5 de outubro de 2010

Centenário da Implantação da República (1910 - 2010)


Hoje comemoram-se os 100 anos desde a implantação da República em Portugal, no dia 5 de Outubro de 1910.
Tal como hoje em dia, a viragem do século XIX para o século XX não foi fácil no nosso país. A qualidade de vida do operariado e da classe média deteriorava-se a cada dia, aumentando assim o enorme descontentamento. Para a descrença da Monarquia, também em muito contribuiu o célebre Ultimatum inglês, vinte anos antes, em 1890. A enorme humilhação a que os portugueses foram sujeitos aumentaram os sentimentos republicanos patentes em discursos e manifestações, nomeadamente a fracassada Revolta do 31 de Janeiro de 1891. A instabilidade vivida na época era agravada pelo sentimento de abandono que os portugueses sentiam. O rei D. Carlos era conhecido pelo seu gosto na pintura, oceanografia e até mesmo pelas recentes inovações tecnológicas que faziam antever um século promissor, menosprezando dessa forma os problemas reais do país. A 1 de Fevereiro de 1908, o rei e o seu filho primogénito, D. Luís Filipe, foram assassinados num atentado no Terreiro do Paço (Lisboa), do qual apenas a rainha D. Amélia e o príncipe D. Manuel escaparam ilesos. A monarquia tinha os dias contados.
Haveria de cair, efectivamente, a 5 de Outubro de 1910, aquando da Implantação da República nos Paços do Concelho de Lisboa. Os revolucionários formaram um Governo Provisório liderado por Teófilo Braga. O primeiro Presidente da República Portuguesa seria Manuel de Arriaga.
Os tempos da I República não foram nada fáceis. Até ao seu «fim», com o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926, sucederam-se 7 eleições gerais para o Congresso, 8 para a Presidência e 45 governos. Uma instabilidade sem precedentes. Todavia, iniciava-se uma nova era para Portugal, abrindo os caminhos que nos levariam até à actualidade.

4 comentários:

  1. Mark,
    É muito interessante como em um dado momento a História do Brasil e de Portugal se "descolam".
    Para as escolas Brasileiras, após a morte de D. Pedro I (IV, em Portugal) é como se Portugal deixasse de existir.
    Eu mesmo, apesar de ser filho de Português, tenho dificuldade com a História Contemporânea de Portugal.
    "Sei" (mais por jornais que por livros...) sobre Salazar, ingresso na comunidade européia e pouca coisa mais.
    Acontece a mesma coisa nas escolas Portuguesas quanto ao Brasil? Vocês estudam História Contemporânea do Brasil?
    Abraços.
    Marcelo B. Pires.

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  2. Olá Marcelo,

    Infelizmente, cá em Portugal não estudamos a História Contemporânea do Brasil. Estudamos apenas o período colonial até à independência do Brasil. :( Eu sei algumas coisas da História Contemporânea do Brasil porque, tal como você, pesquiso por minha conta. Compro livros, revistas, jornais, etc.
    Acho isso muito errado. Portugal e o Brasil são países irmãos. Deveríamos estudar a História Contemporânea de ambos os países. Todos sairíamos ganhando...
    Abraços. :)

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  3. Concordo com o que dizes, de uma forma indirecta: o regicídio foi na realidade o início da queda da monarquia.
    D.Manuel II nunca chegou realmente a reinar...

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  4. Pinguim: Praticamente nunca chegou a reinar. Apenas dois efémeros anos. O destino da Monarquia estava traçado. Nada mais havia a fazer... Resta-nos relembrar a nossa História antes da República, digo-o sem quaisquer sentimentos monárquicos. :)

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