17 de dezembro de 2009

Sismo e Conselho de Ministros

Não será necessário falar muito sobre o sismo desta madrugada, uma vez que todas as estações de rádio e televisão já o fizeram. Mas, de facto, foi um sismo com alguma intensidade. Apesar de serem duas e pouco da madrugada, eu estava na minha sala a assistir a um programa na SIC de investigação criminal de que não me recordo o nome. E passado pouco tempo, ao levantar-me, sinto todos os objectos do meu móvel a tilintarem, incluindo a decoração da minha (gigante) árvore de Natal. Fiquei aterrorizado com a probabilidade de réplicas, ou mesmo de um sismo mais forte. Já é a terceira vez desde que me conheço como pessoa que assisto a sismos, embora ligeiros. Fui imediatamente ao quarto da minha mãe para ver se ela tinha acordado, mas a verdade é que dormia sossegadamente e nem deu por nada. Bom, foi mais o susto que outra coisa. Nem quero imaginar um cenário semelhante ao de 1755! De lembrar que este sismo teve uma intensidade de 6.0 na escala de Richter, e foi em pleno Oceano Atlântico. Se fosse em terra os estragos teriam sido catastróficos.
Para contrabalançar este acontecimento que poderia ter sido devastador, há uma notícia que me enche de regozijo; hoje entrou em Conselho de Ministros a proposta de lei que pretende abolir a discriminação no acesso ao casamento por parte de pessoas do mesmo sexo, contra todas as correntes desfavoráveis (Igrejas, Plataformas, Direita retrógrada...). Provavelmente (quase garantido) será aprovada no início de 2010, com os votos do PS, BE e até mesmo do PCP que sobe assim imenso na minha consideração. De salientar que o direito à adopção fica excluído desta proposta, contra opiniões que defendem a legalização conjunta do casamento e adopção à semelhança de outros países da Europa. Todavia, estamos em Portugal, o que exige maior ponderação e paciência. A seu tempo, a seu tempo... Tem sido um caminho lento, mas evolutivo. Desde a descriminalização da homossexualidade em 1982 (sim, era ilegal antes!), até este momento, muitas etapas foram ultrapassadas. Cada passo é importante, tal como o foi para as minorias étnicas e para a emancipação feminina. Um país que reconhece a igualdade plena dos seus cidadãos é um país mais justo, credível e melhor.

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