2 de dezembro de 2010

Tarde na Baixa


Hoje recebi duas frequências. Numa delas tive uma nota óptima; na outra, apesar de positiva, não foi tão boa. Normalíssimo. Primeiro ano, cinco frequências, nenhuma negativa e só uma frequência com uma positiva mais fraca é muito bom. Mas, como sabem, sou extremamente exigente comigo mesmo. Sempre o fui. Não admito que uma porcaria de uma folha vença as minhas notáveis qualidades cognitivas. Eu não tenho medo de nenhuma cadeira e sou bom, logo, tenho de honrar o meu nome, apesar de saber que o título «melhor aluno do Secundário» ali não vale nada.
Para aliviar o meu peso na consciência, fui com três colegas do «clube dos tios» (ahahahahah) e mais alguns colegas para a Baixa. O R. estava lá. Não gosto muito da Baixa mas, de vez em quando, sabe bem ir até lá um pouco. Demos uma volta pelas lojas, entrámos em algumas e eu, consumidor compulsivo, não resisti em comprar um casaco. Sou terrível. O R. está cada vez mais giro, raio do rapaz. Aliás, uma colega comentou precisamente isso. Ele tem qualquer coisa. Não é um deus grego, lindo, fantástico, deslumbrante; todavia, tem qualquer coisa. É alto, magro, um cabelo super rebelde, look desportivo/clássico, super informal no modo de falar e agir e, por último, um brincalhão de primeira. Tem um charme irresistível. Lá andava no meio das tipinhas vulgares e, por vezes, vinha para perto de mim. Uma Barbie ordinária e oxigenada também foi connosco e, já constatei, atira-se descaradamente a ele. E ele? Corresponde, como bom macho latino. Se tenho ciúmes? Um pouco, sim, mas eu garanto-me. 'Tadinha da piquena perto de mim. Mando-lhe um olhar e ela baixa logo a cabeça. Vulgar, reles e filha de empregada de limpeza, na certa! Perdoem o preconceito, mas eu odeio-a. -.-
Depois de percorrermos as lojas, fomos até ao Starbucks beber um café ou algo do género. O R. nunca lá tinha estado. Oportunidade simples e pouco óbvia. :) Ele pediu-me ajuda para escolher algo. Eu disse-lhe que o que estava a beber era bastante bom e ele iria adorar. Pedi, então, um capuccino simples para ele. Fomos até ao balcão dos açúcares e, imaginem, açucarei aquilo ao rapaz propositadamente de tal forma que ele ao provar disse:
-"Aí, esta cena está bué doce!"
Ao ouvido, baixinho e discretamente, disse-lhe:
-"É para seres mais doce para mim..."
Eu não pensei. Saiu, simplesmente. Ele ficou a olhar para mim com uma cara estranha, até que sorriu.
Fomos todos até ao Rossio e, passado algum tempo, cada um para a sua casa. Lá tive de apanhar o maldito metro, mas enfim...
No fundo, gostei da tarde de hoje. Foi giríssimo, não obstante a vulgaridade a que estive submetido.
E não é que o casaco da H&M é fantástico?

9 comentários:

  1. ai que frase de engate tão vulgar. Nem parece seu Mark :)

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  2. Engate, eu? De todo! Ahahahah. :) Não! Foi apenas para o provocar um pouco. Eu nunca tomo a iniciativa. :)

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  3. Também gosto de passear na baixa, dá-me uma certa nostalgia.
    Por acaso ainda não fui ao Starbucks, mas tenho de lá ir experimentar.
    Adorei a boca que mandaste ao R., foi genial.

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  4. Foi um momento muito engraçado e romântico o do açúcar. És um perigo xD

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  5. Gosto mesmo destas coisas que nos saem da boca quase sem serem pensadas previamente; e olha que a maior parte das vezes, resulta!

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  6. És um atrevidote! Achas que ficou nervoso?

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  7. Não sei... Creio que não. Ficou um pouco surpreso com o meu "atrevimento". :)

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  8. Há um ditado que diz "Tantas vezes o cântaro vai à fonte até que parte".
    Ele sorriu, não te deu nenhuma cabeçada...Cool! :-)

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  9. Sim, Mike, é verdade... :)

    Mas, queres saber uma coisa? Promete que não contas a ninguém. :)
    Eu não quero estar com ele só uma vez. Não me interessa que "o cântaro vá à fonte e se parta de uma vez", se essa vez for a única. Eu quero amá-lo, estar com ele, ficar com ele. Bem sei que a maioria procura relações de uma noite, "curtes" desprovidas de sentimentos.
    Eu quero mais dele. Talvez peça muito, eu sei, mas é tudo ou nada. :)

    Lots of Love. ^^

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