Há uma semana, eu e o M. mudámo-nos. O M. conseguiu, finalmente, o seu posto fixo como médico, tendo escolhido um município a cerca de 40km de onde vivíamos. Estamos numa cidade, temos todos os serviços à nossa disposição, o que não sucedia na vila onde passámos os últimos dois anos e meio das nossas vidas. Comprámos um apartamento espaçoso mesmo em frente ao rio e ao passeio fluvial. Disponho agora de um amplo espaço para passear o cão. É uma nova vida. Profissionalmente, o M. tem estabilidade, uma vez que pode exercer como médico aqui para sempre. Onde estava, era interino. Aos 34 anos, é médico com posto fixo, o que muitos médicos com mais vinte anos em cima ainda não conseguiram. Desengane-se quem pensa que a vida de um médico é fácil. Com a instabilidade laboral dos nossos países, há gente que consegue ter mais segurança no seu emprego sem uma licenciatura do que o contrário. O tempo dos empregos seguros passou há muito.
Mesmo em frente à nossa casa |
As mudanças são sempre uma tortura, e eu infelizmente tenho feito muitas por vicissitudes da vida. Em Março, fomos a Portugal buscar os meus pertences e os da minha mãe aquando da sua morte, e menos de um ano depois já fizemos uma mudança. Os cerca de 40km da vila onde vivíamos em nada diminuíram ou amenizaram o nosso trabalho. Tivemos de empacotar tudo, e imagine-se o que é fazê-lo quando, como eu, se é de acumular coisas. Centenas de livros, dezenas de camisas, calças, casacos, louças, mais coisas minhas de infância... foi uma trabalheira. Para que possam fazer uma ideia, enchemos duas vezes uma carrinha, e na quarta-feira última ainda tive de voltar à arrecadação do antigo apartamento para buscar os meus pertences de infância e outros que tais que depositámos ali. Depois, há que arrumar tudo na casa nova, deitar fora o que não presta, e isso levou-nos mais uma semana. Naturalmente, o M. continuou a trabalhar. Somente pediu dois dias de mudanças. O que houve, sim, foi coordenação da nossa parte. Como sabíamos de antemão que a convocatória estava a chegar, fui empacotando a casa atempadamente. Chegado o dia da mudança em si, procedeu-se apenas (como se fosse pouca coisa!) ao transporte. Estamos esgotados, porém, animados pelo trabalho concluído e com a nova fase que se inicia.
Quem muda, Deus Ajuda
ResponderEliminarMaiores Felicidades
Abraço amigo
Que assim seja.
EliminarUm abraço, amigo.
Mark
Muitas felicidades na vossa nova vida. Os parabéns pelos sucessos alcançados.
ResponderEliminarAs mudanças são sempre complicadas e trabalhosas.
So o Marc pensa que é um acumulador, então desengane-se. Devia conhecer-me e aí sim, saberia o que é um acumulador.
Num espaço de tempo relativamente curto fiz duas mudanças, pois quando comprei a minha casa do Alentejo, tive de transportar para lá toda a tralha que tinha na minha casa de familia. Foram 64 caixotes repletos, fui obrigado a alugar um TIR para transportar a mobília, e, para além disto, fiz mais 10 viagens com uma carrinha de caixa fechada sempre totalmente carregada e repleta!!!! Isto sim é ser acumulador.
Console-se, não é um acumulador.
E na mudança aqui, na casa de Lisboa, foi novamente um camião repleto de mobiliário e mais 50 caixotes repletos de ... nem sei de quê. Para não falar da quantidade de viagens (nem sei quantas, 10, 15, não recordo) que fiz com o meu carro cheio de tralha, e o meu carro na altura era uma carrinha comercial de caixa fechada!!! Diga-me lá se ainda se considera um acumulador!!!!
Mas ainda que o não seja, qualquer mudança dá muito trabalho e consome imenso tempo da nossa vida. Mas, no final, é um encanto, quando nos vemos instalados no novo espaço.
Cumprimentos com votos de muito boa sorte e força
Manel
Olá, Manel. Perdoe o tempo que demorei a responder ao seu comentário. Li-o no mesmo dia, mas entretanto, com os afazeres diários, fui protelando a resposta.
EliminarEm termos de caixas, o nosso número rondaria esse, sim, as sessenta e muitas. A nossa “sorte” é que não tínhamos mobília (vivíamos numa casa arrendada), excepto uns móveis que comprámos para o escritório que fizemos e mais algumas poucas coisas.
O trabalho é imenso, e para mais no contexto que vivo de luto, mas enfim, já se fez e estamos felizes.
Um abraço de saudade.
Mark