21 de março de 2012

Equinócio.


 Escolhi, por fim, o tema do trabalho que irei apresentar. Ao falar com uma colega sobre o trabalho e a escolha daquela cadeira em optativa, cheguei à conclusão de que se trata de um "presente envenenado", mais ou menos quando como uma fatia de tarde de amêndoas da Ana e fico indisposto. O pior é que em relação ao trabalho, o comprimido que funcionará como inibidor do ácido gástrico será mesmo a pesquisa que terei de fazer...
 Assim sendo, hoje acordei mais cedo e fui para a faculdade, de tal forma incomodado que não dei os bons dias às andorinhas. Revoltado, só me apetecia agitar freneticamente umas pequenas árvores que encontrei no caminho; o efeito não seria o melhor e ficaria cheio das sementes das flores que agora começam a desabrochar.
 Nunca fui um especialista em andar com uma pilha de livros nas mãos, mantendo a custo o equilíbrio e ainda estando ligeiramente cansado. Todos tiveram a mesma ideia e a biblioteca da faculdade estava cheia. Os livros tinham, hoje, uma qualquer força gravitacional. A minha cabeça era misteriosamente atraída para baixo. Posso jurar que estava acordado!
 Depois de momentos de quase pânico por não conseguir tirar umas fotocópias naquelas fotocopiadoras que não gostam de mim, fui confrontado com uma aluna de um mau génio impressionante. O Inverno persistia naquele ser.
 Nesta saga, não dei pela chegada da Primavera. O vento que se fez sentir também não ajudou. Longe vão os tempos em que, no colégio, fazíamos um desenho para assinalar a sua chegada! Evidentemente, o meu desenho tinha mais flores, nuvens e relva do que os dos outros meninos. Relembrei-me, mais tarde, quando uma colega me avivou a memória.
 Prometi à Primavera que, por enquanto, voltarei a escrevê-la com "P" maiúsculo. 
 Ela agradeceu.


5 comentários:

  1. Com o Inverno tão atípico que tivemos este ano (trocamos com o de um local a 2100 km daqui, lá tiveram o inverno mais chuvoso de que há memória, com tempestades todas as semanas), não é de admirar que tenhamos entrado na Primavera sem darmos conta. :)

    Longe vão os tempos em que notávamos a diferença nas mudanças das estações. Curiosamente, eu penso que a Primavera este ano até chegou mais cedo, lembro-me de no dia 5 de Março já ter avistado andorinhas...

    Seja como for, boa sorte para o teu trabalho!

    Abraço :3

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  2. Eu nunca deixei de escrever as estações do ano com maiúsculas.
    Ai, este Acordo(?)...

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  3. É impressionante como você descreve bem o seu cotidiano. Na medida que eu leio, visualizo todos os seus passos, como se eu fosse um espectador a ver uma cena de cinema.Acho que você deveria investir na carreira de escritor, leva jeito. Continue escrevendo Primavera com P maiúsculo, ela merece.E a sua liberdade estilística,onde fica? escreva do seu jeito. Esse acordo ortográfico que inventaram hein.Que confusão! Sei que aí está maior polêmica.

    Até logo, portuguesinho.

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  4. Citizen 86: Sim, aqui o Acordo está a ser polémico. :S Eu apliquei-o durante alguns meses no blogue, mas, ultimamente, tenho optado pela ortografia anterior. Senti que os meus textos ficavam incompletos, estranhos. Sei que, inevitavelmente, e porque sempre fui um defensor intransigente do Acordo Ortográfico, mais tarde ou mais cedo terei de voltar a aplicá-lo. Em Portugal, ainda estamos no período de transição. Depois, logo se vê. :)

    Obrigado pelas palavras, awwn. :3

    "Portuguesinho", ahah, gostei! *-*

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  5. Hórus: Também já avisto as andorinhas há algum tempo, mas ontem não lhes dei os "bons dias". x)

    Obrigado! :33

    João: Eu passei a escrever com minúsculas, mas arrependi-me, pelo menos por enquanto. A Primavera perdoou-me. :)

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