16 de janeiro de 2023

O Balneário de Mondariz.


    Eu adoro termas e águas medicinais. As minhas primeiras termas não foram em Espanha (e vivo na província das termas), nem em Portugal, senão na Hungria. 

    Já há meses que queríamos ir ao Balneário de Mondariz, vontade que não se concretizou por todas as peripécias do ano passado e também (talvez o principal motivo) pelo trabalho do M., que raramente dispõe de dois dias livres (excepto quando tira férias). Este fim-de-semana foi uma excepção, e depressa nos propusemos a fazer as tais ansiadas termas em Mondariz. Desde já, um aviso: a afluência é muita, pelo que os aconselho a reservar com antecedência. Eu reservei na antevéspera (com o trabalho do M., nunca podemos fazer planos antecipados) e quase que não conseguia uma vaga. 


A Fonte de Gándara, cuja água, com uma concentração elevada de bicarbonatos, é utilizada no tratamento da pele e de distúrbios digestivos, sobretudo


  O Balneário de Mondariz é o mais afamado de Espanha, considerado em 2012 o melhor spa do país, entre numerosas outras menções honrosas. Por lá encontrarão várias instalações, reformadas em 2020, dedicadas ao ócio termal. O que esteve na origem deste balneário foi a descoberta em 1872 da Fonte de Gándara, uma fonte de água medicinal. O Balneário entrou em funcionamento em 1873 e depressa se converteu num ponto de referência, epicentro da vida social e medicinal da região. Cem anos depois, justamente em 1973, um incêndio de enormes proporções destruiu-o, sendo que a actividade termal foi retomada apenas em 1993.


Um dos três edifícios que compõem o Balneário de Mondariz, com 194 quartos no total


    A par de toda a oferta, eu recomendar-lhes-ia duas actividades: o Circuito Celta [que consiste em: 1) duche com efeito peeling; 2) banho interior com jactos de água; 3) sauna celta; 4) jactos a pressão com efeito de choque e, por último, 5) banho de contraste ao ar livre, ou seja, numa piscina de água quente no exterior] e o Palácio da Água (composto por piscina de spa, jacuzzis e várias saunas). Não necessitam levar toalhas, que o Balneário fornece-lhes robes e até chinelos (quanto a estes últimos, pela qualidade, será melhor que levem os seus). 


As recordações que trouxe: um livro sobre a história do Balneário, um conjunto de fotos antigas do conjunto termal, um sabão dermatológico e um gel de banho composto por água mineral medicinal


    O Balneário dispõe de alojamento próprio e de dois restaurantes, um dedicado à gastronomia galega e o outro de comida italiana. O último serve refeições até às 0h, pelo que poderão estar no spa até às 23h (última hora), subir ao quarto, tomar um duche e ir jantar (foi o que fizemos). A partir das 21h, não podem entrar crianças na piscina. Das 21h às 23h é o horário ideal para quem não tem miúdos.


7 comentários:

  1. Eu adoro termas e águas super quentes.
    Creio que irias/iriam gostar da ilha de São Miguel no Terra nostra e na D.Beija
    Eu adorei os Açores e São Miguel?! Uauuuuuu
    Abraço amigo

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  2. Desde que descobri São Miguel, as furnas, terra nostra e furnas
    Descobri o paraíso, só me falta arrumar as malas e mudar-me de vez :)
    Abraço amigo

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    1. Olá, amigo. Infelizmente ainda não fui aos Açores nem à Madeira. Comecei pelas Canárias (já fui 2 anos). Tenho a certeza de que iria adorar.

      Um abraço.

      Mark

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  3. É verdade Mark, termas é algo que gosto muito, talvez porque, em miúdo, a minha mãe era frequentadora assídua de termas, e, como necessitava de um "pau-de-cabeleira" como companhia, visto que o meu pai costumava ficar em Moçambique e enviava-nos aos dois para o Portugal europeu, cabia-me a mim o papel de acompanhante, durante o período termal.
    E eram dias sem horas, tranquilos, passeios ao final das tardes de final de estio, com passagem obrigatória pelas caldas, para bebida das águas medicinais. Quase ninguém gostava delas, mas eu, por qualquer razão estranha (pois algumas das águas, por sulfurosas, tinham um cheiro algo nauseabundo) gostava de as tomar bem quentes, quase a ferver; ainda hoje gosto!!! Devo ser masoquista!
    E tinha o meu quarto onde podia ler durante longas horas sem que ninguém me incomodasse.
    Dias com tempo para tudo.
    Era verdade que não havia nos locais muita gente da minha idade, por regra eu era quase sempre o único miúdo, mas que importava, eu sempre soube entreter-me sozinho.
    A minha mãe fazia os tratamentos necessários e aconselhados, eu limitava-me a flanar, livre. Ela costumava encontrar sempre um grupo de pessoas da idade dela (nessa altura ela parecia-me uma pessoa já idosa, com os seus trinta e muitos anos, mal saberia eu que hoje, a consideraria uma jovem na força da idade!), com os quais eu acabava também por confraternizar. Foi uma entrada antecipada no mundo dos adultos, mas que me fez aprender a lidar da melhor forma com eles, a até era agradável.
    As longas tardes em que as senhoras e alguns, poucos, homens, jogavam e beberricavam sabe Deus o quê, se conversava de coisas de adultos (por vezes esqueciam-se que eu estava ali, e aprendia umas quantas coisas) e se dedicavam igualmente à má língua, um desporto nacional muito em voga na altura, e, parece-me, ainda não caiu de moda!
    Até aos 14 ou 15 anos fui um frequentador assíduo de termas, sobretudo em Portugal, depois conheci outras por esse mundo fora, e sempre foram um sucesso. Em Espanha nunca visitei nenhumas.
    Neste momento, estou pronto a dedicar-me de novo à estância termal, mas agora não como pau-de-cabeleira, mas utente de vida e moto próprio.

    Ainda bem que se vai dedicando a estes "desportos" benéficos, continue e vá dando notícias sobre a sua avaliação.
    Cumprimentos e continue no seu caminho
    Manel

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    1. Olá, Manel.

      Gosto tanto de o ler. Viajo consigo através dos seus olhos, nas suas retrospectivas.

      Não sabia (talvez o Manel já mo tivesse tido) que tinha um passado com Moçambique. Eu também, pelo meu pai, que nasceu na antiga Lourenço Marques.

      Pois, as termas já são uma prática mui antiga pelas suas qualidades terapêuticas. Salvo erro, remontam aos romanos. Como escrevi na publicação, as minhas primeiras foram em Budapeste, e realmente o contraste entre a temperatura da água e a da atmosfera era vibrante. Mas eu, modo geral, adoro água. Gosto de praia. Sou fascinado por estar dentro de água. Sinto-me leve, solto, sem amarras. Sou como um hipopótamo: torpe em terra, veloz na água.

      Cumprimentos, e obrigado.

      Mark

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  4. Sim, já conhecia a ligação da sua família com o ultramar português.
    E, para mim, só há Lourenço Marques, o resto são invenções espúrias
    Manel

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    1. De certa forma, até compreendo as motivações: quiseram substituir designações europeias por outras autóctones. É legítimo. Claro está que para quem viveu lá ou nasceu lá, há uma certa nostalgia avessa a estas mudanças.

      Cumprimentos.

      Mark

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