29 de março de 2018

Hostis.


   Histórias que se cruzam, sofrimento e perdas. Uma vez mais, sem qualquer sinopse, para ser surpreendido. Na maioria das vezes, tão-pouco tenho qualquer ideia do que vou assistir. Em Hostis, o conflito pela terra, nuns EUA ainda em afirmação, após uma aparatosa guerra civil, marca todo o filme. Colonos e ameríndios, uns suportando-se na superioridade racial e outros no direito histórico, reclamam o território norte-americano. Aos índios, pouco mais resta do que recolher a reservas, todavia, a um deles, moribundo, o presidente dos EUA consentiu que fosse morrer no seu estado natal, no Montana, e incumbiu-se o capitão Blocker para que efectuasse o transporte do velho chefe, acompanhado de outros oficiais, entre os quais o jovem francês DeJardin, interpretado pelo Timothée Chalamet, que não esperava ver no filme, de todo.

   Crimes violentos perpassam os longos cento e trinta minutos, motivados por esse ódio secular, esse passado de confronto, como referi, entre colonos e autóctones. Acicatados pela revolta, algumas daquelas tribos atacavam os colonos, assassinando-os, pegando-lhes fogo aos pertences e roubando-lhes os cavalos. É num desses episódios que conhecemos uma história dramática, que teria consequências ao longo da narrativa, e que nos levará à constatação de que o amor pode surgir da fraqueza, da debilidade física e emocional mais profunda, como se fôssemos mais fortes ao juntar as dores, as nossas e as de quem escolhemos, admitindo que há escolha possível na fatalidade.

    Gostei muito.

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