21 de fevereiro de 2018

Cultural Sunday [take 7].


   A Primavera antecipou-se neste domingo. Um dia esplêndido, embora tenha acordado desanimado e cheio de sono. Abrir a janela e depararmo-nos com um sol maravilhoso faz com que esqueçamos até uma noite mal passada... Locais escolhidos: Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e, em jeito de revisita, Mosteiro dos Jerónimos.

  O Museu do Chiado, que já conhecia, tem uma exposição interessantíssima, que recomendo, dedicada ao Género na arte, isto é, às representações sociais que nos levam a adoptar comportamentos masculinos ou femininos. Desconfiei sempre destas bandeiras da extrema-esquerda. Nascemos com um sexo biológico, masculino ou feminino. É uma verdade científica. A masculinidade e a feminilidade, sim, são-nos impostas.



   Destacaria, ainda, as exposições A Sedução na Modernidade e A Mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari, interessantíssimas. Na primeira, cada busto, óleo, escultura é acompanhado por uma estrofe, um excerto, de autores novecentistas.


  Pela tarde, inicialmente quis visitar um museu que ainda não conheço, que fecha das 13h às 14h. Como não quis esperar, resolvi ir aos Jerónimos. A última vez que lá estive, salvo erro, foi em 2009. É sempre um prazer percorrer os seus magníficos claustros, sobretudo numa tarde tão luminosa. Tenho a apontar o excesso de turistas, mas já se sabe: os Jerónimos são o maior, ex aequo com a Torre de Belém, ex libris lisboeta e, diria mais, português, Património da Humanidade pelo UNESCO desde 1983. Os claustros foram restaurados de 1996 a 2002. Estão lindíssimos. Se o propósito era o de proporcionar momentos de reflexão e recolhimento aos monges, foi atingido. Ainda que rodeado por centenas de pessoas de todas as nacionalidades, senti uma paz interior enormíssima, e sabe Deus que paz interior é o que menos tenho.



    Um domingo excelente, já com planos para o que se avizinha.

Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone. São minhas e de minha autoria. Uso sob permissão.

7 comentários:

  1. Por aqui o verão vai se encerrando felizmente. O horário de verão já se foi. Que venha o outono e logo logo o inverno tropical que eu adoro.

    Beijão

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    1. Porque aqui, infelizmente, o Inverno está a um mês de terminar... Nem quero imaginar que se seguirão os meses de calor. Ainda bem que teremos frio até Maio.

      um beijo, amigo.

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  2. Não sabia que estava em Lisboa uma escultura do Soares dos Reis. Tenho que lá ir admirar a mesma. Obrigada Mark pela indicação. :).

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  3. Foi bom ter aqui colocado uma imagem do gesso preparatório para a versão final da obra prima do século XIX de Soares dos Reis. Segundo alguns historiadores de arte ter-se-á inspirado numa escultura de Perraud, "O Desespero", apresentada em Paris quando Soares dos Reis ali se encontrava, e antes de ir para Roma.
    Em Portugal foi incompreendido e, apesar de ter sido convidado a lecionar, e ter tido algumas encomendas, não foi reconhecido, tendo mesmo sido acusado de plágio, relativamente a esta escultura.
    Acabou por se suicidar bastante jovem, mas tendo dado ao mundo algumas das obras mais interessantes da época, eu pelo menos admiro intensamente a sua obra.
    Gosto especialmente do busto que ele fez de uma inglesa, uma tal Mrs. Leech, com uma simplicidade, mas uma força tremenda, de tal forma que a dita senhora, que tinha encomendado, e pago (!), a obra, a recusou, com certeza por não se ter reconhecido naquela imagem ... mal o dela, pois é uma verdadeira obra maior. Surpreendentemente há pessoas que não conseguem reconhecer a qualidade e o génio, quando em presença deles!

    Já dei conta que anda sempre pelos bons caminhos!

    Quando visito um claustro tenho sempre a tentação de me imaginar como habitante desse espaço. E fico mesmo cheio de vontade de o ser, até me imagino a habitá-lo, com sucesso ... uma ideia romântica e completamente descabida, pois estou certo que nunca seria capaz! No entanto a calmaria destes espaços e a sua beleza inspiram-me.
    Um dos que mais gosto, totalmente revestido a azulejo (ali está uma parte da história da azulejaria em Portugal, e desde épocas recuadas), é o do Convento da Conceição em Beja, onde a célebre Soror Mariana Alcoforado foi religiosa. Um espaço de eleição.
    Espero que a sua semana esteja a ser boa.
    Manel

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    1. Se reparar, reduzi a quantidade de fotos nesta publicação de domingo; julguei que a escultura de Soares dos Reis seria de tal forma impactante que o texto não precisaria de nenhum acrescento visual.

      Soares dos Reis foi um dos nossos maiores escultores. Pena que teve vida curta, terminando abrupta e tragicamente.

      Os Jerónimos são os Jerónimos. :) Nunca enfadam nem desapontam. Sair de Lisboa torna-se difícil para mim, mas guardo a sugestão. Um dia que vá a Beja, lembrar-me-ei dela.

      A minha semana está a decorrer na normalidade, obrigado. Espero que a do Manel também.

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