13 de novembro de 2022

Nova Casa.


   Há uma semana, eu e o M. mudámo-nos. O M. conseguiu, finalmente, o seu posto fixo como médico, tendo escolhido um município a cerca de 40km de onde vivíamos. Estamos numa cidade, temos todos os serviços à nossa disposição, o que não sucedia na vila onde passámos os últimos dois anos e meio das nossas vidas. Comprámos um apartamento espaçoso mesmo em frente ao rio e ao passeio fluvial. Disponho agora de um amplo espaço para passear o cão. É uma nova vida. Profissionalmente, o M. tem estabilidade, uma vez que pode exercer como médico aqui para sempre. Onde estava, era interino. Aos 34 anos, é médico com posto fixo, o que muitos médicos com mais vinte anos em cima ainda não conseguiram. Desengane-se quem pensa que a vida de um médico é fácil. Com a instabilidade laboral dos nossos países, há gente que consegue ter mais segurança no seu emprego sem uma licenciatura do que o contrário. O tempo dos empregos seguros passou há muito.


Mesmo em frente à nossa casa


    As mudanças são sempre uma tortura, e eu infelizmente tenho feito muitas por vicissitudes da vida. Em Março, fomos a Portugal buscar os meus pertences e os da minha mãe aquando da sua morte, e menos de um ano depois já fizemos uma mudança. Os cerca de 40km da vila onde vivíamos em nada diminuíram  ou amenizaram o nosso trabalho. Tivemos de empacotar tudo, e imagine-se o que é fazê-lo quando, como eu, se é de acumular coisas. Centenas de livros, dezenas de camisas, calças, casacos, louças, mais coisas minhas de infância... foi uma trabalheira. Para que possam fazer uma ideia, enchemos duas vezes uma carrinha, e na quarta-feira última ainda tive de voltar à arrecadação do antigo apartamento para buscar os meus pertences de infância e outros que tais que depositámos ali. Depois, há que arrumar tudo na casa nova, deitar fora o que não presta, e isso levou-nos mais uma semana. Naturalmente, o M. continuou a trabalhar. Somente pediu dois dias de mudanças. O que houve, sim, foi coordenação da nossa parte. Como sabíamos de antemão que a convocatória estava a chegar, fui empacotando a casa atempadamente. Chegado o dia da mudança em si, procedeu-se apenas (como se fosse pouca coisa!) ao transporte. Estamos esgotados, porém, animados pelo trabalho concluído e com a nova fase que se inicia.

4 comentários:

  1. Quem muda, Deus Ajuda
    Maiores Felicidades
    Abraço amigo

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    1. Que assim seja.

      Um abraço, amigo.

      Mark

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  2. Muitas felicidades na vossa nova vida. Os parabéns pelos sucessos alcançados.
    As mudanças são sempre complicadas e trabalhosas.
    So o Marc pensa que é um acumulador, então desengane-se. Devia conhecer-me e aí sim, saberia o que é um acumulador.
    Num espaço de tempo relativamente curto fiz duas mudanças, pois quando comprei a minha casa do Alentejo, tive de transportar para lá toda a tralha que tinha na minha casa de familia. Foram 64 caixotes repletos, fui obrigado a alugar um TIR para transportar a mobília, e, para além disto, fiz mais 10 viagens com uma carrinha de caixa fechada sempre totalmente carregada e repleta!!!! Isto sim é ser acumulador.
    Console-se, não é um acumulador.
    E na mudança aqui, na casa de Lisboa, foi novamente um camião repleto de mobiliário e mais 50 caixotes repletos de ... nem sei de quê. Para não falar da quantidade de viagens (nem sei quantas, 10, 15, não recordo) que fiz com o meu carro cheio de tralha, e o meu carro na altura era uma carrinha comercial de caixa fechada!!! Diga-me lá se ainda se considera um acumulador!!!!
    Mas ainda que o não seja, qualquer mudança dá muito trabalho e consome imenso tempo da nossa vida. Mas, no final, é um encanto, quando nos vemos instalados no novo espaço.
    Cumprimentos com votos de muito boa sorte e força
    Manel

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    1. Olá, Manel. Perdoe o tempo que demorei a responder ao seu comentário. Li-o no mesmo dia, mas entretanto, com os afazeres diários, fui protelando a resposta.

      Em termos de caixas, o nosso número rondaria esse, sim, as sessenta e muitas. A nossa “sorte” é que não tínhamos mobília (vivíamos numa casa arrendada), excepto uns móveis que comprámos para o escritório que fizemos e mais algumas poucas coisas.

      O trabalho é imenso, e para mais no contexto que vivo de luto, mas enfim, já se fez e estamos felizes.

      Um abraço de saudade.

      Mark

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