2 de novembro de 2018

Halloween (2018)


   Os típicos filmes de Halloween, que, aliás, não é uma festividade portuguesa, senão importada do norte da Europa. Com tudo o que incorporamos de países culturalmente mais fortes, como os EUA, passámos a dar mais importância e visibilidade a tradições não-autóctones em detrimento das nossas, e temos tantas e tão bonitas, máxime no norte do país, nas regiões do Minho e de Trás-os-Montes. Bom, isto levar-nos-ia a outra discussão.

   A saga Halloween começou em 1978. De lá para cá, já se sucederam uma panóplia de filmes que exploram sempre, ou quase, a vida de Michael Myers, o terrível psicopata, encarnação do mal, que matou a irmã, no primeiro filme, e que persegue a mais nova, bebé aquando do início da sua actividade criminosa. Devo dizer que não vi os filmes todos da saga. Vi um remake, salvo erro, aqui há uns anos, que me surpreendeu pela violência gráfica. É isso, aliás, o que nos leva a procurar estes filmes.



   Neste Halloween de 2018 encontrarão mais do mesmo. Um psico que se evade de uma prisão de alta segurança e que desata a matar todos, impiedosamente, quantos encontra pelo caminho. Surpreendidos? Imagino que não. Como nestes filmes não há muito a dizer no que toca às interpretações, que passam quase despercebidas, diria que temos um filme razoavelmente interessante para um 31 de Outubro ou qualquer sexta-feira de tormenta. Já vi pior, muito pior, até no género.

   Creio que o resultado final teria sido melhor se tivessem explorado mais a componente psicológica naquela tensão de quarenta anos entre Laurie e Michael. O realizador dispersou-se demasiado num conjunto de personagens que não acrescem nada de substancial ao que se pretendia. Uma filha traumatizada pela psicose de Laurie com o regresso de Myers, uma neta adolescente com vive uma desilusão amorosa e grita por socorro no meio dos bosques. É o que venho dizendo: as fórmulas estão desgastadas, e repetirem-nas exaustivamente não faz com que nos habituemos a gostar delas, não.

  Não sabemos se Myers morre ou não, no final, mas, admitindo que tenha morrido, o filme, ao menos isso, deu-lhe um enterro digno. Não foi ruinoso.

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