Dois mil e dezassete dá os seus derradeiros suspiros. Um ano mau a nível pessoal, como mencionei recentemente numa publicação. Figurará, até ver, entre os piores que vivi - sim, foi assim tão mau. O primeiro trimestre, para mim, foi pavoroso. Ali entre finais de Janeiro e meados de Março, vivi dias difíceis, por motivos que agora não vêm ao caso, mas que até me custam recordar.
No que ao blogue respeita, e fugindo à tendência da blogosfera, decrescente e de apatia, 2017 foi um ano razoável. Escrevi mais do que em 2016 e em 2015, também porque saí mais, fui mais vezes ao cinema, ao teatro, a exposições. Em termos culturais, foi um ano razoável.
À semelhança do que fiz quer em 2016, quer em 2015, também este ano acabei por me decidir por um apanhado geral dos temas mais importantes abordados no blogue, e foram muitos, com as respectivas hiperligações para leitura rápida. Começando por Janeiro, mês frio, não posso dizer que tenhamos sido surpreendidos com o falecimento do Dr. Mário Soares, que há muito estava doente, e a cujas exéquias fúnebres compareci. Após a vitória de Trump, Barack Obama preparava-se para se despedir da Casa Branca, o que me mereceu alguma reflexão. António Costa viajou até Goa, terra dos seus antepassados, aproveitando, eu, a deixa para escrever um pouco sobre esse antigo território, português por quatro séculos e meio. Pela política nacional, insurgi-me com o aproveitamento político do maior partido da oposição.
Fevereiro começou mal, com a tomada de posse de Donald Trump. Iniciei o meu ciclo de cinema com dois dos nomeados aos Oscars do ano: La La Land, Moonlight, Jackie e Manchester by the Sea. A meio de um mês vocacionado para o cinema, aclarei a relação histórica entre Portugal e o Brasil e relatei o que se passou num dos sábados culturais.
Março, mês da Primavera, mantive-me fiel às salas de cinema. Dissertei sobre um tema fracturante em Portugal, a legalização da prostituição. Continuei a abraçar os programas culturais. Perfez um ano desde que Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse, fazendo um balanço do seu primeiro ano em Belém. O Tribunal de Justiça da UE emitiu uma decisão polémica sobre o uso de símbolos religiosos, que tanta celeuma causou. Já no final do mês, assisti a um documentário sobre Mário Cesariny, não deixando que Março findasse sem assinalar os sessenta anos do Tratado de Roma.
Por Abril, assisti às peças Caveman e Quem Tem Medo de Virginia Woolf?. O Chefe de Estado turco e o seu extremismo foram o tema da crónica do dia 20. No dia 25, como vem sendo habitual, mas fugindo um pouco aos tradicionais clichés, fiz uma análise ao 25 de Abril de 1974.
Doce Maio, dias cada vez maiores e temperaturas que os acompanham. Comecei com uma menção ao Dia Internacional da Língua Portuguesa. As eleições francesas e a temida deriva à extrema-direita jogaram-se no dia 8. Fátima e os seus mistérios, por ocasião do centenário das aparições, foram, pela primeiríssima vez, abordados por mim no blogue. Também pela primeira vez, após décadas de participação, Salvador Sobral levou Portugal à glória na Eurovisão. Com o mês a findar, o blogue atingia o número histórico de mil publicações.
Junho, de veraneio, com uma dissertação histórica à união das coroas de Castela e Aragão. O mês seria trágico para o país, com a tragédia de Pedrógão Grande a provocar a dor e a consternação em todos. Pelo desporto, Portugal encerrava a sua jornada na Taça das Confederações.
Em Julho, tivemos o ainda por explicar furto de material militar em Tancos. Porque valeu a pena, assisti ao filme Tom of Finland, que aconselho, no momento em que progressivamente comecei a ir menos ao cinema. Numa primeira de duas publicações, que a segunda ainda espera vez a luz do dia, dediquei a crónica do dia 17 à tomada da Bastilha, em França. O ano foi profícuo em polémicas relacionadas a decisões judiciais. Uma delas, que levou Portugal às instâncias internacionais, encerrou o mês.
Agosto, o mês mais quente do ano em polémicas. O Governo viu-se em mãos com o descontentamento que se seguiu aos casos mediáticos. Na América do Sul, o caos social venezuelano agudizou-se. Continuámos a ser assombrados por ataques jihadistas. Em África, os angolanos preparavam-se para a transição política com a saída de José Eduardo dos Santos da presidência da República. Duas tristes efemérides não pude deixar passar em claro: os vinte anos do desaparecimento da minha bisavó e da Princesa de Gales.
Setembro outonal, Acordo Ortográfico que não me convence. Portugal, após anos de contenção, saía do lixo para uma das principais agências de rating. A Catalunha começava a preencher os nossos dias, com a subida de tom independentista. De novo em paragens africanas, João Lourenço tomava posse, em Angola.
Por Outubro, tivemos, em Portugal, eleições autárquicas. Fiz uma análise ao acto eleitoral. Simultaneamente, Passos Coelho anunciou a sua não-recandidatura à liderança do PSD. Também tracei o perfil dos candidatos a sucessores. Cinema português, de novo, com um filme muito interessante sobre Al Berto. Em meados do mês, comprei o meu primeiro iPhone, um 8 Plus. Voltávamos a reviver uma tragédia semelhante à de Pedrógão, com elevado número de vítimas mortais. Nas artes, (re)descobri um velho nome, Klaus Nomi, artista único. Lembram-se de vos falar de decisões judiciais controversas? Tivemos outra, desta feita na Relação do Porto, que muita tinta fez correr... Aqui ao lado, o governo autonómico catalão declarava a independência, num processo conturbado e bem pouco pacífico.
O ano caminhava para o fim. Nos cem anos da Revolução Russa, decidi escrever a respeito. Descobrimos, eu e a maioria dos portugueses, que os jantares nos panteões nacionais eram aceitáveis para os nossos governantes. A um mês do Natal, recebi a primeira de duas consolas clássicas: a Super Nintendo Classic Mini. Assinalei, porque achei pertinente, sobretudo num ano de catástrofes naturais pelo país, os cinquenta anos sobre as grandes cheias de 1967. Encerrei o mês com uma crónica sobre a Galiza.
Dezembro, mês das festas, começou com a perda de uma personalidade ligada ao rock português, Zé Pedro, dos Xutos. Lá por fora, Donald Trump, sempre polémico, reconhecia Jerusalém como a capital de Israel, aumentando a tensão no Médio Oriente. Um querido amigo, o M., e eu andámos por Lisboa a passear, visitando vários monumentos.
O grande evento do mês, e do ano, quanto a mim, foi o Jantar de Natal - Lisboa 2017, que tive a honra e o prazer de organizar.
Foi um ano rico no que concerne a programas culturais. De igual modo, houve um aprofundamento na amizade com pessoas que conheci na e pela blogosfera, em contraposição com a agonia da mesma. Que assim se mantenha nestes domínios, e que 2018 melhore noutros.
E fico-me por aqui. Obrigado a todos os que me acompanharam neste ano. Desejo-vos um final de ano excelente e uma entrada com o pé direito no novo ano que está prestes a iniciar. Feliz 2018!
A azul, as hiperligações para os artigos.
Por Abril, assisti às peças Caveman e Quem Tem Medo de Virginia Woolf?. O Chefe de Estado turco e o seu extremismo foram o tema da crónica do dia 20. No dia 25, como vem sendo habitual, mas fugindo um pouco aos tradicionais clichés, fiz uma análise ao 25 de Abril de 1974.
Doce Maio, dias cada vez maiores e temperaturas que os acompanham. Comecei com uma menção ao Dia Internacional da Língua Portuguesa. As eleições francesas e a temida deriva à extrema-direita jogaram-se no dia 8. Fátima e os seus mistérios, por ocasião do centenário das aparições, foram, pela primeiríssima vez, abordados por mim no blogue. Também pela primeira vez, após décadas de participação, Salvador Sobral levou Portugal à glória na Eurovisão. Com o mês a findar, o blogue atingia o número histórico de mil publicações.
Junho, de veraneio, com uma dissertação histórica à união das coroas de Castela e Aragão. O mês seria trágico para o país, com a tragédia de Pedrógão Grande a provocar a dor e a consternação em todos. Pelo desporto, Portugal encerrava a sua jornada na Taça das Confederações.
Em Julho, tivemos o ainda por explicar furto de material militar em Tancos. Porque valeu a pena, assisti ao filme Tom of Finland, que aconselho, no momento em que progressivamente comecei a ir menos ao cinema. Numa primeira de duas publicações, que a segunda ainda espera vez a luz do dia, dediquei a crónica do dia 17 à tomada da Bastilha, em França. O ano foi profícuo em polémicas relacionadas a decisões judiciais. Uma delas, que levou Portugal às instâncias internacionais, encerrou o mês.
Agosto, o mês mais quente do ano em polémicas. O Governo viu-se em mãos com o descontentamento que se seguiu aos casos mediáticos. Na América do Sul, o caos social venezuelano agudizou-se. Continuámos a ser assombrados por ataques jihadistas. Em África, os angolanos preparavam-se para a transição política com a saída de José Eduardo dos Santos da presidência da República. Duas tristes efemérides não pude deixar passar em claro: os vinte anos do desaparecimento da minha bisavó e da Princesa de Gales.
Setembro outonal, Acordo Ortográfico que não me convence. Portugal, após anos de contenção, saía do lixo para uma das principais agências de rating. A Catalunha começava a preencher os nossos dias, com a subida de tom independentista. De novo em paragens africanas, João Lourenço tomava posse, em Angola.
Por Outubro, tivemos, em Portugal, eleições autárquicas. Fiz uma análise ao acto eleitoral. Simultaneamente, Passos Coelho anunciou a sua não-recandidatura à liderança do PSD. Também tracei o perfil dos candidatos a sucessores. Cinema português, de novo, com um filme muito interessante sobre Al Berto. Em meados do mês, comprei o meu primeiro iPhone, um 8 Plus. Voltávamos a reviver uma tragédia semelhante à de Pedrógão, com elevado número de vítimas mortais. Nas artes, (re)descobri um velho nome, Klaus Nomi, artista único. Lembram-se de vos falar de decisões judiciais controversas? Tivemos outra, desta feita na Relação do Porto, que muita tinta fez correr... Aqui ao lado, o governo autonómico catalão declarava a independência, num processo conturbado e bem pouco pacífico.
O ano caminhava para o fim. Nos cem anos da Revolução Russa, decidi escrever a respeito. Descobrimos, eu e a maioria dos portugueses, que os jantares nos panteões nacionais eram aceitáveis para os nossos governantes. A um mês do Natal, recebi a primeira de duas consolas clássicas: a Super Nintendo Classic Mini. Assinalei, porque achei pertinente, sobretudo num ano de catástrofes naturais pelo país, os cinquenta anos sobre as grandes cheias de 1967. Encerrei o mês com uma crónica sobre a Galiza.
Dezembro, mês das festas, começou com a perda de uma personalidade ligada ao rock português, Zé Pedro, dos Xutos. Lá por fora, Donald Trump, sempre polémico, reconhecia Jerusalém como a capital de Israel, aumentando a tensão no Médio Oriente. Um querido amigo, o M., e eu andámos por Lisboa a passear, visitando vários monumentos.
O grande evento do mês, e do ano, quanto a mim, foi o Jantar de Natal - Lisboa 2017, que tive a honra e o prazer de organizar.
Foi um ano rico no que concerne a programas culturais. De igual modo, houve um aprofundamento na amizade com pessoas que conheci na e pela blogosfera, em contraposição com a agonia da mesma. Que assim se mantenha nestes domínios, e que 2018 melhore noutros.
E fico-me por aqui. Obrigado a todos os que me acompanharam neste ano. Desejo-vos um final de ano excelente e uma entrada com o pé direito no novo ano que está prestes a iniciar. Feliz 2018!
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