6 de fevereiro de 2018

Weekend.


   Já me cansa falar sobre mim e sobre o que faço. Não foi isso que quis para o blogue, mas é isso que tenho feito ultimamente. Blogues "versão diário" e outros com o ego inflamado andam por aí aos montes: eles falam sobre cada passinho que dão, cada livrinho que lêem, cada tragédia que lhes sucede, levando-me a crer que as suas vidas, tais como a minha, são do mais desinteressante possível, e são-no, efectivamente, ou não andasse a fazer o mesmo desde há semanas.

   Começo pelo jantar de sábado. Foi giro, não tão giro quanto outros. Tive de sair mais cedo, as usual, sujaram-me as calças e as botas no buffet e deprimi a meio da confraternização. Entretanto, conheci um blogger que sigo, e que me segue, aos anos, e essa parte foi gira. Como a minha mãe disse, tendo-a desmentido para não parecer mal, « chamam-lhe jantar da amizade, mas são uma cambada de cínicos que dizem mal nas costas uns dos outros ». Tem certa razão, com a autoridade das suas seis décadas de vida, a completar já nesta sexta, sendo que uma boa parte dos cínicos ficou pelo caminho, graças a Deus, que estava a perder a paciência para os aturar. Eu não sou cínico. Quando não gosto, volta e meia vêm a sabê-lo, daí gerar anticorpos em torno. Querem que seja sincero? É para o lado que durmo melhor e, frequentemente, até me diverte.


   No domingo, acabei por sair. Fui, pela enésima vez, ao MNAA, ao museu de arte antiga. Não vou publicar fotos, como calculam, que o museu é conhecidíssimo. Revisitei a colecção permanente, já que por lá andava. Destacaria a exposição temporária sobre a Madeira (sim, o arquipélago), no piso zero, gratuita para os clientes da CGD - e foi precisamente o que me levou a optar pelo MNAA. Gostei muito. Soube que Portugal empreendeu na Madeira o que viria a fazer no Brasil. O arquipélago foi meio que um experimento para aventuras de outra envergadura. Também não julguei que a Madeira tivesse um acervo tão rico, seja na pintura, na escultura. Foi, realmente, uma surpresa boa, que me consumiu três excelentes horas.

   Para terminar, uma leiturazinha. Terminei um livro muito interessante do Prof. Freitas do Amaral, História das Ideias Políticas, que se lê bem, passando já para o Call Me By Your Name, ainda só disponível em Inglês, e último exemplar que havia na FNAC. É um livrito que se lê numa tarde, pouco denso, suponho, que mal lhe peguei. Sinto-me outro por falar naquilo que leio.

   Peço desculpa pelo tom acutilante. Foi um desabafo, como tenho muitos, com a diferença de que os outros, geralmente, apago depois de os escrever e antes de clicar em Publicar. Desta vez, e fi-lo deliberadamente, não fui tão sensato.

7 comentários:

  1. Agora fiquei com a dúvida se ambos comparecemos no mesmo jantar ou estivemos na mesma mesa Mark.
    No meu lado a conversa fluía de tal forma, entre risadas e partilha de experiências, que nem reparámos que ficámos todos bem depois da hora habitual do restaurante fechar e até bem depois do mesmo fechar.

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    1. Magg, remeto para a resposta que dei ao Francisco.

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  2. Não percebi esta tua frase amigo "« chamam-lhe jantar da amizade, mas são uma cambada de cínicos que dizem mal nas costas uns dos outros »."

    Depois de pessoas que passaram o teu aniversário contigo, fizeram programas contigo, foram ao teu jantar...

    Grande abraço amigo, e não precisas de postar este comentário. Tenho sentimentos e fiquei desapontado com este teu desabafo...

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    1. Primeiro, a frase não foi minha; foi da minha mãe. Segundo, ela baseou-se apenas no que lhe venho contando de outras situações, e não deste jantar em concreto. Não sei se me faço entender... Posso te dizer que, seguramente, ela não se referia a quem esteve presente.

      um abraço.

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    2. Ok :)

      Grande abraço amigo

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  3. Não sei se lhe deva escrever, e se o faço é com receio, e peço desculpa se estiver a ser inconveniente, pois não conheço o meio e nem sei muito bem a que se refere, no entanto, há alturas em que nos sentimos menos bem. É natural, e por vezes é vantajoso deixar passar algum tempo. Amanhã é outro dia, dizia-me a minha mãe, e sentia que tinha razão.
    Quando as pessoas se gostam e admiram, continuarão a fazê-lo de qualquer forma. Não deixe perder as pessoas de quem gosta, e que gostam de si, pois a nossa vida é feita de situações menos boas, como outras que nos são benéficas e que nos fazem querer continuar.

    Se considerar inconveniente este texto peço-lhe o favor de não o publicar, pois nada do que eu escrevo é realmente importante, são só divagações de alguém meio tonto (quando não tonto completo).

    Um bom resto de semana
    Manel

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    1. Não se intromete nada, Manuel. Agradeço-lhe as palavras.

      p.s.: Não está esquecida a resposta ao 'post' de Carlota Joaquina, mas não tenho tido "cabeça".

      Boa continuação.
      Cumprimentos.

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