21 de agosto de 2017

O terrorismo jihadista.


    Somos persistentemente assombrados por atentados terroristas. Como previ, sucedem-se diariamente. Nos últimos dias, houve dois na Catalunha, um na Alemanha, outro na Finlândia e um em França, muito embora, pela informação que tenho, só o da Catalunha, que provocou treze vítimas mortais, entre as quais duas portuguesas, foi reivindicado pelo grupo islâmico Daesh.

     Demorei a entender, mas apercebi-me dos iníquos planos. Sou, regra geral, tolerante, e desde sempre soube fazer a distinção entre islâmicos moderados e extremistas, que os há em qualquer religião. Lidei, inclusive, pela adolescência, com uma colega muçulmana, com a qual ainda mantenho o contacto. Conversamos com alguma regularidade. Todavia, o extremismo tem recrudescido, não descartando eu a nossa responsabilidade, enquanto ocidentais, no fomento dos conflitos no Médio Oriente.

      A coabitação entre cristãos e muçulmanos nunca foi pacífica, e os confrontos sucederam-se pela história. Na península, quando a ocuparam, sendo derrotados em Poitiers, por Charles Martel, em território francês, vendo-se obrigados a recuar nos seus intentos expansionistas pelo Velho Continente. Os reinos cristãos peninsulares viram-se, assim, em mãos com a necessidade de proceder à reconquista, que foi terminada, na parte portuguesa, no século XIII. Definitivamente derrotados em Granada, já em finais do século XV, acalentam, ainda hoje, o desejo de recuperar a Al-Andalus.


     A Europa atravessa um período de inversão demográfica, de envelhecimento da sua população, que vem sendo substituída por levas de pessoas oriundas do Médio Oriente, sobretudo. Há, da parte dos jihadistas, um plano claro de aniquilamento da nossa religião e cultura, de domínio do continente europeu. Estes sucessivos atentados visam semear o pânico e a desordem nas sociedades ocidentais, alicerçadas em valores como os da paz e da liberdade. O assédio às nossas estruturas reporta-me às progressivas investidas dos bárbaros no Império Romano, até que o tomaram por assalto com a queda da Roma, nos finais do século V.

     No passado, entendíamos o perigo. Batíamo-nos pelo que acreditávamos ser a fé verdadeira, não nos acobardávamos à ameaça. Dom Afonso Henriques, em Ourique, no século XII, deu um decisivo passo no processo de expansão do Reino a sul; na Batalha do Lepanto, em finais do século XVI, a Liga Santa conseguiu suster os planos dos otomanos de se expandirem, uma união que também se dera, mais de duzentos anos antes, entre portugueses e castelhanos, na península, quando, juntos, derrotaram as forças dos merínidas, na Batalha do Salado. Mais recentemente, D. João V, em 1717, há exactamente trezentos anos, auxiliou os Estados Pontifícios contra os otomanos, na Batalha de Matapão.

     Presentemente, não podemos condescender com os ataques reiterados à civilização ocidental e à matriz cristã. Temos de responder em consonância, e eficazmente, para que a nossa ordem de valores não vergue. O que sinto, sim, é que agimos à defesa, posteriormente, porque ainda temos dificuldade em aceitar que estamos, todos, em guerra. Deparamo-nos, talvez pela primeira vez, com o pior dos terrorismos, o cobarde, o que sacrifica qualquer um da forma mais vil. Já lograram em intimidar-nos.

8 comentários:

  1. http://24.sapo.pt/opiniao/artigos/destinos-de-ferias

    "Se gosta do Arraial Lisboa Pride, aconselho a não perder a parada-nazi. Centenas de tipos musculosos, de cabelo rapado, bigode, etc., desfilam cantando."

    Pronto. Já cá faltava a comparação. O que é que uma manifestação de nazis, supremacistas brancos e KKK parece mesmo? O Arraial Lisboa Pride. Deve ser para os ofender. Porque eles parecem uns maricas, topam? Não se pode dizer nada, é "humor". Ele até deve "ter amigos que são...

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    1. Hmm, não sigo humoristas, e esse, particularmente, parece-me que se excede às vezes.

      Intolerância religiosa existe também entre cristãos. O KKK é um bom exemplo. Ele não deixa de ter razão. Determinadas indumentárias associadas a movimentos supremacistas brancos e a grupos neonazis são bem vistos na dita comunidade gay porque exaltam a virilidade.

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  2. Forte mas bem real e verdadeiro esta constatação: " Presentemente, não podemos condescender com os ataques reiterados à civilização ocidental e à matriz cristã. Temos de responder em consonância, e eficazmente, para que a nossa ordem de valores não vergue. O que sinto, sim, é que agimos à defesa, posteriormente, porque ainda temos dificuldade em aceitar que estamos, todos, em guerra. Deparamo-nos, talvez pela primeira vez, com o pior dos terrorismos, o cobarde, o que sacrifica qualquer um da forma mais vil. Já lograram em intimidar-nos."

    Beijão

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  3. A Europa em breve será um Afeganistão, Irão e Iraque

    É uma questão de tempo, e a culpa é dos europeus...

    Tadinhos dos outros que estão em guerra porque a fazem lololololololol

    Grande abraço amigo

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    1. Infelizmente, vejo-me obrigado a concordar contigo. E convém não "mexer" com a aliada Arábia Saudita. Enfim.

      um abraço, amigo.

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  4. São de facto seres muito cobardes, para espalharem o terror desta maneira que o têm feito - embora qualquer uma das outras formas seja igualmente cobarde. Se querem morrer em nome do deus em que acreditam, que morram sozinhos - não levem inocentes com eles. Duvido que o deus deles aceite essa forma de demonstrar fé...

    Abraço :)

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    1. Decerto que não aceita, pois é o mesmo deus que o nosso. Enfim, o próprio Corão os impele à guerra.

      um abraço, amigo.

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