Consegui alcançar-te à saída do metro. Caminhavas na calçada húmida e brilhante do orvalho que caíra pela manhã. Acho graça à forma como andas, com as mãos nos bolsos e o olhar centrado no horizonte. Pensei duas vezes se haveria de te tocar com a mão. Antes de baixares o som dos headphones, consegui aperceber-me de que se tratava de metal. Passaste-me os auscultadores enquanto nos dirigíamos para a faculdade e ligaste a música. Senti uma vontade de conhecer mais dos teus gostos musicais, acabando por tecer um comentário que confesso agora não corresponder totalmente ao que sinto. Será que por ser uma parte do teu mundo consegue ter influência em mim? É que gostei. Gostei sem ter gostado. Gostei porque te pertence em parte.
O cabelo ficou no ar. Os headphones azuis, metalizados na parte do ouvido, comprimem o teu cabelo e conferem-lhe um jeito especial. Depois, ao retirá-los, o gesto tão característico teu de o ajeitares subtilmente.
Abordados à entrada por uma rapariga horrorosa. Arrogo-me o direito de sentir ciúmes. Sem legitimidade, sei-o melhor do que ninguém, mas só há algo pior do que uma mulher fácil; um homem desesperado. Não dissimulei o incómodo, o desconforto, a quase vontade de afastá-la só com o olhar. Um medo de te perder para uma vadia qualquer. Uma insegurança que persiste.
Slipknot, AC/DC... sim... e mais o quê? A esta altura, o sumo já estava esquecido em cima da mesa. Sorrias pelo facto de eu não encontrar qualquer interesse nas músicas de que gostas. Conseguiria ficar durante a tarde inteira, no bar, a ouvir metal e eletrónica. O desdenhar era quase implícito, fazia parte do momento.
Seguimos para a sala e o teu passo sempre alinhado com o meu. Hoje como ontem. E, falando em sinais, foi o primeiro que me revelou o que queria saber. Nunca me deixaste para trás. Nem para falar com os teus amigos.
Aprendi a valorizar pormenores impercetíveis pela maioria. Há mil formas de se gostar de alguém e as manifestações desses sentimentos são consequentemente diferentes. A importância material somos nós que a damos. Prefiro-te assim.
A quem te referes?
ResponderEliminarAo R?
Ou a alguém novo que te está a "perturbar"?
Ao R.
ResponderEliminarTens de o educar musicalmente, Mark. É uma epopeia que eu também abracei. ;-)
ResponderEliminarEpa estes rapazes dão connosco em doidos.
ResponderEliminarOi! Está rolando um sorteio bacana no meu blog! Participa aê! O vencedor poderá escolher entre uma capa para iPad do Marc Jacobs ou o livro Icons da Louis Vuitton! Abraço!
ResponderEliminarhttp://acordeifashionista.blogspot.com/2011/11/concurso-cultural-bolsasdevalornet.html
já faltava cá o R. Mas parece que nunca se ausentou. Gosto do carinho com que falas dele. Mas também temo que nunca dês um passo em frente.
ResponderEliminarengraçado que, por muito que não gostemos de um determinado género musical há sempre um especial interesse quando alguém de quem "gostamos" nos quer mostrar o que ouve... entre Slipknot e Mariah, haja Mariah neste mundo!!!! :-)
ResponderEliminarEmanuel: LOL, haja Mariah sempre, independentemente da relação de comparação entre ela e A ou B. (:
ResponderEliminarNão sei de quem estás a falar (ao que parece,pelos comentários trata-se de um rapaz,que é o "R"),mas ele tem alta gostos musicais *.* (sim,eu gosto desse género de música lol).
ResponderEliminarE já agora,concordo totalmente com o que dizes. A importância material somos nós que a damos.
Não devíamos ligar a essas coisas e aceitarmos as pessoas por quem são e gostarmos delas assim mesmo =)
Beijinho*
gosto e sigo :D
ResponderEliminartens razão a comparação foi horrível, mas foi com a intenção de dar a entender que ainda assim ñ desgosto dela, aliás aquela música we belong together esteve no background do meu primeiro namoro:-)
ResponderEliminarThe Emancipation of Mimi <3
ResponderEliminarCom o Alzheimer da minha avó e o prazer (ai o meu nariz) que sempre tive em lecionar onde acabei por efetivar, o meu tempo tem sido escasso. Mesmo para criar, sonhar, ... Desculpa!
ResponderEliminarPorém, não te esqueci e como sabes podes sempre recorrer ao meu e-mail.
Gosto desta reaproximação. Sim, gosto e "prontos". Agora falta um passo, um toque. Coragem!!!
Abraço.
Mark,
ResponderEliminarde acordo com a resposta que deixei ao teu cordial e tão gentil comentário, aqui te deixo o link do post referente "à descoberta" da doença, ao meu medo...
http://sonhosdesencontrados.blogspot.com/2011/11/nao-raramente-pensei-que-as-despedidas.html
Abraço-te.
Grande obrigado.
Adorei o último parágrafo do texto. É isso mesmo, estás a descobrir a beleza e a profundidade do Amor em todos os sentidos! ^^
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