5 de fevereiro de 2025

Almirante Gouveia e Melo? Cristina Ferreira?


   É cedo para se falar de presidenciais, embora em Portugal o tema comece a ser explorado dois anos antes. Aventam-se potenciais candidatos, e há alguns assumidos (Marques Mendes). Já estamos acostumados. Nestas eleições, à semelhança de 2016, creio que são favas contadas para o Almirante Gouveia e Melo, que não me agrada. O lugar dos militares é nos quartéis. Tivemos militares durante o PREC e um militar na Presidência da República de 1976 a 1986 (Ramalho Eanes), e a coisa não correu bem. Eanes era demasiado interventivo, e já ouvi dizer que este é igual. O poder político deve estar entregue a civis. Parece-me claro. Contudo, o Almirante granjeou uma enorme fama durante a pandemia. Não sei muito bem o motivo, visto que já não morava em Portugal. Nas presidenciais, sendo uma eleição personalizada, ganha-se pelo carisma, pelo mediatismo, e foi surpreendente para mim quando, há dias, ouvi falar no nome de Cristina Ferreira por Pacheco Pereira. Segundo Pereira, Cristina Ferreira é a única pessoa com carisma suficiente para enfrentar e, possivelmente, derrotar o Almirante, que seguramente se vai candidatar. 

   A apresentadora e directora da TVI, como qualquer cidadão maior de 35 anos, pode candidatar-se. Não me parece mal que o faça. A hipótese é vista como uma piada, entretanto, rodeando-se de bons acessores, não vejo em que é que a falta de experiência política -que o Almirante também não tem- poderia prejudicar as ambições políticas de Cristina Ferreira, isto é, não é preciso ser-se político nem jurista para se ser Presidente. Convém conhecer a Constituição e os poderes do Presidente, mas disso encarregar-se-iam os ditos acessores. Eu veria com melhor olhos Cristina Ferreira como Presidente do que um militares.

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