Estava aqui a pensar sobre o que poderia dizer num décimo primeiro aniversário do blogue que ainda não tenha sido dito. E dei-me conta de que pouco. São onze anos, desde aquele 3 de Maio de 2008. Quando caio em mim, 2008, de facto, começa a ficar distante.
Em rigor, o blogue está no seu ponto de rebuçado. Não me restrinjo a publicar crónicas de história ou de política, e não me reprimo por falar de música ou de cinema. No ano passado, e porque não estudava, senti que estava a levá-lo numa direcção que não me agradava, voltando, de momento, a sentir que encarrilei. Continuo a escrever, independentemente da projecção que venha a ter, ou das reacções. Ainda menos dos comentários. É um exercício de manifestação de opinião imprescindível e irrenunciável, de exteriorização de pensamentos e posicionamentos, que vive alheio ao impacto. Essa é a maior vitória: sobreviver ao retorno. Foi a falta de retorno, acredito, que afastou a muitos dos seus espaços. Ou de reconhecimento... Com mais de mil textos, é a minha plataforma por excelência, onde escrevo sem filtros, sem me poupar às palavras.
Ser-me-ia fácil, e é até tentador, cair no autologio, como uns e outros que se julgam a última bolacha do pacote na blosgosfera e nada valem. Tenho a consciência de que, quando surgi, vim preencher um lugar inexistente. Não havia nenhum rapaz daquela idade, que eu conhecesse, que se dedicasse a escrever sobre história ou que filosofasse lá à sua maneira, boa ou má. Era tudo imediato. Deixei que a escrita fluísse e cheguei até aqui. Presentemente, este espaço representa um pequeno nicho, cada vez menor, de blogues de opinião que não são mediáticos e que, por isso, ainda são livres. Eu prezo muito a minha liberdade, a que imprimo em cada tecla. E acredito que o pior que poderia sentir seria um condicionamento a essa liberdade, uma autocensura, que tarde ou cedo surge entre quem sente que está permanentemente sob a mira dos detractores ou novos inquisidores.
Meses atrás, coloquei uma foto de rosto no perfil, e também operei certa mudança na aparência do blogue. Tudo resultou, como expliquei, de uma percepção de que já não faria sentido manter um anonimato que, além do mais, não se coadunava com a realidade. Por outro lado, não havia razão para temer qualquer exposição. E foi, também, o coroar de um processo de amadurecimento que seguirá, estou certo disso.
Se tiverem curiosidade, leiam os textos antigos, dos aniversários que estão lá atrás. Encontrarão curiosidades engraçadas, detalhes, explicações e, principalmente, essa evolução entre quem fui e quem sou. Eu já o fiz, e ri-me.
Creio que disse tudo o que esperava dizer. Obrigado por me acompanharem. Continuaremos cá, contra ventos e marés. É, fui dramático. Este texto é, de longe, dos mais animadores entre todos os que escrevi e que assinalam aniversários do blogue.
Com carinho,
Mark
Começamos praticamente juntos neste espaço do Blogger. O tempo passa e nem damos conta disto. Para mim foram várias as fases nesta jornada. Já houveram épocas em que as coisas eram mais leves, a interação e o interesse eram maiores. Estou feliz com esta nova etapa quando meus melhores companheiros são de além mar.
ResponderEliminarParabéns.
Beijão
Realmente, não trocaria este 2019 bloguístico, calmo, sereno, pelos outros anos. E falei eu na quebra da blogosfera! Que quebra?? Nunca esteve tão boa!
EliminarObrigado, querido amigo.
Um beijo.
Muitos parabéns por mais um ano ;) Que continue por cá por muitos e muitos anos
ResponderEliminarAbraço amigo
Vamos ver, vamos ver. :)
EliminarUm abraço, amigo.
Feliz aniversário, Mark! És ainda uma referência nesta blogosfera cada vez mais abandonada. Um forte abraço!
ResponderEliminarObrigado, K. Saudades!
EliminarUm abraço forte. Também resistes!
Enquanto estiver por aqui ter-me-á a encher-lhe o espaço todo. Ruído e mais ruído ... não se livra :)
ResponderEliminarNunca é demais afirmar que as coisas são boas enquanto nos derem prazer, se for o caso, espero que continue.
Nada pior que fazer as coisas por dever. Mas não me parece que seja o seu caso, pois nota-se que continua a ter prazer com o que tem feito.
Eu continuo a gostar do seu espaço, doutra forma também não me manteria de pedra e cal deste lado!!! De vez em quando invado-lhe o seu email, mas creio ser por causas justificadas.
Uma boa semana
Manel
Mentir-lhe-ia se dissesse algo como que não sentia um apelo em publicar quando vejo que o blogue está "parado", por assim dizer, há vários dias. Sinto. Não o esqueço. Mas só consigo escrever quando tenho algo a escrever. É algo que se sente, que desponta. Eu sinto quando devo publicar e sobre o quê. Tem sido sempre assim.
EliminarCumprimentos, e continuação de boa semana, Manel.