Hoje fui assistir ao filme Morrer Como Um Homem, um filme de João Pedro Rodrigues. É um filme tocante, dramático e real, pelo menos para quem vive da noite. Conta-nos a história de Tónia, uma travesti lisboeta que vive dividida entre o seu sexo real, o masculino, e o sexo que usa para ganhar a vida, o feminino. Tónia vive com Rosário, seu namorado, toxicodependente e que também a maltrata quando está de ressaca. Para além do dualismo de género, Tónia enfrenta também a rejeição do seu único filho, Zé Maria, um militar que não aceita a condição do seu pai. No fundo, Tónia vive uma vida de sofrimento e anormalidade, até mesmo na hora da sua morte. O filme fala-nos de sentimentos, de sofrimento e de como a vida pode ser ingrata para algumas pessoas. Relembra-me a história de Ruth Bryden, uma famosa travesti lisboeta da década de 80. O meu pai conheceu-a quando trabalhou no famoso Scarlatti, anos antes de eu nascer. Aconselho a todos que tenham a mente aberta a assistirem ao filme. Será uma experiência diferente para quem não se enquadra nesta temática, no entanto, o saber não ocupa lugar e quando não compreendemos algo, o melhor é tentarmos passar para o outro lado tentando viver na pele de quem não compreendemos. Nesse momento, toda uma outra visão nos é possível.
Sem comentários:
Enviar um comentário