O nosso quarto de dormir é o nosso último refúgio; é o espaço que usamos quando necessitamos de paz e protecção. É algo muito íntimo, que faz parte do nosso lado mais pessoal. Lá, guardamos o que mais gostamos, as coisas que têm mais importância para nós. Não me refiro apenas às coisas materiais, como as lembranças familiares ou aquelas peças de que mais gostamos; mas também aos nossos sentimentos e às nossas boas recordações. E como espaço íntimo que é, decoramo-lo ao nosso gosto de forma a dar-lhe um toque pessoal para nos sentirmos bem lá dentro. Uns usam todo o tipo de artigos decorativos dando-lhe um ar bem piroso; outros preferem uma decoração simples e leve, no entanto, cada quarto que existe reflecte a pessoa que o utiliza. Por isso mesmo, não gostamos que o invadam sem o nosso consentimento. É como se tratasse de uma agressão pessoal, uma intromissão totalmente repreensível. O quarto de dormir assume durante a adolescência um carácter ainda mais pessoal, herdeiro talvez dos famosos castigos de infância. Pode ser individual, bem como repartido e até mesmo destrutivo, pois quantas pessoas o utilizam para tentar curar as suas depressões... É o nosso último reduto, o nosso último porto de abrigo. Pode ser pomposo e rico, como os quartos dos reis e imperadores, mas também modesto e pobre, como os quartos das pessoas mais desfavorecidas. E também há quem não o tenha porque vive na rua. Será que todos nós nos apercebemos da sua importância?
Por vezes é lá que tudo começa, mas também que tudo acaba...
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