4 de outubro de 2010

Quando o ar falta... (II)



A noite de ontem foi horrível. Como já o disse no blogue, eu tenho bronquite asmática desde os oito meses de idade. Não é a pior das doenças mas é incomodativa e já me causou sérios problemas. Apesar de ser acompanhado por um dos melhores alergologistas do país (o Drº José Rosado Pinto, a quem presto este tributo), de vez em quando tenho crises graves. A última dessas crises foi a 21 de Fevereiro (por acaso até relatei no blogue).
Acordei eram quatro da madrugada com imensa falta de ar. Este tempo chuvoso e ventoso agrava a situação. Saí da cama e fui até à sala de estar. Sentei-me, baixei a cabeça e fiquei assim durante um bom tempo. Estava mesmo aflito. Tive de acordar a mãe. Ela foi imediatamente buscar a minha medicação em caso de crise, o Bricanyl, um pó que aspiro quando já não suporto mais. Felizmente, é um medicamento forte que provoca um alívio imediato. Voltei ao quarto e deitei-me na cama com a mãe à cabeceira. Ainda me perguntou se queria que ligasse ao Pedrinho (o meu irmão) para irmos ao hospital, mas eu não quis incomodar o rapaz que estava a dormir certamente. Ou não, sábado à noite ele tem por hábito sair com amigos. Vou explicar: a mãe também me podia levar no seu carro, mas ela gosta de ficar ao meu lado enquanto alguém conduz, não vá eu sufocar (lol, é o que lhe digo na brincadeira). Melhorei.
Esta doença já me causou tantos dissabores. Já levei vacinas vindas da Alemanha, já tomei todo o tipo de medicamentos... Disseram-me que poderia passar com a mudança de idade... até hoje...
Para piorar, aí por volta das seis da manhã comecei a chorar, o que é prejudicial à minha condição. Lembrei-me de quando tinha crises no colégio e uma certa pessoa estava ao meu lado, abraçava-me quando estava aflito (escondidos quando ninguém via...), acompanhava-me até a mãe ou o pai me virem buscar, tirava-me o medicamento da mochila, telefonava-me para saber se estava melhor... Inconscientemente, dei por mim a chorar com saudades desses tempos e da pessoa também, por que não dizê-lo. Sei que podia pegar no telefone e ligar-lhe. O tempo é outro e já se passaram alguns anos, mas não me desligaria o telefone na cara. Se bobeasse ( adoro esta conjugação verbal brasileira :) ) até vinha ter comigo. Porém, não. Algumas atitudes são impossíveis de esquecer, por mais que me custe.
Amanhã não sei se irei para a faculdade. Tudo depende de como acordar. Mas na minha mala vai o aerossol, que remédio.

10 comentários:

  1. Deixa lá que de maleitas, estou bem servido...
    Tenho muito medo do vómito nocturno: já tenho acordado com isso e fico em pânico.

    ResponderEliminar
  2. Deve ser mesmo complicado não conseguir respirar como deve ser. O essencial, que tu já sabes de certeza, é manter a calma e agir correctamente. Mas de facto, deve ser difícil manter a calma com as memórias que recordaste. Pelo que disseste é algo que deve mexer muito contigo. Se até a mim me tocou, como leitor, imagino a ti que o viveste.
    As melhoras e um abraço :)

    ResponderEliminar
  3. Eu já acordei com epistaxis várias vezes. Imagina só o espetáculo, acordar com a almofada cheia de sangue... felizmente nunca aconteceu com o P ao pé.

    ResponderEliminar
  4. Mark,
    No Brasil existe uma simpatia que, penso, podes usar...
    Dizem que para asma nada melhor que criar uma tartaruga em casa.
    Se resolve eu não sei, mas que o bichinho é simpático, é! Eu sempre tive um Jabuti, seu nome é "Flash". Já deve ter uns 20 anos, mas com um corpinho de 5...
    Recomendo.
    Marcelo B. Pires.

    ResponderEliminar
  5. Pinguim: Pelo nome deve ser mesmo horrível. :S E imagino a aflição...

    Francisco: Sim, recordei-me de situações em que, apesar de estar doente, era feliz. O facto dessa pessoa estar ao meu lado fazia-me bem. Sempre que tenho falta de ar lembro-me. Mas, enfim... :)
    Obrigado pelas melhoras e um abraço para ti. :)

    dois coelhos: Imagino o horror em olhar para a almofada e ver todo aquele sangue. :( Pois, era mais constrangedor se ele estivesse perto de ti. Mas, se calhar, o P até nem ficava nada constrangido. Eu sou assim: se a pessoa que amo tem problemas, são os meus problemas. :)

    Marcelo: Obrigado pela dica, mas não resulta. :) Sabes porquê? Porque eu tenho uma tartaruga em casa há 15 anos, faz agora em Novembro. :)) Não tem nome, mas era pequena e cresceu imenso em todos estes anos. Nem sei se a mãe a comprou com esse propósito, visto que eu era bem pequeno quando ela veio para cá. Engraçado, tenho de baptizá-la. :)

    ResponderEliminar
  6. Cada vez gosto mais de ti. Posso dar uma sugestão para o nome do bicho? *wink*

    ResponderEliminar
  7. Speedy: :)) Claro que sim e obrigado pela sugestão, uma vez que eu não tenho muito jeito para escolher nomes de animais. E fica mesmo Wink, pronto. :))

    Blog Liker: Sim, felizmente. Uma pieirazinha no peito e tal mas já estou bem melhor. Muito Obrigado! Abraço.


    PS: Adoro-vos a todos e obrigado. :)

    ResponderEliminar
  8. Eu só queria fazer um breve comentário para dizer que eu estou feliz por ter encontrado o seu blog. Graças

    ResponderEliminar