não creio que esteja a ser "velho do Restelo" - antes estivesse!!
    Estes desgoverno no Brasil é quase uma cópia do que aconteceu com o fenómeno do "trumpismo" nos EUA, e não me admira, visto estes dois senhores estarem tão próximos um dos outro e se admirarem mutuamente, como seres destituídos de consciência coletiva equilibrada (têm-na, mas no pior sentido da palavra), de não serem capazes de serem solidários, e caraterizados por um totalitarismo negativo e perigoso mas, o que vale, é serem tão mentecaptos, que se consegue ver através deles; medo tenho eu daqueles que atuam pela calada, lobos revestidos com peles de cordeiros, destes sim, tenho pavor, pois são argutos, altamente inteligentes e, em comum com aqueles mentecaptos referidos, conseguem mover massas.
    Em Portugal temos uma situação que não me agrada minimamente, que é uma maioria absoluta - detesto maiorias deste calibre, leva a desmandos governamentais que ficam impunes e a posições questionáveis que ficam justificadas (como se justificação existisse) pela maioria que os cobre, qual manto diáfano salvador.
    Mas não creio que as pessoas sejam cegas, podem eventualmente aturar as situações, pois não têm outro remédio, mas espero (eu sou otimista, infelizmente) que sirva para obviar situações futuras.
    Tão pouco quero governos de direita, que aí sim, seria "pior a emenda que o soneto".
    Cumprimentos, e que a sua vida se vá pautando por uma normalidade que lhe dê estabilidade
    Manel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Manel

      Sim. Assim que soube do que sucedera no Brasil que me lembrei imediatamente do assalto ao Congresso americano. Aliás, Bolsonaro foi o mentor, o instigador, logo, admirador dos EUA e de Trump, foi previsível.

      Em Portugal, o PS é a sua maior oposição. Nem precisa de outra. São sucessivos tiros no pé. Assim como o Manel, tão-pouco gosto das maiorias absolutas. Quando um governo se vê em maioria absoluta, a tentação de abusar do poder que tem é grande, e já sabemos como somos quando temos poder. A negociação é sempre melhor, que foi a solução de 2015 para combater o extremismo ideológico da maioria de direita, mas desta vez o povo não quis assim. Vamos ver até quando o Marcelo vai tolerar o nepotismo e as arbitrariedades. Ele diz que não quer eleições antecipadas, mas eu não sei se este governo terá condições de chegar ao fim do mandato.

      Obrigado pelos votos, Manel. Vamos ver…

      Cumprimentos.

      Mark

      Eliminar