4 de abril de 2018

7 Days in Entebbe.


   O facto de ser realizado por um brasileiro deixou-me bem impressionado. Não conhecia José Padilha e nem o episódio histórico do sequestro ao avião da Air France, em 1976, como forma de retaliação ao apoio implícito da França às manobras militares de Israel. O vôo transportava judeus, maioritariamente, e os sequestradores, vulgo terroristas, eram alemães, o que levantava, desde logo, problemas éticos, ainda que não houvesse, pelo contrário, qualquer anti-semitismo em jogo. O assalto ao avião visava apenas o governo israelita, considerado, ele sim, como nazi, e exigia-se, em troca dos reféns, a libertação de presos políticos, ligados à Frente de Libertação da Palestina, que Israel mantinha em seu poder.

   Temos de entender o contexto histórico. Desde a constituição do Estado de Israel, em 1947, que os judeus se viram em mãos com a hostilidade dos vizinhos árabes, que em muito recrudesceu após a rotunda vitória dos israelitas na Guerra dos Seis Dias. Ainda não se haviam passado dez anos. Israel impôs o seu poderio, conquistou territórios que não lhe pertenciam e aumentou ainda mais o milenar ódio dos árabes.

   Passando ao filme. Seria difícil falhar. É um filme de acção, com poucos momentos mortos. Gostei, globalmente, do desempenho dos actores principais. A participação de Idi Amin, o célebre tirano do Uganda, deu um toque de excentricidade e de maldade, eu diria, a ponto de os sequestradores alemães temerem pela própria vida dos reféns.

   Entre negociar com os terroristas ou tomar o aeroporto de surpresa, Israel decidiu-se pela segunda. Isaac Rabin, primeiro-ministro à época, foi louvado pela bem sucedida operação militar relâmpago de Israel, que dezanove anos depois lhe custaria a vida. Morreu apenas um militar israelita. Todos os terroristas foram assassinados no decurso da investida e alguns reféns foram apanhados entre o fogo cruzado, perecendo também eles. A operação militar, a tantos e tantos quilómetros de Israel, no Uganda, ajudou a consolidar a nação judaica como potência militar.

    Vale a pena.

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