O Sport Lisboa e Benfica sagrou-se campeão nacional da Primeira Liga. Conquistou o seu trigésimo quinto título, afirmando-se como uma verdadeira instituição no universo português, incluindo aqui as comunidades que, graças à diáspora, se expandiram por todos os continentes. Mereceria, decerto, uma análise sociológica o fenómeno de comemoração que percorreu o país, de norte a sul, do interior ao litoral. Já sabemos em como o futebol consegue mover multidões; num país pequeno como Portugal, tendencialmente dado à melancolia e à tristeza, não deixa de surpreender ver novos e velhos, pobres e ricos, de todos os credos e raças, festejando por um motivo comum: o amor ao seu clube.
Enquanto sportinguista, o lado emotivo impelia-me a acreditar na possibilidade de lograrmos o título; a razão, por sua vez, sabia que seria altamente improvável que tal viesse a suceder, por dependermos ainda de um desaire do Benfica na última partida da época. Polémicas à parte, o Sporting Clube de Portugal teve um percurso notável nesta época que agora finda. Há uns anos, seria impensável assistir à disputa pelo Sporting até ao minuto final. Terminámos num honroso segundo lugar, com um plantel incansável, que lutou até ao fim. Em Braga, concluímos o derradeiro jogo com quatro bolas a zero, perante uma equipa com qualidade unanimemente reconhecida, em noventa minutos limpos e sem máculas. Nada há a assinalar. O clube e os seus adeptos nada têm que ver com as afirmações de treinadores e dirigentes. Eles passam; a crença e o orgulho permanecerão.
Nos dias seguintes, conhecemos a lista dos convocados pelo seleccionador nacional para o Campeonato da Europa, que realizar-se-á entre o dia 10 de Junho e o dia 10 de Julho. A par das ligas de clubes, aprecio verdadeiramente as competições internacionais, particularmente os designados Euros e os Mundiais. Tenho por hábito, até, adquirir umas revistas especializadas, com as datas de todos os jogos e com informações relativas às selecções participantes e aos atletas. Regra geral, incluem um painel, no qual, religiosamente, assinalo os resultados das partidas. Para evitar ter de me dirigir, obrigatoriamente, aos estabelecimentos comerciais por forma a poder assistir aos jogos que não são emitidos em sinal aberto, subscrevi a SportTV. Faço questão de acompanhar todos, em directo ou não.
No que diz respeito à selecção nacional, não guardo grandes expectativas. Todas saem irremediavelmente defraudadas. Bem sei que temos bons jogadores; individualmente, vamos para a França munidos de jovens talentosos. Em conjunto, há sempre polémicas de bastidores que afectam o nosso desempenho, a somar aos escândalos que não raras vezes despontam, como o do célebre Campeonato do Mundo de 2002 no Japão e na Coreia do Sul, em que saímos pela porta dos fundos, com casos de agressões à mistura. Concedo o benefício da dúvida a estes rapazes. Espero, sinceramente, que percebam o que está em causa, que trabalhem em sintonia, que coloquem de lado a irresistível tendência para o exibicionismo pessoal. Não é um jogador que faz um clube ou uma selecção; são todos. Todos os valores, unidos, propondo-se a um mesmo objectivo.
Portugal defrontará a Islândia, a Áustria e a Hungria, por esta ordem. Selecções manifestamente não tão experientes, o que não significa assim tanto, se atendermos aos momentos que cada jogador vive e aos circunstancialismos internos e externos à selecção nacional, dos quais já dei conta de alguns. Renato Sanches, a promessa que dá que falar, foi um dos nomes escolhidos por Fernando Santos. Será a oportunidade de o jovem português singrar representando Portugal. Oriundo da Cova da Moura, Sanches vestirá a camisola do Bayern de Munique, naquela que foi uma das mais avultadas transferências de sempre do mercado nacional.
Reticente, mas sem deixar de ser exigível um desempenho ao mais alto nível, defendo que o mínimo é chegar às meias-finais. Considerando as equipas da fase de grupos e o jogo dos quartos-de-final, a selecção tem todas as condições para sair desta prova com uma participação equilibrada e que honre todo o valor que se lhe atribui. Menos do que isso, será um desastre. Não podemos esquecer o histórico. Fomos finalistas do Euro 2004, chegámos aos quartos-de-final do Euro 2008 e às meias-finais do Euro 2012.
Este vai ser o Euro em França e Jogos Olímpicos no Brasil
ResponderEliminarVai haver tantas festas e tantas chamadas na segunda feira seguinte a pedirem o fraccionamento das facturas e planos pagamentos :)
O Mundo está em Festa ;)
Grande abraço amigo
Olha, é curioso, ou nem tanto, mas nunca liguei aos Jogos Olímpicos, embora saiba que são a competição por excelência, sobrepondo-se aos Mundiais e, por maioria de razão, aos Euros.
EliminarPlanos de pagamento e fraccionamento de facturas, porquê? Pelas subscrições? (risos) Pois, quiçá.
um abraço.
Eu gosto muito dos Jogos Olímpicos. Lamento não ter TV para acompanhar qqr coisa...
EliminarNão tens televisão? O.o
EliminarMark António: acreditas que, com exceções muito pontuais, não lhe sinto a falta?
EliminarBem, eu raramente vejo televisão. Ultimamente, acompanho... "A Escrava Isaura", a versão de 2004 xD (adoro novelas, séries de época) Fora isso, algum debate pontual, um programa informativo. Porém, não gostaria de estar sem televisão. Faz sempre falta. :)
EliminarMark estou farto de bola, o que me vale é que este ano há os jogos olímpicos e esses eu gosto muito. Já falta pouco.
ResponderEliminarHeheh, eu gosto "de bola". :) Estou ansioso pelo Euro.
EliminarAi, esse fervor pelo futebol me dá náuseas, mas é claro que não julgo...O que me deixa admirado com você mesmo é como você consegue falar sobre vários assuntos tão facilmente, que fofo!
ResponderEliminarNão é um fervor. :) Mas gosto, sim. O futebol é um desporto como outro qualquer e pode ser bem prazeroso. Associamo-lo, erradamente, à agressividade e à rudeza.
EliminarHeheheh, sou uma caixa de surpresas. :)
EEEEEEita!!! Já quero essa caixa, huashuahs ;)
EliminarHahahah. Bobo. :)
EliminarComo diria o Francisco, vou preparar as pipocas e sentar-me em frente do sofá, para ver como é que a Selecção se vai sair. Não estou lá muito esperançoso, diga-se de passagem. Espero que me surpreendam pela positiva. ;3
ResponderEliminarOlha, estando bom tempo, pensei em ir assistir aos jogos no Marquês. Às vezes põem lá um ecrã gigante. Se fosses de Lisboa, e quisesses, acompanhar-me-ias. Sempre se convive mais do que estando em casa. :)
EliminarNunca se sabe!^^
EliminarSe os jogos correrem bem, dou um salto a Lisboa para irmos assistir a um dos jogos. :)
Vai depender das pernas daqueles meninos. :)
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