18 de janeiro de 2024

Londres (VII).


  Depois de alguns dias no exterior, no sexto dia em Londres decidimos voltar aos museus, e, claro, faltava conhecer um dos mais famosos, a National Gallery. Eu, devo dizer, fiquei desapontado. Senti-me defraudado. Em termos de qualidade, fica muito aquém do Museu do Prado, em Madrid, que também conheço, e, pelo que me consta, do Louvre.


Matrimonio Arnolfini, 1434, Jan van Eyck, óleo sobre tabla (é um dos quadros mais famosos de toda a galeria)


   E mesmo estando um pouco cansado (Deus me perdoe!) de arte sacra, a parte do museu que mais me seduziu foi exactamente o piso dedicado à pintura religiosa bizantina.


The Madonna of Humility, Lippo di Dalmasio, circa 1390


  A National Gallery, ao ser outro museu gratuito, está repleto de gente. Eu aconselhá-los-ia a, mesmo assim, adquirir o bilhete pela internet. Eu fi-lo e pude evitar a longa fila que contornava a Trafalgar Square. Bem a propósito, convém que o façam em todos os museus gratuitos. Ainda que o sejam, em alguns exigem a aquisição antecipada de bilhete.


Foto panorâmica a um dos recintos 


 Perfeito para um dia de chuva (e os dias molhados são comuníssimos na capital inglesa), a Galeria Nacional levar-lhes-á todo um dia para ver com calma. Desfrutem da fantástica cafetaria, de preços exorbitantes, já se sabe, mas um dia não são dias.


Todas as fotos foram captadas por mim. Uso son permissão.

4 comentários:

  1. É verdade, quando se vai a museus, por norma convém ficar um, dois a três eeheheheh Eu é que sou sempre a "abrir" eehehehehhehehehehehe
    Depois de ter tirado um cursito de História de Arte, é que comecei a olhar para os quadros com outros olhos ehehehehhehehehe
    Abraço amigo

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    1. Olha, não sabia desse teu curso. Estou surpreendido.

      Um abraço,
      Mark

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  2. É bom ler os seus posts quando têm as suas opiniões sobre o que vai vendo, sejam elas positivas ou negativas. Isso é interessante ler.
    Entendo que esteja cansado de pintura religiosa, mas, em séculos passados, poucos eram os que tinham posses para mandar executar arte. Claro que à cabeça destes patronos está a "santa Madre Igreja" e seus representantes, que contribuíram para a grande maioria das encomendas feitas a artistas, que disso viviam.
    A alta nobreza também tinha posses para mandar executar encomendas, e faziam-no, mas os temas continuavam a revolver em torno deste tema, pois estavam sujeitos aos preceitos da religião de estado, com a diferença que já poderiam associar os seus retratos como doadores (e pagadores) dessas mesmas encomendas.
    E aqui tem a génese a arte do retrato, que, com o humanismo, ganha foro de temática por si mesma. E, ainda mais tarde, com o humanismo, em que a religião deixa de ser tão preponderante, surgem os temas ligados ao paganismo, onde as lendas da civilização clássica, greco-romana, fazem a sua entrada nos temas tratados pela pintura.
    A pintura passa de uma representação bidimensional, estritamente religiosa, na arte medieval, para uma representação tridimensional e com caraterísticas clássicas que tem início no Renascimento, ainda que de forma muito tímida.
    A pintura que aqui apresenta, dos Arnolfini, não é mais do que uma das mais famosas de Van Eick; há aqui, neste museu, um "Retrato de Homem" do mesmo pintor, que é igualmente fantástico.
    E a composição está recheada de simbolismo e desejos que a união destes dois personagens da classe burguesa, dominante, fosse feliz e fecunda. Não foi o caso, nem de uma nem da outra. O casal não teve filhos e parece que foi infeliz, vendo-se o homem metido numa contenda judicial por se ter envolvido com amantes, que lhe pretendiam sacar dinheiro.
    As pinturas de Van Eick são minuciosas ao extremo, pintadas quase milimetricamente com pincéis minúsculos para que conseguisse colocar tudo o que pretendia na representação. O espelho que está atrás do casal é representativo, pois tem uma minúcia de representação exemplar.
    Neste quadro gasto horas na sua contemplação. como aliás, em todas as obras de Van Eick.
    Mas neste museu, as obras primas sucedem-se em catadupa, com representantes de todos os grandes artistas em todas as épocas.
    Caravaggio, por exemplo tem aqui uma das suas obras que me interessa de sobremaneira, o "Rapaz mordido por um Lagarto", que parece ter sido o retrato de um dos seus muitos companheiros (há também quem diga que se trataria de um auto retrato). Tenho verdadeira paixão pela obra de Caravaggio, que persigo por quase todo o mundo. É algo que me obsessiona!
    Aqui existe igualmente uma das várias versões dos "Girassóis" de Van Gogh, que é de ficar em contemplação.
    Não paro de escrever ... tem de me desculpar, mas acabo por me entusiasmar, e escrevo mais do que tinha intenção
    Manel

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    1. Manel,

      Sabe que é um prazer ler os seus comentários, extensos ou não.

      Sobre o quadro de van Eyck, tem ainda a particularidade de ser dos raros da época em que os retratados eram-no de corpo inteiro. Gostaria de poder tê-lo apreciado melhor, não fosse a horda de turistas a fotografar - e, espante-se, não eram japoneses.

      Vi todos os quadros, incluindo os famosos girassóis de Van Gogh, cuja foto não publiquei por… nem sei porquê! Também era um dos favoritos dos fotógrafos de plantão.

      É um excelente museu, sem dúvida, mas eu esperava algo mais. Esperava algo arrebatador, e não foi assim. O Prado achei-o arrebatador. Terei de voltar ao Prado.

      Cumprimentos,
      Mark

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