3 de agosto de 2018

Bolsonaro, sim, e porquê?


   A política brasileira, como bem sabemos, encontra um eco especial em Portugal, principalmente pelos laços históricos. Não haverá português que não tenha um amigo, um conhecido, brasileiro. Falamos numa proporção de 209 milhões de habitantes para 10 milhões e meio. O Brasil tem influenciado Portugal a nível cultural, o que se verifica na hegemonia nas produções fictícias durante décadas, na música e inclusive na onomástica nacional. Nos últimos quarenta anos, os portugueses absorveram expressões brasileiras, cantaram Gal imaginando-se no Leblon, baptizaram os filhos de Amanda e Bruno.

   Há um carinho, que nem sempre se reveste de palavras amorosas, pelo Brasil. Como em todas as famílias, às vezes chateamo-nos, ficamos magoados. Quando a dor passa, voltamos a brincar uns com os outros, a achar caricata a forma de falar de uns, a criticar os erros de outros. Portugal, e o mesmo se passará com qualquer antiga potência colonizadora, tem certo ascendente histórico sobre o Brasil. Culturalmente, nem tanto, que cedo o antigo domínio se afastou dessa influência. No que respeita à Língua Portuguesa, por exemplo, os brasileiros não buscam em Portugal qualquer referência. Têm a sua norma, orgulham-se dela (mesmo que nem sempre a saibam usar) e até a souberam impor, não vale a pena disfarçá-lo, a Portugal, que abrasileirou a sua escrita, ao contrário do que fizeram alguns dos países africanos. De duas grafias, passámos a três (ou mais), pois desengane-se quem pensa que o Acordo veio uniformizar seja o que for. Outro assunto.

  E assim ficaríamos, Portugal e o Brasil, vivendo nesta inconstância, alternando entre o amor e o ódio. Há milhões de brasileiros que nos adoram, outros tantos que nos detestam. E há, claro está, políticos que se aproveitam disto para ganhar votos, quer à esquerda, quer à direita. À esquerda, já me cansei de ler e ouvir que matámos, abusámos, roubámos o ouro, invadimos, por aí fora. Um sem-número de chorradas demagógicas e populistas, revestidas de pouca exactidão e coerência históricas. À direita, há políticos que se insurgem e que dizem umas quantas verdades, incómodas, claro, que vivemos na era do politicamente correcto (ou pelo menos exige-se a uns que sejam politicamente correctos, que outros podem dizer todo o tipo de alarvidades).

  Numa era global, uns dirão que as declarações de Bolsonaro são perigosas, quando afirma que os portugueses « não pisaram na África », aludindo ao facto de adquirirmos escravos a outros africanos, que os vendiam. Não é nenhuma mentira. É verdade. E se isto melindra alguns, também me melindra que digam, como Lula da Silva disse, em Espanha, à frente do monarca espanhol, que o Brasil é atrasado por culpa de Portugal. Sinceramente, há alguém com dois dedos de testa que veja nesta retórica algo de benéfico para as sãs relações entre dois países umbilicalmente unidos? Eu não.

   Enquanto português, apoiar Lula da Silva ou Ciro Gomes seria quase como pegar num chicote e flagelar-me, depois de ser açoitado por milhões de brasileiros e ainda por outros tantos portugueses, idiotas, que apoiam quem não demonstra pudor algum em demonizá-los além-oceano. É isso que eles fazem. Lula vinha cá, esbanjava sorrisos e proferia cínicas palavras simpáticas. Chegado ao Brasil, pintava os portugueses como verdadeiros monstros. E há quem os defenda, aqui, em Portugal. O ódio internalizado é o pior, de facto. Os portugueses são prodigiosos em odiar-se. Se houver quem os ajude nessa tarefa, ainda agradecem e pagam, se preciso for.

   A par de tudo isto, a situação do Brasil não me é indiferente. Eu vejo um país mergulhado no caos social, com índices de violência alarmantes, com uma insegurança que se pressente em cada linha que um brasileiro nos dirija em desabafos. Viver-se no Brasil, é o que sinto, com muita pena, não é agradável. Os brasileiros estão desiludidos. Naquelas escalas de felicidade, a segurança compreende um perímetro vasto. Não há felicidade alguma sem paz social. Os brasileiros não têm essa paz, ao contrário de nós, por exemplo, que podemos ter dificuldades, que as temos, mas moramos num país seguro e tranquilo. Ainda que custe a ler ou a ouvir, o Brasil precisa de ordem, e a ordem impõe-se. Não através da pena de morte, desumana, mas de medidas concretas, que poderão restringir direitos, liberdades e garantias, sim, se tal se justificar em nome da paz social. Não há justiça onde não há paz social, onde os cidadãos não vêem os seus direitos acautelados, onde impera o terror nas ruas. Por vezes, perguntam-me se fosse em Portugal, o que eu pensaria. Se Portugal vivesse estes tenebrosos dias que o Brasil vive, defenderia exactamente o mesmo. Haveria de preferir prescindir de uma parcela da minha liberdade em nome da segurança. Não seria livre se a minha liberdade fosse permanentemente ameaçada pelo medo de uma arma. Bolsonaro não é um salvador da pátria, porém propõe-se a lutar contra o flagelo da criminalidade no Brasil, seguramente o maior entre os problemas daquele país, o que mais o obscurece aos olhos da comunidade internacional e dos próprios brasileiros.

   Bolsonaro peca pela sua falta de eloquência. Altera o tom de voz, consegue ser rude. É um homem com ideias num país difícil. É evidente que há muito nele que não concordo. Sou contra a pena de morte, oponho-me ao uso da tortura. A pena de morte é degradante, a tortura idem. É um método incompatível com qualquer estado que respeite a dignidade humana. Entretanto, Bolsonoro tem razão quando se opõe à discriminação positiva que favorece os afro-brasileiros. Não há qualquer dívida histórica. As pessoas devem atingir os seus patamares através do mérito, e isso consegue-se facilmente numa sociedade onde todos sejam iguais, independentemente da cor da pele. Em relação à comunidade homossexual, é muito coerente também. Nada tem contra homossexuais, mas não quer, como eu não haveria de querer, que o lobby gay entre nas escolas, com programas e currículos. Ensinar-se que a homofobia é errada, sim; mais do que isso, não. E não há ponta de racismo ou de homofobia neste discurso de Bolsonaro. O que há, sim, da parte dos seus opositores é incapacidade em lidar com a sua determinação, principalmente com o contraditório. Custa-me a aceitar a visão que têm da democracia: a democracia só existe no limite da convergência. E ai de quem ouse ter ideias próprias que atentem contra o establishment.

   Não sei realmente o que é os que brasileiros preferirão. Da minha parte, começo a habituar-me ao desdém pelos portugueses. O ensino está totalmente dominado pela esquerda política, que desde Paulo Freire se dedica a manipular a informação segundo lhe convém. Eu, por exclusão de partes e por tudo o que mencionei, já fiz a minha escolha, no que me é dado a permitir escolher.

15 comentários:

  1. "quando afirma que os portugueses « não pisaram na África " se ele está correto porque existem países africanos que falam português?

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    1. Foi apenas uma expressão dele. Uma forma de falar.

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    2. "Bolsonaro não é um salvador da pátria, porém propõe-se a lutar contra o flagelo da criminalidade no Brasil" Ele foi vereador do Rj de 1989 a 1991 e é Deputado Federal pelo Rio de Janeiro de 1991 até hoje. Pergunto: fez alguma coisa contra a criminalidade? Além do mais o estado pelo qual ele é deputado federal desde 1991 é um que sofre mais com a criminalidade?

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    3. Importa-se de respeitar a minha opinião?

      Como vereador e deputado, os seus poderes não são sequer equiparáveis aos de um presidente.

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    4. Não disse que os poderes são os mesmos, disse que para alguém que tem essa bandeira como candidato é estranho que não tenha feito nada em relação ao assunto em seu próprio quintal eleitoral, o Rio de Janeiro! Eu respeito sua opinião, porém em uma conversa civilizada temos que ver os dois lados da questão. E você pede respeito, mas não respeita, chamou a constituição do Brasil de "Constituiçãozinha", no diminutivo, para deprecia-la!
      Nick

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    5. O RJ é um caso muito sério, difícil, intrincado, e você sabe-o melhor do que eu.

      Constituiçãozinha ofende? É muito susceptível.

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    6. Não me ofende, mas para bom entendedor meia palavra basta e você usou a palavra no diminutivo justamente para ofender e diminuir e cobra respeito dos outros!
      Nick

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    7. Isso nem foi aqui no blogue, portanto não traga esses assuntos para aqui. Também você já desrespeitou Portugal aqui há uns comentários atrás.

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    8. Onde desrespeitei Portugal? Quando falei que você roubaram nosso ouro? Pode até ter sido ofensivo mas depois que você me deu seu exemplo do sul do Brasil, entendi e aceito o seu lado desse debate, pois você soube me dar um exemplo (apesar de discordar de algumas coisas ainda)

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  2. Não estou por dentro da política Brasileira, eles que decidam ;)

    Maîte Proença ao Governo kkkkkkkkkkkkkk

    Abraço amigo

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    1. Eu interesso-me. :)

      Pff, essa mulher.

      um abraço, amigo.

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  3. Na verdade, cabe aos brasileiros resolver e decidir o que pretendem vir a ter e como querem ser governados, no entanto é sempre bom saber aquilo com que poderemos ou não de contar.
    Tiveram 200 anos para aprender a ser maiores de idade, e se não o conseguiram, não foi seguramente por culpa deste país onde vivemos.
    Isto é, teremos tanta culpa como outro qualquer país do mundo, não obstante os laços que nos unem.
    Não pretendo perder um segundo que seja com esse complexo de culpa que nos pretendem incutir. Não me reconheço minimamente, ainda que haja gente naquele país que nisso façam questão. Eu deixo-os!

    Mas, e se por acaso, continuarem em insistir em colocar culpa no país que lhes deu a grandiosidade que têm, de serem o quinto maior país no mundo e o maior na América do Sul, e um país cheio de riquezas naturais e uma ainda maior, a sua população, que o fazem a quinta potência do mundo, pois muito bem. Assim seja! Pode ser que isso os faça felizes, se bem que duvido que isso seja verdade quando se trata de gente responsável e de ideias esclarecidas. A mim é-me indiferente.
    Há coisas mesquinhas que fazem os outros felizes, se isso não me fizer mossa, deixo. Quem perde não seremos nós seguramente.
    Conhecemos a nossa posição no mundo, e a nossa verdade histórica, ou pelo menos temos o dever de a conhecer, e creio ser preferível não a perder com pessoas com ideias obstinadas e menos esclarecidas.
    Nem nós conseguiremos mudá-los, nem os outros querem ser alterados, simplesmente preferem a discussão pelo valor pueril dela mesma.

    No entanto, e repito, creio ser útil que comente o que vai acontecendo no Brasil, e agradeço-lho, pois sendo a potência que é, será sempre bom saber com quem lidamos e o que poderemos esperar; não obstante, ainda que muita das nossas famílias ali esteja (a vasta maioria da minha está, já em quinta e sexta geração - tanto por via paterna como materna), nada poderemos fazer, ou sequer pretender mudar-lhes a opinião.
    Têm-na formada, e muitas vezes, de forma deturpada, é verdade, mas não é geral. E discutir pontos de vistas formados de forma cega e obstinada é uma tarefa sem qualquer sentido. Inútil.
    No entanto, como em todas as sociedades, há quem reconheça a verdade e veja mais longe, e ainda bem que assim é.
    Uma boa semana
    Manel

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    1. Olá, Manel.

      Desculpe-me por só agora ter aceitado o seu comentário. Não tenho vindo ao blogue.


      Sim, há brasileiros esclarecidos. Conheço vários, a maioria virtualmente. A maior parte dos brasileiros tem alguma ascendência portuguesa, e muitos nem o saberão, pois a ancestralidade portuguesa perde-se no tempo. Não é igual à italiana e à alemã, que remontam ao século XIX.


      Há muitos preconceitos com os portugueses. Os brasileiros sentem uma vergonhazinha mal dissimulada por serem nossos herdeiros. Adoram encher o peito para falar das heranças alemã e italiana, mas esquecem-se de que a portuguesa é a principal, e isso verifica-se em tudo. Até a feijoada, o principal prato da culinária brasileira, é de origem portuguesa. O Brasil é um país que pouco tem de original. Eles são uma mescla de culturas (não inventaram nada), com predomínio da portuguesa.


      Infelizmente, a par dos preconceitos contra os portugueses, que já são antigos, há uma esquerda odiosa que os ajuda a incrementar. Temos o bolo e a cereja no topo. Daí toda essa retórica de "colónia de exploração", que "invadimos o Brasil" (como se houvesse algum Brasil quando chegámos àquele mato), etc. Enfim.


      Sinto pouco apreço pelo país e pelo povo, e cada vez menos e menos. Merecem-me respeito os brasileiros esclarecidos, porque dos outros quero distância. E não julguem jamais que me uniria ao coro odioso contra Portugal. Tenho orgulho nos nossos feitos e no império que erguemos. Levámos-lhes uma língua e uma religião. Construímos aquele país com muito sangue e suor. Devem-nos tudo. A ingratidão é um sentimento muito pouco nobre.

      Uma boa semana, Manel.

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  4. Percebo que você não tem conhecimento sobre o racismo estrutural que condena afrodescentes às mesmas profissões e espaços geográficos (morros e periferias) desde a abolição. Se vier ao Brasil repare nas seguintes coisas, porque nesses aspectos que o racismo estrutural se revela e mostra que não existe igualdade racial no Brasil. Se você encontrar um médico negro, a probabilidade de ganhar na loteria é alta. Ao entrar em um banco, veja se +- 50% de funcionários são negros ou pardos(seguranças não contam). Tribunais e demais órgão do sistema de justiça, idem. Depois observe só funcionário da limpeza, lixeiros e por ai vai, de qualquer organização, pública ou privada, porque o padrão se repete.
    Nos mais variados institutos de pesquisa brasileiros, a disparidade de renda entre brancos e negros foi demonstrada e segue sendo demonstrada. (E não só em institutos brasileiros.)
    No Brasil, desigualdade e pobreza tem marcadores raciais, causado por um Estado que não deu cidadania aos libertos. Preferiu distribuir terras a imigrantes europeus no século XIX, com sua politica de eugenia e embranquecimento. Na literatura e jornais pós-abolição abundam exemplos do sistema de exclusão perpetuado. Uma pessoa negra no Brasil tem 50% mais chance de ser abordada pela polícia unicamente por sua cor. O que não falta são relatos de pessoas negras paradas pela polícia por que estavam correndo, e o pior, mortas.(Eu já vi a polícia fazer isso, eu já ouvi inúmeros relatos). (O racismo aqui varia de acordo com a quantidade de melanina, o discurso evocado para demarcar igualdade na miscigenação não tem base real.) Uma pessoa negra no Brasil não tem as mesmas chances que uma pessoa branca pertencente a classe média ou classes mais altas. Divida histórica existe, por mais indigesta que seja pra alguns, principalmente para a elite e a brasileira que se beneficiou e segue se beneficiando desse sistema de segregação velada. Não existe igualdade no Brasil, ou moro em outro Brasil, porque não a vejo todos os dias desde que nasci nos mais variados espaços que frequento. Tudo isso tem origem na escravidão, e o fato de negros na África terem vendido seus prisioneiros não torna o tráfico e escravização deles palatável. Saber e reconhecer o racismo estrutural não se relaciona à esquerda política, é ciência factual.
    Cotas é uma medida de reparação histórica, que não se baseia em menos capacidade, mas é uma busca pela equidade. Alunos de escolas públicas(aqui entra brancos pobres, negros, indiginas, e mesmo assim o aspecto racial está atrelado ao racial) não eram realidade em Universidades públicas até 10 anos atrás. Se existia igualdade de acesso, qual a explicação para esse cenário?


    90%++ dos problemas de criminalidade se relacionam com o tráfico de drogas, mantido pelo Estado que insiste em uma guerra perdida, por que lhe é muito conveniente. Existe todo uma estrutura estatal que se beneficia da guerra às drogas. (Na rua de casa tinha “boca-de-fumo”, a polícia vinha ca da 15 dias buscar seus rendimentos.) Repressão não foi, não tem sido, e não será solução para o tráfico e uso de drogas. 30 anos como parlamentar, só conseguiu transformar os filhos em políticos. Um discurso pobre, violento e sem nenhum respeito aos direitos humanos, fora o saudosismo nauseante pela ditadura e seus torturadores. E o pior de tudo, é a certeza que passa aos seus seguidores de poderem matar e fazer o que quiser com quem considerarem inconvenientes, principalmente LGBTS. O Brasil segue sendo o pais que mais mata LGBT no mundo, o 5º em número de feminicídios e o Bolsonaro insistem em dizer que é vitimismo, que não se deve discutir gênero e sexualidade nas escolas. Só quem é parte de minorias sociais no Brasil sabe o perigo que esse ser indigesto representa.

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    1. Engana-se. De tanto ler acerca, estou bem consciente das dificuldades que o processo histórico acarreta para as pessoas de tez negra. Contudo, numa sociedade justa, as pessoas devem progredir mediante o seu esforço, a sua dedicação. Não me parece correcto que alguém leve vantagem apenas porque há uma hipotética "dívida histórica"; não considero correcto que alguém que tenha obtido uma classificação superior a uma pessoa negra, por exemplo, não veja o seu esforço recompensado porque há numerus clausus consoante a cor da pele. Bolsonaro defende, e bem, que todos sejam tratados da mesma forma, independentemente da cor da pele. Ninguém deve ser prejudicado e nem beneficiado pela sua cor; deve-o, sim, através do seu esforço, do seu mérito.

      No Brasil, matam-se pessoas. Pessoas. Não se matam apenas negros ou homossexuais. Pessoas são assassinadas diariamente, tenham que cor tiverem. Brancos, negros, vermelhos, azuis, se os houvesse. É um problema de desigualdade social. Amenizando-o, a criminalidade baixará. É facto inequívoco. Quanto mais desigualdade há, quanto mais as pessoas perdem esperança num futuro melhor, mais aumenta a propensão para o crime. Havendo mais igualdade, deixa de ser necessário recorrer a esse sistema injusto e desonesto de cotas.

      Também em Portugal. Em bancos e em altos quadros, dificilmente vemos negros; como seguranças e "faxineiros", abundam. E aqui não há nada que impeça essas pessoas de continuarem a estudar, como você garante que há aí. Já pensou que algumas dessas pessoas podem não querer estudar mais? Já pensou que o nosso paradigma de felicidade - emprego numa empresa multinacional, vestir fato (terno) todos os dias, etc. - pode não ser o de grande parte dessas pessoas? Pois é, parece que a realidade do Brasil também se verifica aqui. Há dias, um tribunal português deu razão à família de uma jovem de 15 anos, de etnia cigana, que abandonou a escola precocemente - aqui, os jovens são obrigados a estudar até aos 18 anos. O tribunal entendeu que a decisão da jovem era uma manifestação cultural e que estava inserida no seu livre desenvolvimento da personalidade.

      Deve-se discutir o fim da discriminação contra pessoas de outras orientações sexuais minoritárias, sim, mas não se devem apoiar manifestações de "arte" que envolvam menores e homens adultos; não se deve apoiar a introdução de temáticas LGBT para influenciar as crianças. Isso não. Seguramente que você sabe quem foi o Clodovil Hernandes. Pois bem, ele opunha-se a essa militância gay inconsequente. Ensinar-se a uma criança que ela deve respeitar os coleguinhas homossexuais é um imperativo de qualquer sociedade responsável; incutir-lhe propaganda LGBT, não.

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