14 de março de 2022

Um até já, talvez.


   Pode ser definitivo, pode ser que não. Estou-lhes a ser realista. Neste momento, atravesso o pior período da minha vida, o de maior dor -a dor maior-, o maior medo que se tornou real. Não estou em condições físicas e psicológicas de ir escrevendo, ou seja, de me comprometer com qualquer assiduidade nas publicações. Imagino que muitos dos que me odeiam estejam felicíssimos, mas também esses passarão por isto, e outros até já passaram. Por isso, pensem duas vezes antes de se divertirem à minha pala. Não estou a justificar nada. Sei que deixei de escrever e que há uma pouca gente que me merecia uma “explicação”. Aqui está.

    Talvez volte, quando me recuperar deste terramoto. E, voltando, serei pior do que alguma vez fui. Nada mais me dará medo na puta da vida. Vá, fiquem bem.

12 comentários:

  1. Até logo e espero que fiques bem

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    1. Perdi uma pessoa muito importante para mim, estou a passar por um processo de luto complicado, e neste momento não me encontro em condições psicológicas de continuar a escrever no blogue. Prefiro fazer uma pausa.

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    2. Não sei o que se passou, mas espero que tenhas muita força neste momento. Voltarás quando sentires essa necessidade. Um abraço :(

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  3. Mark, não necessita de publicar o meu comentário, basta que o guarde para si.
    Por pior que seja, não esqueça que temos sempre a possibilidade de superar e ultrapassar.
    Dê tempo ao tempo, por muito que lhe seja penoso nesta altura.
    Se alguém lhe quer mal (e há sempre gente que não é bem formada!), não faça caso, o mais importante somos nós e a forma como lidamos com a nossa dor. E temos de ser nós que devemos ter o destino na nossa mão, os outros não podem ter esse poder sobre nós! Não abdique desse poder, seja lá porque for.
    Não se incomode com o que os outros possam pensar, pense que há sempre quem lhe quer bem, que lhe deseja o melhor, e que consiga ultrapassar as fases negativas que o destino se compraz em nos/lhe colocar pela frente.
    Todos temos momentos que preferíamos não estar vivos para os experimentar, mas são importantes para o nosso crescimento como pessoas.
    Quando chegar à minha idade, porque, como deve imaginar, passei por fases muito más, como a vasta maioria da humanidade, preguntar-se-á como o conseguiu fazer, como conseguiu ultrapassar o sofrimento da perda. Acontecer-lhe-á mais vezes na sua vida.
    Servem estas situações para nos fazer mais fortes e resilientes.
    Continue com a sua vida, e pense que o que o que nos acontece tem sempre uma parte má e outra boa, depende de nós fazer a separação, sobreviver, e ter a inteligência e a capacidade de superar e aprender.
    O mundo não termina com a perda dos que nos rodeiam, continua indiferente aos humanos, e tenho a certeza que o Mark tem a inteligência para conseguir dar a volta e seguir em frente como um vencedor da vida.
    Nada é inevitável, não há nada que não possa ser superado, se tivermos a inteligência e a capacidade de o ultrapassar.

    Se neste momento não tem capacidade de escrever no blog, e acredito que isso lhe suceda, deixe de o fazer, e, se mais tarde, lhe apetecer fazê-lo, pois faça-o, se não, deixe estar. Somos nós que devemos comandar a nossa vida, não dê esse poder aos outros ou às circunstâncias alheias que se nos apresentem.
    Espere até que as coisas se resolvam dentro de si e faça as opções que se lhe apresentarem mais adequadas, mas de cabeça fria e racional.
    Talvez isto agora não lhe seja possível, aguarde até conseguir serenar um pouco mais.
    Com um abraço que, gostaria, o tornasse mais resiliente.
    Manel

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    1. Manel, muito, mas muito obrigado pelas suas palavras, que sei que são inteiramente sinceras. Sei que me tem carinho, como o tenho por si (também sabe). Estou um trapo, medicado, mesmo muito em baixo, porque não contava com isto.

      Neste momento, tudo perde importância. O blogue, inclusive. Não há alegria para escrever, não há nada aqui que me anime. Nem sequer há vontade de desabafar porque não confio neste meio. Se quer que lhe diga, já nem me sinto bem aqui. O blogue continuará porque já começa a ser vetusto e dá-me pena encerrá-lo. Verdade seja dita, ia perdendo importância para mim face à mudança que ocorreu na minha vida há dois anos. Com esta perda, não consigo mesmo continuar a “alimentá-lo”.

      Publico o seu comentário, claro, porque gosto de si, porque acho que um senhor como o Manel mo merece, e porque… olhe, porque sim.

      Um grande abraço, obrigado por tudo, e obrigado sobretudo pela consideração em que me tem.

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  4. Mark um forte abraço.
    Espero reler-te em breve.

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    1. A ver se daqui a algum tempo já consigo escrever algo que justifique um regresso.

      Outro abraço.

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  5. Não há nada a dizer perante uma perda importante, senão desejar a força que o espírito requer. Que a descubras, no tempo que necessitares.

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    1. Foi uma perda semelhante à tua, mas ao contrário. Creio que chegas lá. Um terramoto emocional, devastador.

      É como dizes. Não há nada a dizer. É ir aguentando a cada dia.

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