20 de março de 2018

Cultural Sunday [take 10].


   Este domingo foi, e dúvidas houvesse, um dos mais proveitosos. Começou bem cedo, como todos, e foi transversal: entre museus, exposições e até mesmo passeios pelas ruelas de Lisboa. E por onde terei andado? Museu do Fado, Atelier-Museu Júlio Pomar, de manhã, sendo que pela tarde fui à exposição da história de Lisboa do Lisbon Story Centre.

   O Museu do Fado, ali para os lados de Santa Apolónia, foi a minha primeira opção, também pela proximidade. É um museu recente, relativamente, interactivo, com recurso a informação em audioguia. O Museu do Fado, até pelo reconhecimento da cantiga como património imaterial da humanidade, tem um acervo verdadeiramente único. Somos convidados a conhecer o género musical desde as suas origens - de canção clandestina, pelo século XIX - passando aos anos de oiro do século XX, quando foi internacionalizado com Amália Rodrigues, até à conotação com o Estado Novo e à rejeição da elite intelectual. Uma vez mais, tal como no Aljube, temos acesso a letras censuradas. O Museu está dividido por três pisos, um deles no subsolo. Temos ainda a possibilidade de ouvir alguns fados, através de três maples com auscultadores. Encontraremos quadros, instrumentos musicais e galardões, que os fadistas portugueses, pelos anos, arrecadaram, e que provavelmente, munidos de um espírito altruísta, legaram às futuras gerações. Deixo-vos algumas fotos.




   Apanhei, seguidamente, o autocarro para São Bento. Tive curiosidade de visitar o Atelier-Museu Júlio Pomar, na Rua do Vale, ali bem perto da Assembleia da República. É um atelier moderno, dividido em dois pisos, amplo e muitíssimo bem iluminado. De arte contemporânea, que não é a que mais me diz. Ainda assim, o conhecer não ocupa, definitivamente, lugar. Eis algumas fotos.



   A parte mais interessante do dia estava para chegar, quando um amigo, recente, se juntou a mim, pela baixa, após o meu almoço. Indecisos entre a minha sugestão, acabei por acatar a dele, visto que adoro História, e fomos à exposição interactiva do Lisbon Story Centre, que não é gratuita. Tem um preço de sete euros. Apresentam-nos a cidade através de mapas e vídeos, com recurso a audioguia por GPS, sem que precisemos manipular quaisquer botões. Há algum aparato, porque, de facto, procuraram recriar vários ambientes relativos à história da cidade de Lisboa, e com sucesso, como verão. Gostei particularmente do pequeno vídeo sobre o terramoto de 1755. Literalmente colocam-nos numa sala cujos efeitos, sonoros, visuais e até, diria, físicos, nos guiam até àquela manhã solarenga do dia de todos os santos. O Lisbon Story Centre encontra-se na Praça do Comércio.

   A visita, desde os primórdios da cidade até à actualidade, encerrando com um relato do quotidiano da Praça do Comércio enquanto salão nobre de Lisboa, leva uma boa hora, ou mais, pelo que compensa o preço.
   À saída, eu e o amigo passeámos pela cidade, um pouco mais (eu já havia fotografado bastante por São Bento), e decidimos passar pela livraria Ferin, na Rua Nova do Almada, ali pelo Chiado, que frequentei bastante, durante anos, porque fica lado a lado à Coimbra Editora, livraria jurídica. Andámos ali por entre os livros - ele, tal como eu, lê bastante. Aliás, ofertou-me um pequeno livro há dias. Aqui ficam duas fotos, uma do Lisbon Story Centre e a outra do piso inferior da Ferin.



   Um dia formidável, que terminou na Manteigaria - uma fábrica de pastéis de nata ali no Largo de Camões - com dois acabadinhos de sair, quentes e estaladiços. A fila chegava e ultrapassava a porta. Realmente, não lhes vejo grande diferença em relação aos de Belém.

   Passámos pelo Bairro Alto, Príncipe Real e pelas Amoreiras, descendo até à gare dos comboios. Moramos perto. Quem me segue no Instagram, pode acompanhar estes domingos com maior pormenorização e detalhe.

Uma das minhas favoritas, na Travessa da Arrochela, que levou a que me chamassem de "excelente fotógrafo".


    Se tivesse de escolher um dos domingos, a minha escolha recairia neste, por ter sido tão diversificado e pela companhia. Que venha o próximo.

Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone. Uso sob permissão.

4 comentários:

  1. Dia interessante, muito interessante

    Abraço

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  2. Quanto custa a entrada do atelier-museu do Pomar?

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    1. Aos domingos até às 13h, nada. :) Nos outros dias, não faço ideia, mas eles têm no site.

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