Esta semana levantou-se uma enorme polémica relativamente ao vídeo realizado por Maitê Proença, vídeo esse que satiriza Portugal, e que já tem mais de dois anos. Bom, a verdade é que desde que foi colocado na internet tem suscitado ondas de críticas que atingiram todo o país. Eu também assisti ao vídeo e confesso que concordo, em parte, com aquilo que foi dito, nomeadamente a incompetência dos portugueses e a sua incúria. A parte mais infeliz foi a polémica cuspidela na fonte do claustro do Mosteiro dos Jerónimos, ex-libris de Lisboa e símbolo dos Descobrimentos e identidade nacionais. Não foi de bom tom a atitude de Maitê, mesmo tendo a ideia de imitar a queda de água da fonte; ela deveria de saber que tal atitude poderia causar incómodo nos portugueses e originar falsas interpretações. É evidente que mais do que menosprezar os portugueses, a actriz pretendeu satirizar e brincar com aquilo que lhe pareceu mais óbvio: o estereótipo do português burro e ignorante. A mim não me atingiu minimamente; não gostei da cuspidela, mas de resto acho muito bem que haja sátira e humor em Portugal e sobre os portugueses. Este país, para além de todos os defeitos que tem, é demasiadamente negro e escuro. Sempre gostei da Maitê e do seu trabalho como actriz (jamais me esquecerei da Verinha da novela Da Cor do Pecado) e continuarei a gostar. Não será um vídeo patético que irá diminuir o seu valor enquanto actriz e escritora. Pelo contrário, a atitude de muitos portugueses que defenderam o seu patriotismo ofendendo a Maitê, revela uma enorme falta de respeito e de humor também.
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