Foi há trinta anos, a 12 de Novembro de 1991, que ocorreu o massacre de Santa Cruz, em Timor-Leste (oficialmente Timor Português, anexado à Indonésia, ilegal e ilegitimamente, a 7 de Dezembro de 1975, no seguimento da declaração unilateral de independência por parte dos timorenses nove dias antes). De 1975 a 1991, Portugal, de forma praticamente isolada, clamou nas Nações Unidas para que a comunidade internacional pusesse cobro ao genocídio da população timorense. A Indonésia era um aliado dos EUA naquela região do globo, e apoiou, pelo menos com a inércia e o silêncio, a anexação ordenada por Suharto. A independência timorense havia sido proclamada pela FRETILIN, partido ideologicamente próximo ao marxismo.
Naquele dia, um grupo de jovens dirigiu-se ao cemitério de Santa Cruz para prestar homenagem a um rapaz falecido que pertencera à resistência timorense. O exército indonésio abriu fogo indiscriminadamente, matando, ao todo, mais de 300 pessoas. Um repórter britânico estava presente no local e filmou o massacre, dando a conhecer ao mundo as atrocidades dos indonésios. Max Stahl, era o seu nome, e faleceu em finais de Outubro deste ano, por coincidência.
A partir de então, a causa timorense ganhou fervorosos adeptos lá fora. Organizaram-se protestos, compuseram-se e entoaram-se canções. Timor haveria de conquistar a sua independência em 2002, num processo iniciado em 1999, já a Guerra Fria terminara e a soberania do país não representava qualquer perigo à hegemonia norte-americana na região. Presentemente, o dia é feriado em Timor-Leste. É o Dia da Juventude, em memória dos que tombaram pela liberdade.
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