25 de junho de 2019

Copa América 2019.


   Têm conhecimento de que esta competição está a decorrer, certo? Acredito que sim. E, sabendo, acredito que tenham estranhado ainda nada ter dito. Bom, se julgaram que não a estava a acompanhar, falharam rotundamente no prognóstico, que estou, e, por se falar em prognóstico, o Uruguai bateu, há minutos, o Chile por uma bola, ficando no 1º lugar do seu grupo, C, indo, assim, defrontar um dos terceiros melhores classificados, neste caso o Peru, do grupo A. Relembro que os dois melhores terceiros lugares desta competição passam aos quartos-de-final. O Peru é um deles e o outro é o Paraguai, que ficou em terceiro no seu grupo, B, e que vai jogar com o Brasil nos quartos. Brasil que terminou em primeiro no seu grupo, o A. Teremos, ainda, um Venezuela, segundo do grupo A, que irá apanhar a Argentina, que ficou em segundo no grupo B, e a Colômbia, primeira classificada do grupo B, que jogará os quartos com o Chile, segundo classificado do grupo C. São estas as contas para a segunda fase da Copa América. De fora, já estão a Bolívia, o Qatar, o Japão e o Equador.

   A Colômbia, antes de mais, é a minha selecção neste torneio, e acredito que seja a selecção de muitos portugueses, pese embora haja o Brasil, não é, que tradicionalmente é a selecção pela qual os portugueses se habituaram a torcer, isto nos anos em que nunca chegávamos às fases finais de qualquer competição. Por ser um país de língua portuguesa, muitos portugueses torciam pelo Brasil. Neste caso, a Colômbia tem jogadores que passaram pela liga portuguesa, desde logo James Rodriguéz e Falcao, e, sobretudo, um treinador português, Carlos Queiroz, que completa uma equipa técnica onde está Oceano, nomeadamente. Há motivos de peso para apoiar esta Colômbia, que tem sido uma das selecções que melhor tem jogado na Copa América. Foi a primeira a apurar-se para os quartos-de-final, e fez o pleno: ganhou as três partidas e terminou com nove pontos.

   Já o Brasil, que desde 2014 e da goleada com a Alemanha por 7 - 1, histórica, se vê em sucessivos apuros, conseguiu, após entrar bem na Copa e, no segundo jogo, não ir além de um empate morno com a Venezuela, terminar em primeiro lugar. É a grande favorita, por jogar em casa, a par do Uruguai e da Colômbia. O Uruguai goleou o Equador por 4 bolas e conseguiu inverter o resultado com o Japão e terminar a empatar a partida (2-2). Hoje, levou a melhor ao Chile. Tem uma linha avançada de excelência, com Suárez e Cavani, que resolvem quase sempre que a bola lhes chega aos pés. Com o Brasil e a Colômbia, será a selecção com mais talento individual. Eu colocaria estas três como as grandes favoritas.



   Chile e Peru. É certo que o Chile ganhou a Copa América de 2015 e a do ano seguinte, da edição Centenário, em 2016, mas já não tem o vigor desses anos. É uma selecção mais envelhecida, e não discute a bola com a mesma determinação. Isso foi visível no jogo com o Uruguai. O Chile jogou bem e dominou a bola em diversos momentos da partida, contudo, a recuperação de bola perante o contra-ataque do adversário não se deu com a premência de 2015 / 2016. Nota-se, sobressai, que não é a mesma. O Peru empatou com a Venezuela, goleou a Bolívia e foi goleado pelo Brasil, por 5-0, naquela que é a maior goleada até agora nesta Copa América.

   Falta-me falar, propositadamente, da Argentina e da Venezuela. Não direi nada sobre o Paraguai, que me parece ser a mais fraca das oito selecções ainda em jogo. Empatou com o Qatar, já de fora, e com a Argentina, o que não é nada de excepcional se tivermos em consideração que esta Argentina anda à deriva há muitos anos. Começando pela Argentina, eu diria que a selecção comandada por Lionel Scaloni atravessa o seu pior momento. Desde que assumiu o comando da selecção, a Argentina já conheceu quarenta jogadores. É realmente um número impressionante. Messi, como sabemos, é a grande referência, e por vezes, na Copa América, percebemos que o extremo-direito do Barcelona joga desconectado dos seus companheiros. A Argentina viu-se em risco de não seguir na competição. Perdeu com a Colômbia e empatou com o Paraguai, veja-se. A selecção com mais troféus desde que a Copa América foi instituída, e é a mais velha competição de selecções do mundo, desde 1916, só no último jogo frente ao Qatar é que logrou uma vitória folgada por duas bolas, animando-se. É uma Argentina longe das glórias dos Campeonatos do Mundo de 1978 e de 1986, com Mario Kempes e Maradona.
    A Venezuela tem sido uma surpresa, uma boa surpresa. Se não deixa de ser verdade que empatou os dois primeiros jogos, temos de ter em conta os oponentes: Brasil e Peru, teoricamente os mais fortes. No início da competição, ninguém diria que a Venezuela, que nunca ganhou uma Copa América, terminaria a fase de grupos em segundo lugar. Veremos até onde os viño tinto (em alusão à cor de vinho do seu equipamento) conseguirão chegar.

    Tenho acompanhado quase todos os jogos. Quase todos. Isto de se conjugar o estudo com o visionamento de jogos não é fácil, mas venho-o conseguindo, com maiores ou menores dificuldades. 
     Os quartos-de-final começam no dia 27, com um Brasil x Paraguai, como disse logo no início da publicação. Seguem-se, no dia 28, Venezuela x Argentina e Colômbia x Chile. No dia 29, jogam o Uruguai x Peru. Atente-se: ganhando o Brasil e a Argentina nos respectivos jogos, ambos encontrar-se-ão na primeira meia-final, no dia 2 de Julho, no Mineirão de Belo Horizonte. Confirmando-se, será uma partida monumental. Sem prejuízo do jogo do terceiro e quarto lugares, que ninguém quer disputar, a grande final é no dia 7 do mês que vem, no épico Maracanã do Rio de Janeiro. E é provável que ainda fale mais desta Copa América 2019 aqui. Até lá!

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