21 de junho de 2014

Maleficent.


   Há dias, fui ver a Maleficent no cinema. Era um filme imperdível, mesmo considerando a minha indiferença em relação às estreias. Desde que tive conhecimento da nova versão que a Disney pretendeu explorar, fiquei excitado com a ideia de ver a grande vilã como protagonista de uma história que, originalmente, não era sua.

   Marquei com um amigo e decidimos ir ao Alvaláxia, ali no Campo Grande. Preferia as salas UCI do El Corte Inglés, mas não me esforcei por impor a minha vontade. Disse-me que eram boas. Além do mais, o facto de ter cartão da ZON possibilitou que um bilhete fosse totalmente gratuito. A curiosidade era tanta que nem o barulhinho insuportável que fez, ao comer um pacote inteiro de pipocas, me incomodou.


   Vale a pena. O filme tem interesse. Partilho de algumas posições quanto ao argumento. Poderiam ter reflectido melhor. É meio, como direi, básico. A interpretação da Angelina, magistral. Ela, efectivamente, salva o filme. O que de melhor se retira são as importantes lições. Uma delas foi referida em vários dos artigos que li na crítica especializada e pela blogosfera: há sempre um motivo anterior que justifica a maldade, o ódio e o rancor presentes em algumas pessoas. Nada é por acaso. Eu percebi outra, porventura mais importante ou, se tanto, que vem ao encontro do que tenho defendido. O que é o amor?

   A par do filial / paternal, abrangendo a família e laços análogos, não existe. É aquilo em que acredito, sendo susceptível a críticas, claro está. O que chamam de amor não passa de um bem-querer, um medo compreensível da solidão, uma necessidade constante de carinho e atenção. Não haverá sentimento mais egoísta. Daí que acabe. E acaba não porque não seja verdadeiro; acaba porque reside numa lenda empolada pelos homens. Não inferi tudo isto graças a uma personagem de ficção - seria irrealista. Digamos que veio reforçar o que sinto desde há anos a esta data. A Maléfica rogou uma maldição que só seria superada com um beijo de verdadeiro amor, sabendo que jamais a princesa acordaria do sono pela inexistência do antídoto. Aurora acordaria, sim, afinal, os contos de fadas sempre terminam bem. O amor, esse, inesperadamente surgiu na faceta que lhe reconheço. Tão somente.

    Aprender a contornar as nossas limitações é um passo em frente, como um degrau de uma escada que se soma à caminhada. E são opções. Eu fiz a minha, afirmando - não com orgulho - que não houve erros ou decepções que me levaram a pensar assim. Pouco vivi para saber do que isso se trata. Evito essa fase, saltando etapas. Olho em redor, observo vivências, assimilo e sigo em frente. Acredite-se ou não, traz paz, confiança, serenidade.

    É o que se extrai de um clássico, o que o distingue. Quando saímos mais ricos do que entrámos. Eu saí, seguramente.

29 comentários:

  1. Eu amei o filme , no post que fiz quando estreou referi isso mesmo, é um filme que dá que pensar. Como uma pessoa que deseja o mal ao mesmo tempo faz o bem. Enquadrei-me tão bem nesse perfil. Estou cheio de rótulos, mas todos eles tem uma razão de ser e de auto defesa por muito questionável q seja. Ela não erano inicio não era refugiada, mas depois de tanto sofrimento e um amor que resultou em traição, entre outros factos fe-la talvez pensa que o bem que fazia, resultava em mal para ela própria, daí começou a fazer mal a quem lhe fazia frente, ganhando o medo de todos. Coloca em em causa o que é o amor e o que é o bem e o mal! muito interessante mesmo,

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    1. Sim, as ilações é o que trazemos quando ligam de novo as luzes.

      Não te importes com os rótulos. Sê quem és, sempre. A maldade assume os contornos de uma defesa. É frequente. Como ser bom num mundo tão mau?... Creio que é aí que reside a nossa tarefa: superar o ódio, que domina, que amarga, que destrói. A Maleficent aprendeu tudo isso.

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    2. Adoro-te Mark!HAHAHAH nem mais xP Eu ando aos poucos a superar essas coisas

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  2. ainda não vi! não ligo muito a disney e tal mas tenho uma sobrinha e ela quer ir :D ver se vou esta semana que vem.

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    1. É giro. Eu gosto bastante da Disney, embora não ligue a efeitos especiais, e este filme tem. :) Mas, lá está, o contexto merece e justifica.

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  3. É um filme a ver, ainda por cima por causa da Angelina Jolie.
    Gostei da forma como foste do filme para o amor e de certa forma para ti próprio...

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    1. És uma pessoa atenta, João, e as tuas observações são sempre tão pertinentes. :)

      Bom, vê o filme e entenderás o motivo que me leva a explanar sobre o amor. É que, talvez de forma subtil, o filme aborda-o singelamente. E vai ao encontro daquilo que acredito. :)

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  4. Assisti essa semana e amei o filme! Muito bom e a história é emocionante na parte das asas e tal. Só achei meio estranho a Malévola ser boazinha no final, então por que tem aquele nome desde criança e os chifres? rsrsrs Achei o príncipe meio bobo também.. Ah eu sei que eles não podiam fazer tudo igual. Achei essa história meio tosca, concordo com você. Valeu a interpretação da Jolie sim.

    Abraços!!

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    1. Foi a questão que coloquei ao rapaz que me acompanhou. Respondeu-me que no mundo das fadas é assim e não tem relevância, ahah. Não aceitei e procurei a minha própria razão. Eu creio que eles não podiam alterar isso, uma vez que no filme original, "A Bela Adormecida", parte-se do pressuposto de que a Maleficent é má. O argumentista não podia contornar isso.... até podia, vistas as coisas. Ela podia ter nascido sem os chifres e com outro nome, adoptando este, "Maléfica", quando o ódio a consumiu, quando se decidiu pelos seus planos de vingança. Lá está, a história não é muito boa. A Angelina é que salvou o filme.

      um abraço. :)

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  5. Olá Mark!

    Tudo bom? Obrigado pela visita... eu ainda não assisti esse filme, está na lista justo com A Culpa é das Estrelas, que eu li o livro mas ainda não tive coragem de ir ver o filme. Todos os comentários que eu li foram favoráveis ao filme e foi legal ler teus comentários também.

    Quanto ao "fatídico" dia [rs], não se preocupe... depois daquele dia, até hoje não tive mais a chance de comemorar... Mas "estamos aí"

    Grande abraço para ti e espero que volte mais vezes! Abração

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    1. Olá Latinha!

      Oh, de nada. :) Voltarei, sim, já estou seguindo.

      Bom, espero não ter desvendado nada do filme, nada que retire o interesse em ver.

      um abraço grande desde Lisboa. :D

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  6. não sei há quantos anos não vejo um filme disney no grande ecrã. pela Angelina, verei, embora prefira sempre, mas sempre os velhos livros de banda desenhada :)
    bjs.

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    1. Eu lastimo imenso que os filmes da Disney já não usem a tecnologia antiga. Creio que durante décadas desenhavam e depois animavam os desenhos (se digo um disparate, corrijam-me); actualmente, é tudo elaborado computadorizadamente. Dá realismo? Hum, não sei. Talvez. Retira encanto, sim.

      um beijinho, Margarida.

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  7. Estou louca para assistir esse filme! Acho que vu pegar o próximo final de semana para ir ao cinema.

    dentrodabolh.blogspot.com

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  8. só não gostei porque faltou sarcasmo, malvadez, afinal é uma das maiores vilãs da disney e é mais boazinha do que eu.

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    1. Ahahahah, adorei a tua observação. :D Há quem diga que este filme destruiu a grande vilã da Disney. :)

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    2. Estou com o Aaron! :S

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    3. A história também me desiludiu um pouco.

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  9. Ainda não tive oportunidade de ver o filme, mas depois de tantas observações pela blog e mais a tua, é esta semana que irei ver, dê por onde der! ;)

    Gostei da reflexão que acrescentaste. Apraz-me dizer que embora tenhas feito opções e saibas que algumas até correram menos bem, tens sempre oportunidade de corrigir e de mudar. Nem todas as escolhas podem à partida ser tão fáceis de mudar mas o facto de termos essa chance, já quer dizer alguma coisa. :3

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    1. Vai, sim, merece ser visto. :)

      Bom, eu fiz uma opção pelo "não sofrimento". Creio que não entendeste bem o que quis dizer. Por outras palavras, estou fora de relacionamentos, nos quais não acredito, por opção. Porque, como disse, não acredito nesse tipo de "amor" (que não o é). Será algo diferente, não amor. :) E penso assim não porque tenha passado por desilusões. Aprendo com as de terceiros. Seria hipócrita se negasse uma, o ano passado, mas não seria suficiente. Trata-se da minha personalidade e de uma opção lúcida.

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  10. r. Ultraje. Não gostas do Rei Leão!!! Aposto que ouves isto muitas vezes, portanto não vou bater no ceguinho, eu respeito. Estás perdoado.

    Quanto à Maléfica. Nossa Senhora dos céus no alto, toda a gente a falar deste filme. Tenho mesmo de ir ver. Mas primeiro tenho de ver a Bela Adormecida.

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    1. Ahahah, não, não gosto. :)

      Nunca viste "A Bela Adormecida"? Que ultraje! Estás perdoado também, ahah. É um clássico!

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  11. Não vi o filme (há que séculos que ninguém me leva ao cinema), mas o cinema do Alvalaxia é dos meus preferidos.

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    1. É um espaço simpático.

      Olha, não perdeste nada... Já nem mal me lembro da história (tal o impacto que teve em mim!...).

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