14 de fevereiro de 2013

Uma tarde.


    Os últimos dias têm passado depressa demais. Se há colegas que tiraram umas férias antecipadas, eu esmerei-me nas melhorias de notas. Não que me arrependa, contudo, o travo a insatisfação pessoal é inegável. Somos mais do que os estudos, os livros e os apontamentos. Existimos para além das licenciaturas e dos graus académicos. Nunca aceitei anular-me por completo, nem pela metade.

    Ontem saí com um amigo que conheci há relativamente pouco tempo. Pensei acerca da palavra amigo quando pretendi situá-lo na minha vida, concluindo que se o amor são bons momentos, a amizade são partilhas, interesses recíprocos. Sorrisos que se trocam ouvindo-se histórias e episódios do quotidiano, entre reflexões que merecem uma maior atenção.
    O ponto de encontro foi o Chiado e por ali andámos. Levou-me até uma espécie de café japonês na Rua da Alfândega, que devo dizer que não conhecia. Ele tem uma atracção pelo Japão, país e cultura que não me seduzem, de todo. Conhecedor da gastronomia, escolheu, para si e para mim, uma espécie de doce nipónico que me reportou muito aos nossos sconeskurimu-pan. Não sei até que ponto este "bolo" terá sido influenciado pela presença portuguesa no Oriente, nomeadamente no Japão nos inícios do século XVI: o sabor era praticamente lusitano. A casa situando-se em Portugal deve ajudar à semelhança no paladar.

    Ficámos nesse café por um bom tempo. Esqueci-me, por momentos, de que a rotina voltará na próxima segunda-feira... Quando saímos, decidimos caminhar ao largo do rio, até que chegámos às Docas e por lá nos sentámos a conversar. Ele estuda Artes e tirou um caderno para desenhar, mas a falta de inspiração e a brisa fresca não propiciaram a sua criatividade.

    Foi uma tarde simpática, agradável. Regressámos quando os raios solares começaram a fraquejar. Apesar de ter gostado, fico sempre com a terrível sensação de que os bons momentos duram pouco, enquanto os fastidiosos parecem eternos. Também diferem muito em quantidade. 

     Talvez por isso os bons momentos sejam especiais.

23 comentários:

  1. vamos ver os próximos desenvolvimentos :)

    abraço

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    1. LOL, tu e os desenvolvimentos. :D É um amigo, Francisco. :)

      abraço.

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  2. "Somos mais do que os estudos, os livros e os apontamentos. Existimos para além das licenciaturas e dos graus académicos. Nunca aceitei anular-me por completo, nem pela metade." concordo tanto com essa frase, se soubesses!

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    1. É difícil remar contra a maré... :|

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    2. gostei do trocadilho! :p
      e obrigado pela tua opinião ^^

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  3. A frequência desses bons momentos tb depende de ti :)
    Pelo que li também me pareceu um passeio muito agradável :)
    Abc

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    1. Foi... bastante. :) Soube a pouco. É sempre assim...

      abraço.

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  4. Bem, estou a ver que, tal como eu, também tu vais "a melhoria", como eu dizia.

    Uma vez uma prof. quando me viu na sala do exame, com uma colega, perguntou-nos "mas vocês não têm de ir para a praia?", ao que a minha colega respondeu "professora, acabamos de almoçar. Estamos a fazer a digestão e vamos depois"... (óbvio que isto foi no 2.º semestre)

    Grande abraço e espero que as melhorias corram pelo melhor :)

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    1. Sim, faço, mas não a todas. Seria muito desgastante, ainda mais.

      Ahah, sim, já ouvi histórias de alunos da minha faculdade que vão em grupo para a praia depois dos exames e das orais, lá por Junho, Julho. Deve ter a sua piada. :D

      abraço grande e obrigado.

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  5. Gostei da definição de amizade. Isto porque atualmente, a palavra vulgarizou-se de tal maneira... Odeio que me chamem "amigo" quando não passam de bestas infernais que algo pretendem ou cuja confiança que nelas nutro é abaixo de zero.
    Momentos especiais... Terás muitos! Tens asas!!!
    Abraço

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    1. Nós não nos conhecemos há muito tempo, aliás, há bem pouco, mas há uma empatia. :) Tudo tem um começo.

      Quero acreditar que sim. Esperemos.

      abraço.

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  6. Puxa eu até diria que você tinha ascendência japonesa ou asiática no geral porque seus olhos me parecem puxadinhos :D Eu curto muito o Japão como quase todo o brasileiro. Me seduz aquela sociedade e o espírito bem eficiente deles.

    Abraços e seja feliz sempre como ontem!

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    1. Ahahahah, nunca ninguém me disse isso, embora um meio-irmão da parte do pai tenha de facto os olhos "puxadinhos". :D A mãe é brasileira, deve ser por isso (a mãe dele, não a minha!). Eu estava a sorrir; a expressão facial deu esse efeito. :)

      abraço.

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  7. É sempre bom conhecer amigos e conviver com eles.

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  8. não conheço esse sítio e há algum tempo que não passo por essa rua. deste-me uma bela ideia. :)
    a tua amizade é bonita e espero que cresça forte. interesses recíprocos são importantes, mas se nada existisse em comum entre vós, aparentemente a princípio, também seria muito bom acabares por encontrar algo em comum ao longo do tempo. acontece-me muito isso (ou, então, são interesses que eu tenho e que estavam bem escondidos e só sei que gosto quando os encontro.)
    bjs. boas melhorias.

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    1. Também não conhecia o café e gostei. :) Pronto, a companhia terá ajudado a essa satisfação pessoal. :D

      Curiosamente, há detalhes em que somos o oposto, ex., o carinho pelo Japão. É uma sociedade que nunca me seduziu.

      :)


      beijinho e obrigado.

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  9. Mark, realmente, é um problema do mundo e da sociedade em que vivemos. Estamos sempre atribulados e com pouco tempo. Eu, particularmente, sinto muita saudade do tempo em que estava no ensino médio e que tinha tempo para pensar em mim. Hoje me vejo tão preso no trabalho, tão ocupado e com a cabeça cheia. Mas, te digo uma coisa: no final, só nos marca o que é bom. O ruim passa. O fastidioso passa a ser uma lembrança até engraçada, às vezes. Agora, o que é/foi bom fica guardado em cada segundo de duração.

    Abraço!

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    1. Realmente, quando estava no colégio tinha imenso tempo. :) E sentia-me eu ocupado e atarefado!... :D

      Sem dúvida! Na sua maioria, os momentos que vivemos não são muito bons, digamos assim, logo, os que o são acabam por nos marcar.

      abraço.

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  10. Esses momentos só duram 'pouco', como tu dizes, porque se calhar te apetece mais. Isso é bom sinal. Se os repetires, vão começar-te a saber a 'muito'. :)
    Abraço e boa semana.

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    1. Acertaste tanto, nem imaginas quanto... Sim, apetece-me mais. :)

      Os estudos não preenchem a nossa vida pessoal. Preencherão, quanto muito, a profissional...

      ... e tomara que comecem a saber a 'muito'! :)


      abraço, obrigado, e boa semana para ti também.

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  11. :P Os bons momentos duram pouco, talvez porque não são banais, rotineiros e iguais! :P Tenho que experimentar esse spot :P

    Nome do estabelecimento?

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    1. Olha, querido, nem me recordo, mas era algo com o nome Castela! Ahah :D

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