26 de novembro de 2021

O Código Da Vinci.

 

   Com vinte anos de atraso, é certo, mas ontem terminei O Código Da Vinci, a obra mais célebre de Dan Brown, que começara há umas semanas. Recordo-me de, ali por meados de 2003, o livro surgir todas as semanas no topo das tabelas portuguesas, e não só, dos livros mais vendidos. Sem tirar o mérito ao autor, o que fez de O Código Da Vinci um best-seller foi sobretudo a polémica que gerou. Tudo o que envolva o religioso vende. No livro, Dan Brown pega em teorias alternativas em torno da existência de Jesus Cristo e cria um enredo com elas. Neste caso, o mistério do Santo Graal e da hipotética relação sentimental de Jesus com Maria Madalena. Um escândalo. 

  Em rigor, pouco sabemos do Jesus histórico. O que sabemos, além do que vem nos evangelhos, são pequenos escritos de autores que não foram contemporâneos de Jesus. Há historiadores romanos das décadas e dos séculos seguintes que se referem ao proclamado Rei dos Judeus. Os historiadores actuais baseiam-se nessas fontes romanas de autores não-cristãos para afirmar que Jesus existiu realmente, e tudo parece indicar que sim. Tendo existido, e vamos presumir que sim, é quase certo que foi uma figura bastante diferente daquela que nos relata a Igreja (católica e não só). Um pregador, um homem que anunciava um novo reino, mas provavelmente que se casou e teve filhos. Se investigarmos acerca da sociedade judaica do tempo de Jesus, verificamos que o casamento era praticamente uma imposição social, e que os que não se casavam eram proscritos.

   Um Jesus sujeito aos vícios e pecados humanos colidia com a imagem que a Igreja Católica (agora sim) foi criando da pessoa de Jesus: o Deus Filho que, entretanto, se fez carne para nos salvar. Não é necessário que Dan Brown o diga; intuímos que muito sobre o Jesus histórico se eliminou deliberadamente nos primeiros séculos do cristianismo primitivo. Quem foi realmente, é difícil precisar. O que podemos, sim, é conhecer o contexto em que viveu, e daí obter um padrão de condutas.

  A narrativa tem interesse enquanto policial. No argumento central, exigia-se mais profundidade. A sequência que Dan Brown criou é lógica, todavia, eu senti alguma superficialidade num tema tão complexo e vasto. Também funcionará como atractivo a explorar a cidade de Paris, sobretudo (e Londres). Quem não foi ao Louvre, ficará com vontade de visitar o museu mais famoso do mundo.

    Li-o em castelhano, a título de curiosidade.


4 comentários:

  1. Vi o filme 3 vezes e adorei, anos depois já vi mais umas quantas. De facto, Londres e Paris são capitais fantásticas :)

    Apesar de tudo, eu acredito em Jesus enquanto filho de Deus e que possa ter tido um caso gay ou até mesmo ter casado e ter tido linhagem. Mera opinião minha, tonteria minha mesmo

    Agora é que serei excomungado e a minha alma irá parar não sei muito bem onde,

    Abraço amigo

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  2. É um livro interessante no género policial, de fácil leitura. Também não o li mal saiu, mas quando li percebi o êxito.

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  3. É um livro interessante no género policial, de fácil leitura. Também não o li mal saiu, mas quando li percebi o êxito.

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  4. É um livro interessante no género policial, de fácil leitura. Também não o li mal saiu, mas quando li percebi o êxito.

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