Não gosto de futebol e creio que já o disse algumas vezes, mas não consigo deixar de sentir alegria quando a selecção portuguesa consegue atingir alguns feitos notáveis. Talvez se deva ao facto da não participação de Portugal significar algo como uma pequena derrota pessoal. Não nos podemos esquecer que o ser humano, sociável que é, agrupa-se primeiramente em família e num patamar mais extenso numa Pátria em que passa a pertencer a um todo. E queiramos ou não, é impossível ser indiferente ao conceito de Nação e à pertença que ela exerce sobre nós, não apenas no que diz respeito ao futebol, mas também em tudo o que envolve um certo nacionalismo que, por vezes e em quantidades razoáveis, é benéfico. Todavia, é evidente que nas sociedades actuais o futebol ocupa um espaço essencial no que podemos chamar de patriotismo. É nos estádios de futebol que muitas vezes se assiste a manifestações de euforia e amor à Pátria. Se Karl Marx tivesse vivido nos séculos XX ou XXI talvez atribuísse ao futebol um lugar idêntico à Igreja quando a apelidou de «ópio do povo». É verdadeiramente um dos ópios que controla a Humanidade. Ópio político, económico e, à escala mais visível, social.
A mim pouca ou nenhuma importância tem; apenas gosto de ver este país nas competições internacionais, muito devido à sua história e ao esquecimento e desinteresse que existe dos estrangeiros por Portugal. É no mínimo estranho ver aquele que foi outrora uma das potências económicas mais importantes reduzido a país periférico da Europa. Ironias do destino e de péssimas administrações.
Agora que conseguiram o apuramento, que façam algo por este país no Campeonato da África do Sul, já que todas as esperanças e alegrias residem nesse bendito torneio...
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