31 de janeiro de 2010

Sábado Vermelho

Pensava eu ficar em casa para estudar Português (tenho teste amanhã ^^), e recebo uma proposta da Só para irmos dar uma volta. Ok, tudo bem. Combinámos ir de metro até ao Centro Vasco da Gama ver as montras, comer qualquer coisa e, essencialmente, distrair as mentes. Às três da tarde, lá estávamos nós a entrar na terceira Meca do consumismo lisboeta, sendo a primeira o horrendo Colombo e a segunda o pavoroso Dolce Vita. Lol. Ela sabe que detesto estes centros (para mim ou o El Corte Inglés ou o Harrods, ahahaha xD), mas aceitei ir.
Até foi divertido. Fartámo-nos de rir e foi mesmo super giro. É claro que faltava people, mas foi tudo pensado à última. Resultado: não demos pela hora. Quando nos apercebemos já eram nove e tal da noite, tínhamos as mãos cheias de sacos, para além do Big Mac da Só e do meu Sundae (não como aqueles hamburgers ultra calóricos...).
Eu ainda quis apanhar um táxi, ou chamar a mãe, mas ela insistiu que voltássemos de metro.
Horror!
Foi precisamente no final do jogo do Benfica. O metro estava apinhado de gente a querer voltar para casa. Tudo nos corredores a correr, alguns a gritarem... uma confusão. A muito custo conseguimos entrar na carruagem. Fiquei espremido num canto, em frente a um velho com mau hálito a falar do jogo. :s
Quando o metro começou a esvaziar, um rapaz sentou-se num banco. Passado um tempo, começou a olhar fixamente para mim. Trazia um cachecol do Benfica. Era novo e nem era feio, mas tinha um ar vulgar. Virei-me logo ao contrário!
Passado um bom tempo, chegámos a minha casa. Ela ainda estava com ideias de ir beber um copo com a malta (palavras dela!).
Nem morto. Sentia-me cansado e irritado. Pudera, depois daquela Aventura...
Hoje de manhã mandou-me uma SMS.
"Nem sabes o que perdeste. Liguei po Filipe, pa Claúdia e po Diogo. Fomos ate ao Bairro Alto. O Filipe fikou bué chateado por tu n teres vindo. Keria vir ctg. Apanhou uma. Lollll".
Humpf, também me distraí. Fiquei em casa e muito bem. Às vezes invejo a energia da Só. Ela ainda acha que o dia foi pouco emocionante?
ela...

29 de janeiro de 2010

Mariah Carey, um pouquinho "tocada"


Bom, ela também tem direito, ou não?
Lol :P
Gosto dela de qualquer forma, feitio ou estado.

28 de janeiro de 2010

Diário da Nossa Paixão


Na terça-feira, na aula de Psicologia, assisti ao filme Diário da Nossa Paixão. Enquadra-se na matéria que estamos a dar, ou seja, a memória, amnésia, processos cognitivos, etc. Nunca tinha visto o filme, nem dele ouvido falar. A verdade é que nunca pensei que fosse tão emocionante e dramático. Para quem nunca viu, o filme retrata uma história de amor entre Allie (Rachel McAdams) e Noah (Ryan Gosling). Allie é uma típica menina da alta sociedade estaduniense e Noah é um rapaz pobre e trabalhador. Eles apaixonam-se, mas os pais de Allie são contra o namoro e tudo fazem para os tentar separar. A uma certa altura, Allie recebe uma carta da faculdade a que concorreu em Nova Iorque. Ainda convida Noah para ir com ela, mas o destino separa-os. Allie segue para Nova Iorque e Noah alista-se no Exército para combater na II Guerra Mundial. Já como enfermeira, Allie conhece um rapaz de quem se torna noiva. Um rapaz rico, bem ao estilo dos seus déspotas paizinhos. No regresso a casa, Allie reencontra Noah, a paixão desperta e os dois ficam juntos...
Décadas mais tarde, o Noah (James Garner) luta contra a amnésia de Allie (Gena Rowlands), contando-lhe indefinidamente o Diário da Paixão que os uniu, ao mesmo tempo que nós, espectadores, assistimos ao desenrolar dessa paixão. Allie perde progressivamente a memória, mas o amor que os une é mais forte.
Eu fiquei abalado com a história, e um colega meu chorou mesmo. O filme é baseado na obra homónima de Nicholas Sparks.
Gostei do desempenho dos actores, embora não conhecesse nenhum. O Ryan Gosling é giro (sem barba e o novo! Lol) e só por isso vale a pena assistir ao filme. Lol A Rachel McAdams também é girinha, tenho a dizê-lo. Se fossem namorados na vida real faziam um lindo parzinho. :)
Aconselho o filme a todos que ainda não viram.
Eu fiquei fã do filme e do Ryan.

26 de janeiro de 2010

O meu livro...

Encontrei-o. Encontrei o meu romance, ou seja, um livro que andei a tentar escrever.
Há cinco anos atrás, comecei a escrever um romance. Lembro-me que andava entusiasmado com o futuro livro, cheio de ideias prontas a serem passadas para o papel. No entanto, o tempo passou e com ele passou também a vontade e, sobretudo, a novidade de escrever um livro. Mas, a vontade ficou bem guardada em mim. Às vezes, dava por mim a pensar em terminá-lo. Nunca se concretizou, e assim ficou esquecido numa estante do meu quarto.
Em Agosto passado, na altura da minha mudança de residência, pensei ter guardado esses manuscritos. No meio das arrumações não os vi em concreto, mas deduzi que estivessem entre tanta papelada. Talvez tivessem sido arrumados pela mãe ou pela Ana.
À chegada, ao arrumar tudo nos seus devidos lugares, dei pela falta do meu "livro". Procurei, procurei e não encontrei nada. Dei por perdido. Talvez tivesse caído, ficado espalhado a um canto...
Ontem, encontrei-o dentro de uma caixa empoeirada na arrecadação. Estive a ler tudo e, meu Deus!, quanta imaginação e ingenuidade. O esboço é o mesmo, bem como a história, mas se quiser acabar aquilo que comecei, terei de reformular muita coisa. Em cinco anos muita coisa mudou. A minha cabeça já não tem quinze anos. As vontades são outras e a maturidade também. A escrita mantém-se inalterada. Sempre fui muito pródigo e precoce. Escrevo da mesma forma que escrevia com quinze anos, salvo algumas modificações. O vocabulário enriqueceu um pouco, é certo.
Sobre o livro; bom, é um romance e deve ser lido como tal. É uma história de amor entre dois adolescentes que lutam contra o preconceito e a imaturidade.
Confesso que não sei como dar um rumo ao livro. Primeiro, na altura, decidi escrever à mão; segundo, apetece-me acabá-lo, mas não sei como.
Por enquanto, coloquei-o na gaveta mais utilizada por mim.
Daqui a cinco anos estarei a escrever o mesmo sobre os manuscritos...

24 de janeiro de 2010

Dimanche (engager)...


Hoje resolvemos ir almoçar fora. Eu e a mãe. Temos o hábito de o fazer ao Domingo. Fomos a um restaurante simpático em Lisboa. À chegada, reparei logo que um homem no balcão olhava para mim. Ele bem tentava disfarçar, mas simplesmente não conseguia. Estava com uns amigos a beber cerveja e a ver a selecção de Angola a jogar (eu odeio futebol!). Era novo, perto de trinta anos, cabelo curto e até era engraçado. Confesso que não gosto de olhares tão fixos. Senti-me invadido na minha privacidade. A mãe estava de costas para ele, logo não se apercebeu de nada. Por vezes, eu olhava para ele só para tentar perceber a razão de tantos olhares. Numa dessas vezes, ele olhou para mim com um ar de "safado" e descarado. Atrevido mesmo. Pensei: "Olha, mais um...". Se os amigos soubessem... Aquele pseudo-hetero, convencional, armariado (provavelmente), bebia cerveja, via futebol e, ao mesmo tempo, tentava engatar um rapaz (eu) a almoçar com a sua mãe. Tive pena dele. Já estou habituado a situações deste género, mas incomoda-me tanta solicitude e tanto atrevimento. Não sei se será o meu lado elitista a falar, mas senti-me uma prostituta-de-bar-que-faz-strip-e-atrai-clientes. Aquele olhar: "Ena, um pedaço de carne!", reduz-me a um bocado de algo comestível. E a mãe falava, falava e falava...
Depois de comermos, a mãe adora beber o seu digestivo (whisky), mas eu fiz uma pressão enorme para sairmos. Lá bebeu aquilo bem depressa, entrámos no carro e fomos passear a Belém.
Já em casa, ao fazer umas fichas de Psicologia, continuei a pensar no que tinha ocorrido. Qual seria a história por trás daquele homem? O que o levaria a ser tão oferecido, não me conhecendo minimamente?
Talvez, como vive encoberto, é a única forma de conseguir alguma coisa.
Coitado.

22 de janeiro de 2010

Ensino Superior - As minhas dúvidas


A verdade é que já faltou mais para acabar o Secundário. Estamos a cinco meses do fim das aulas e eu já começo a perguntar-me o que irei seguir. É! Eu ainda não sei! Dúvidas e mais dúvidas percorrem a minha cabeça, o que não é de todo normal. Nesta altura do campeonato, eu já deveria ter a certeza do que gosto e do curso a seguir. Começemos pelo que gosto.
Eu adoro História, é a minha grande paixão, como já devem ter reparado. Desde bem pequeno que sou um fanático por História (principalmente Idade Moderna, onde me considero bastante razoável, dada a minha idade). A vida dos Reis, das Cortes, os pensamentos, doutrinas políticas, expansão marítima, tudo me fascina. À partida, tenho o essencial para seguir História a nível superior. Porém, sei que não tenho a mínima vocação para professor, e a investigação neste país é praticamente inexistente. Surge este dilema. Se seguir, temo estar destinado ao ensino; se não seguir, temo não ser feliz e uma pessoa realizada.
Direito, outra das opções que tenho ponderado. É interessante, tenho alguma curiosidade, mas... e se não me identifico minimamente? A semana passada estive na Fnac, onde comprei um livro de Introdução ao Direito do Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Fiquei fascinado. É muito complexo, mas interessa-me. Mas, será o essencial para seguir?
Jornalismo, também gosto. Acho que todos nós, que temos blogs, somos um pouco jornalistas. Eu sempre adorei escrever, mas não me imagino numa secretária a escrever crónicas fúteis para um qualquer jornal medíocre. Muito menos viajar como "enviado especial" a países do Terceiro Mundo afectados por crises humanitárias e golpes de Estado. Poderei seguir Comunicação Social, mas numa vertente que me permita trabalhar em televisão, como apresentador ou pivot de noticiários, que também gosto.
São basicamente estas as opções em que tenho pensado. Já falta muito pouco. Talvez tenha de fazer uns testes específicos de modo a apurar a minha real vocação. Para piorar, apesar de parecer contraditório, tenho uma boa média, o que dificulta ainda mais a minha escolha pois amplia o meu leque de possibilidades.
Se fosse um ilustre membro da classe Povo Iletrado, qualquer escolha seria bem mais fácil. Escolher entre carpinteiro ou arrumador de carros não deve levantar tantos problemas.

20 de janeiro de 2010

Criminal Minds


Esta série nunca me tinha despertado a atenção, mas ultimamente não consigo dormir sem ver o episódio. Tudo começou há uma semana atrás...
O relógio marcava uma hora da madrugada, as minhas voltas e voltas na cama eram mais do que muitas. Não aguentei e levantei-me. Fui até à sala de estar e liguei a tv na SIC. Passados uns minutos começa a dar Criminal Minds. Nunca tinha prestado atenção nenhuma à série, mas não havia mais nada de interessante para ver. Aos poucos, fui-me interessando pelo enredo, pela história e pelo desempenho dos actores. Foi o suficiente; apesar de passar a horas tardias e de eu levantar-me muito cedo, não consigo dormir sem ver Criminal Minds. De manhã é o terror para sair da cama. Até já tenho actores favoritos. E são eles Matthew Gray Gubler e Shemar Moore.
O primeiro é doce, meio intelectual e giro; o segundo é mais machão, determinado e corajoso. Têm estilos totalmente opostos. Pessoalmente, prefiro o Shemar. É mais interessante para mim. Adoro a sua tatuagem. Dá-lhe um ar rebelde, bem como a barba aparada. O Matthew é um doce, um querido e, por vezes, faz-me confusão vê-lo a manusear a arma. Lol O Shemar é o "polícia ideal". Tem um misto de tudo. Num destes recentes episódios, quando ele estava preocupado com a Garcia, eu tentava colocar-me na pele dela. :) Como é que ela conseguiu resistir? Dahhh! Lol A forma como ele a agarrou, a sua força e masculinidade. E depois, toda a doçura nos cuidados que lhe prestou, quando ela regressou a casa.
O facto é que vejo a série por ambos os motivos... digamos, três motivos: enredo (claro!), Shemar e Matthew. :)
A verdade é que tudo não passa de um seriado ficcional. Bem que podia ser verdade. Por enquanto, talvez existam polícias assim. :)

18 de janeiro de 2010

Unidade da Língua Portuguesa - Gaffe nos Ídolos

Acabei de assistir a mais uma emissão do programa Ídolos. Até aqui nada de surpreendente. Mais uma vez gostei, foi divertido. Mas, houve algo que me deixou com um pouquinho de azia no estômago, de tal forma que me fez sair da cama, vir para o computador e perder um tempinho de sono.
Numa das actuações do concorrente Filipe ("Quero que Vá Tudo Pro Inferno", de Roberto Carlos), na parte dos comentários do Júri, um dos jurados diz esta pérola: -"Ainda bem que cantaste em português e não em brasileiro, porque o brasileiro é uma língua... ... ... ...".
Bom, é o seguinte, já não é a primeira vez (e certamente não será a última) que ouço portugueses a afirmarem que os brasileiros falam uma suposta "língua brasileira". Portugueses de todas as classes sociais, níveis educacionais e quadrantes políticos. Tenho a dizer que isso não existe! Nem os próprios brasileiros, no geral, o reconhecem, apenas pela boca de alguns portugueses. Resumindo: são os próprios portugueses que criam suspeições sobre uma hipotética divisão da sua própria língua. Incrível! De facto, num país onde é o príncipe herdeiro, futuro D. Pedro IV, que declara a independência da colónia, fonte de riqueza do seu país, é no mínimo insólito. Na restante América Latina, pelo menos foi Simón Bolívar o protagonista principal das independências na América Espanhola. Normal, tratando-se de um homem natural de uma colónia; quis a independência do seu povo. Já o paizinho de D. Pedro IV, D. João VI, foi o único príncipe a ser coroado Rei nas Américas, depois da fuga para o Brasil, actualmente apelidada de "saída estratégica"...
Eu até compreendo que apelidarem de "brasileiro" é uma forma de distinguirem os dois dialectos oficiais da língua portuguesa. Chamem-lhe português do Brasil, até mesmo português-brasileiro (coisa horrorosa e que não existe), mas não brasileiro! Trata-se da mesma língua, com as devidas e normais diferenças. O que seria do mundo se todos os países desatassem a oficializar os seus dialectos de mexicano, argentino, colombiano, venezuelano (língua espanhola); ou americano, australiano, canadiano, novo zelandês (?) (língua inglesa), etc? Um caos e uma deturpação autêntica.
Por isso, acho que é essencial um certo cuidado nestas apreciações, principalmente por parte de pessoas que estão directamente ligadas ao mundo da televisão e dos media, em geral.
Já agora, a Solange foi resgatada pelo Júri, e cantou em brasileiro.

16 de janeiro de 2010

Lovegame

É sem dúvida uma das minhas músicas favoritas. É ritmada e sensual o suficiente para eu gostar dela. :)

14 de janeiro de 2010

Haiti - A destruição

Choque, dor e emoção. São estas as palavras que conseguem transmitir um pouco o que senti ao ver as imagens da destruição que o Haiti sofreu. Depois da séria instabilidade política e social, das cheias e dos tufões, a população haitiana sofre mais este duro golpe. O pior sismo dos últimos 200 anos, aliado à pobreza extrema, resultou num cenário catastrófico com consequências ainda não totalmente avaliadas. Edifícios destruídos, incluindo hospitais, centros médicos e escolas; corpos pelo chão; crianças orfãs desprotegidas e sozinhas deambulando pelas ruas tristes e perigosas de Port-au-Prince; prisões que ruíram e colocaram todos os criminosos nas ruas, aumentando a criminalidade e os furtos e, por último, os incêndios que ameaçam levar o pouco que restou.
De louvar a prontidão da comunidade internacional na prestação dos primeiros e continuados socorros à população haitiana. Desde os Estados Unidos da América, passando pelo Brasil e até a China, muitos foram os países que colocaram os seus suportes materiais e logísticos à disposição do Haiti. Agora mais do que nunca, estes milhões de pessoas afectadas precisam de ajuda.
Pensar no Haiti é pensar num país muito pobre. 80 por cento da sua população vive abaixo do limiar da pobreza, com cerca de 1 euro por dia. As catástrofes naturais parecem racionais, ao ponto de escolherem onde irão causar dor e sofrimento. Se é verdade que nenhum país merece ser assolado por uma destruição assim, não é menos verdade que a grande maioria destes fenómenos da Natureza sucede nos países mais pobres do mundo, tornando-os assim bem mais pobres e necessitados.
Muito tempo será necessário para que o Haiti recupere desta tragédia, no entanto, era importante que os países mais ricos do mundo tirassem algumas lições deste terramoto. Com infra-estruturas adequadas, o Haiti poderia ter resistido de forma mais eficaz ao impacto fortíssimo deste sismo.
Os pensamentos e as preocupações mudam com o tempo. Espero que o Haiti não caia num esquecimento e isolamento previsíveis.

13 de janeiro de 2010

Chupa em Chuva


O dia de hoje foi incrivelmente fascinante, apesar do mau tempo que assola Portugal. Para mim, começou bem cedo. Tive de ficar em casa (é preferível à minha mãe faltar na empresa) porque, apesar de viver há pouco tempo na casa nova, a verdade é que já está a dar dores de cabeça. A canalização da toilette tinha problemas, e a única solução foi chamar um canalizador. E quem ficou para o receber? Eu! O homenzinho por acaso foi simpático, mas rapidamente chamei a Ana (empregada) para tratar de o acompanhar e explicar-lhe detalhadamente os problemas. Ao mesmo tempo recebo uma SMS do Filipe:
"Temx de falar. Há mta koisa por dizer. Se puderx falta a escola pk kero falar ctg hj.."
Estranhei. Há imenso tempo que não trocávamos mensagens e se não tivesse sido na passagem de ano, provavelmente não nos tínhamos visto. Decidi ir. Telefonei-lhe e marcámos um encontro no Centro Colombo (que eu odeio!) para as 13 h. Ainda dava tempo. Fui ao salão aqui perto de casa aparar o cabelo.
Quando cheguei à Catedral do Consumismo Pindérico (LOL), ele já lá estava. Apertámos as mãos (que macheza, hein?!) e entrámos. Perguntei-lhe o motivo de tanta urgência, e ele disse-me que era importante que reatássemos a nossa amizade e continuássemos a falar e a sair como bons amigos. O que é que eu poderia dizer? -"Acho bem." Fomos ao Mac comer qualquer coisa. Fiquei-me pelo Sundae de morango. E chegou. Abusei no Natal. A fome também não era nenhuma. Enquanto estivemos sentados, elogiou o meu corte de cabelo. Disse-me que estava melhor do que quando tinha 15 anos, numa época em que cortei os meus caracóis e o usei curto.
O Filipe também mudou muito. Quando o conheci tinha 16 anos, ou seja, um ano mais velho do que eu. Está (ainda) mais giro, mais maduro e confiante. Lembro-me bem do sucesso que fazia na escola...
Quando acabámos de comer, passámos pela Hussel, onde comprei dois maravilhosos chupa-chupas. E a verdade é que abri logo um, ao lado do Filipe e, como devem compreender, com os curiosos do costume a olharem. Pouco me importou. Quis relembrar a forma espontânea e divertida dos meus 15 anos. E ele, outrora muito discreto, também não se importou com a minha aparente extroversão. Continuo a pensar que ainda há muito por dizer.
No fim, despedimo-nos, e ele perguntou-me: -"Aquele Diogo gosta de ti?". Continuei a andar. Já me tinha afastado o suficiente dele. Ele não tinha guarda-chuva, logo ficou à chuva. Até que parei. Olhei para trás e vi-o molhado, triste, a olhar para mim com um verde intenso no olhar.
Respondi: -"Eu não gosto dele."
Desci as escadas do metro a suspirar, com o chupa na mão.

8 de janeiro de 2010

Dia G - A Emancipação

Hoje será um dia recordado por muitas gerações como o dia em que a Liberdade e a Democracia vingaram frente ao fanatismo e conservadorismo religioso e político de alguns sectores da sociedade portuguesa. Há poucos minutos atrás foi aprovado o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, com os votos favoráveis de toda a Esquerda parlamentar. Uma vitória esmagadora e um avanço civilizacional sem precedentes no nosso país. Hoje, o ar português é mais leve. Hoje, todos podemos levantar a cabeça e impor o respeito que nos é devido com mais força e legitimidade. Hoje, demos um passo significativo na luta contra a homofobia e a intolerância. Tal como aprendi desde sempre, nada nem ninguém pode impedir a marcha do progresso.
Agora, cabe a cada um de nós enquanto cidadãos escolhermos se queremos ou não casar, porém, com a certeza que se o quisermos, podemos fazê-lo livremente e sem restrições legais. É um facto que a adopção ficou de fora, mas tal como disse anteriormente, tudo tem de ser feito com calma e ponderação. Um dos maiores avanços foi dado hoje. A homofobia e o preconceito não terminam, todos sabemos disso, mas a partir de hoje o preconceito fica mais isolado no seu errático e solitário caminho. É uma luta perdida. Eles sabem-no. Relembro que se trata da primeira votação; o diploma terá de passar pela votação na especialidade e pela promulgação necessária do Presidente da República. Todavia, mesmo que nem todas as fases deste processo sejam ultrapassadas facilmente, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo é inevitável devido à maioria parlamentar que é favorável à aprovação deste diploma. É seguro dizer que temos uma realidade concreta apesar de ainda não ser palpável na prática.
Fazendo uma analogia e um enquadramento à realidade portuguesa, qualifico este dia como o Dia G, à semelhança do Dia D que trouxe a liberdade e a vitória dos Aliados para o mundo, no célebre Desembarque na Normandia. Bem a propósito, acabei de dar a II Guerra Mundial a História.
Esta é outra guerra, ideológica e política, mas este dia não deixa de ser um marco importante não só na nossa realidade nacional, mas também internacional. Portugal figura assim na lista, ainda pequena, de países mais democráticos e liberais.

6 de janeiro de 2010

Homofobia na aula

Este episódio é tão deprimente e baixo que, à partida, nem merecia um destaque da minha parte. Depois de meditar sobre o assunto, achei que era o meu dever mostrar como este país continua intolerante e preconceituoso, apesar da homofobia ser um crime.
Ontem, depois da aula de Psicologia, ficámos na sala de forma a ensaiarmos para as Janeiras que vamos cantar hoje. E, para além dos meus colegas, vieram mais professores e alunos de outras turmas. Logo à entrada, apercebi-me que dois desses alunos olharam para mim com um ar estranho, aliás, um deles tem o hábito de o fazer. Pouco me importam essas atitudes, porque é mais do que evidente a minha superioridade, até intelectual, relativamente a esses seres menores. O que eu não posso consentir é que me ridicularizem em frente a todas as outras pessoas presentes. Como os ensaios estavam a ser divertidos, todos nos rimos, e esses sujeitos desataram a imitar o meu riso. Um deles tocava-me nas costas (estava atrás de mim) e quando eu me virava para trás fingia que não tinha sido ele. Tenho a certeza que nutre um desejo qualquer por mim. É a única explicação possível. A homofobia dele é a única forma de encobrir a sua homossexualidade latente. Depois de o alertar, fui obrigado a denunciar a situação a uma das minhas professoras. Quando a professora o interpela, ele diz alto e em bom som: - "Não tenho culpa se és virado!".
Não sei se todos se aperceberam, mas pouco me importa esse detalhe. Acho uma tremenda falta de respeito, educação, nível e tolerância. Não respondi. Mantive o meu lugar. Não podia descer ao nível daquele energúmeno patético. Pouco tempo depois, abandonei a sala e ainda ouvi risinhos provocantes.
Hoje vou fotografar as Janeiras na escola, e só o faço em consideração às minhas professoras. De outra forma não o faria, porque não quero mais estar perto de algumas pessoas tão baixas e preconceituosas.

1 de janeiro de 2010

2010 - Primeiros momentos

Em primeiro lugar, um óptimo ano novo para todos. Esperemos que seja bem melhor do que o anterior. A noite de ontem foi surpreendentemente divertida. A princípio, eu, o Diogo, a Soraia, o Filipe e a Ana (respectivamente amigo e prima, os dois últimos) combinámos sair e ir a qualquer bar ou sítio em Lisboa porque todos detestamos ficar em casa num dia festivo e alegre como o de ontem. No entanto, estava tão mau tempo e a minha prima meio adoentada, que resolvemos ir para a casa dos avós do Diogo onde podiamos festejar à vontade e ainda fazer uma pequena party. E assim foi. Os senhores vivem no Norte mas têm uma casa enorme na Ericeira. Fomos para lá os cinco e nunca pensei que fosse tão divertido. Poucos e bons. Ainda pensámos em convidar mais pessoal, mas tememos que se tornasse tudo demasiadamente pomposo e impessoal. Quisemos algo mais simples e acolhedor. Colocámos uma mesa no pátio coberto; eu, a Só e a Ana fizemos algo para comer enquanto os dois meninos saíram para tentar, de uma forma ou de outra, arranjar uma garrafa de champagne e umas passas. xD Valeu a precaução dos avós do Di que tinham comida no frigorífico. Só gostava que tivessem visto nós a tentarmos descongelar a comida... Hilariante! Eles lá conseguiram arranjar aquilo (até agora nem soube como...) mesmo na hora certa para jantarmos. O Di colocou um aparelho de som no jardim, uns cd's de electro e dance, e foi muito divertido. Comemos bifes de peru com esparguete (era o que havia, foi tudo muito imprevisto!) e esperámos a dançar e a rir pela meia-noite. À meia-noite, a "nossa" casa era a mais barulhenta da zona. Música a alto som, champagne, e eu a entrar para dentro a tentar espreitar os Ídolos. Lol Dançámos todos, incluíndo o "super-hetero" Filipe e o Di, um com o outro. Super-hetero, assim-assim... um dia conto. E ainda ficámos a curtir a noite até às quatro da madrugada (nem muito tarde, até). A Ana lá se animou e fartou-se de brincar, mas confesso que a Só era a mais extrovertida, aliás, como sempre. O Filipe é aquele machão estranho que já conheço desde os meus quinze anos porque fomos colegas de escola, mas não de turma. O Di, especial, formal e atencioso.
No fim, dormimos todos lá. O Di no quarto dele (quartinho na casa dos avós), a Só e a Ana num dos quartos de hóspedes e eu e o Filipe noutro dos quartos, na mesma cama, visto que não havia outra no quarto. Uma emoção. Não sei o que se passou nos outros quartos, mas no nosso nenhum dos dois dormiu imediatamente. Ficámos a falar e a relembrar os tempos de escola em que éramos colegas. Ele em tronco nu e eu de t-shirt. Falámos da Maggie (de facto, Margarida, mas era com este petit-nom que era conhecida) uma namorada do Filipe, do período da doença da mãe dele, da vez em que ele correu atrás de mim quando eu, na inocência dos meus quinze anos, o vi a beijá-la e desatei a correr pelo Vasco da Gama, entre muitos episódios... Partilhamos muita história, que só a Só (só a Só, lol) do nosso grupinho sabe. O Di e a Ana nem sonham. Nunca escondi que gosto mais da Só do que da minha própria prima. Ela é a minha best de sempre; a Ana é família... É muito diferente.
Quando, por fim, adormecemos, eu fiquei estendido na cama com um braço sobre ele e só dei conta disso ao meio-dia de hoje. A nossa história ficou mal resolvida.
Não posso dizer que a foi a melhor passagem de ano da minha vida, mas foi sem dúvida uma das melhores.
Dou por mim a pensar que se começou assim, o que me esperará neste novo ano?... ... ...