Nunca fui a Pedrógão Grande. Nunca, felizmente, vivi um incêndio. Todavia, torna-se recorrente, a cada ano, escrever sobre estes flagelos que se abatem sobre o país, e sobre a Europa, sazonalmente. Não estamos em período de rescaldo. As chamas ainda deflagram pelo centro do país, consumindo hectares, ceifando vidas, provocando o caos e a dor. Estamos, todos, perturbados, perplexos, consternados, sobretudo pelo número avassalador de vítimas mortais. Sessenta e duas até ao momento, em dados que são permanentemente actualizados.
Já sabemos o que pode e deve ser feito. A ladainha repete-se. Ordenamento florestal, pequenos coutos de mais fácil vigilância, cuidados acrescidos com a cultura do eucalipto, limitar a desertificação do interior, numa enumeração não exaustiva. Há estudos, há opiniões. Há, às vezes, culpados que nos transcendem. Fatalidades. Parece ter sido o caso. Temperaturas descomunais, incomuns, superiores a quarenta graus centígrados, uma humidade próxima do zero, ventos fortes, propícios a incrementar os fogos. Fenómenos naturais que não podemos prever.
Só podemos minorar os danos e chorar as vítimas. Tentar aprender com os erros. Os incêndios repetir-se-ão - o Verão nem começou. Insisto na ideia: ainda que tenhamos sido negligentes com as florestas e que haja muito por mudar na nossa atitude, haverá imprevistos, sempre estaremos sujeitos a condições climáticas desfavoráveis. A busca por culpados é uma tendência irresistível, e compreendo a indignação. Somos muito severos connosco.
Queria deixar uma palavra de apreço e de profunda gratidão às corporações de bombeiros, àquelas dezenas de homens e mulheres que arriscam as suas vidas pelas nossas. São os verdadeiros heróis, mesmo numa história que talvez, desta vez, tenha como único vilão o tempo. E a nós como cúmplices.
Sempre assim meu caro. Todos sabem as causas, os efeitos, o que deve ser feito e por aí vai. Entra ano e sai ano a história se repete. Nada é feito e a sociedade se omite. Lamentável mesmo a perda de vidas. Por aqui nada é diferente, Incêndios, Inundações, Desmoronamentos. etc. Choro e ranger de dentes, mas tudo fica na mesma até a nova tragédia.
ResponderEliminarBeijão
Somos tão iguais...
Eliminarum beijo.
Há anos que eu vejo Portugal a arder. Só Monsanto é que nunca arde...
ResponderEliminarAli o Tempo deve ser amigo :)
Se o tuga soubesse o que significa Prevenção e Preocupação com o outro?! Muita coisa seria diferente, digo eu...
Grande abraço amigo
Eu não sei o que entendes por prevenção, mas acho que devias saber mais sobre a realidade de um país que ainda vive sobre a batuta do "que é meu ninguém me tira". E sobre ecologia também. Existe um Portugal diferente das grandes cidades.
EliminarPS: Não te estou a criticar de modo negativo. Um dia conto-te os pormenores. rsrsrs
Alguma explicação terá, mas Monsanto é o pulmão de Lisboa, não o do país. Temos floresta muito mais densa e extensa em hectares.
Eliminarum abraço grande, amigo.
No 10 de junho passei por Pedrógão Grande, numa viagem de volta da Cova da Beira. Por curiosidade comentei com quem comigo viajou sobre a dispersão de aldeias, a quantidade de área de mata e do tipo de árvores existentes. Imaginei na altura a dificuldade ao combate a um incêndio florestal. E uma semana depois prova-se o que naquele dia pensei.
ResponderEliminarUma semana mais cedo e seria apanhado... ainda dizem que Deus não existe...
Incrível. Ainda bem que foste a 10 de Junho.
EliminarOh meu amigo, que tragédia! Hoje acompanhamos as tristes notícias... uma tristeza mesmo! Agora é esperar que algumas lições possam ser aprendidas para evitar tantas perdas em situações futuras...
ResponderEliminarGrande abraço.
Sim, uma enorme tragédia. Deixou o país abalado e de luto.
Eliminarum grande abraço, e muito obrigado. <3
Já vivi in loco um incendio de uma mata minha, depois do fogo circundar a aldeia. Foi horrivel. Dantesco.
ResponderEliminarTens uma mata? :o
EliminarImagino. Deve ser pavoroso.