6 de janeiro de 2024

A Mulher que Há em Mim.


   O título do post podê-los-ia levar a tomar conclusões precipitadas, mas não. Venho falar-lhes do recente livro de Britney Spears, no qual, ao longo de 272 páginas, relata sobretudo a relação abusiva que os seus pais -e o seu pai, principalmente- mantiveram consigo. Durante treze anos, Britney esteve sujeita à tutela legal do seu pai e outros representantes, que, segundo relata, a internaram compulsivamente contra a sua vontade, impondo-lhe todo um estilo de vida: obrigando-a a actuar, determinando o que podia comer, vestir; não a permitindo conduzir ou tomar as rédeas do dinheiro que ganhou com a sua carreira.

   Olhamos para estas celebridades e julgamos que é tudo idílico. Eu lembro-me de ler, em miúdo, naquelas revistas de adolescentes (Super Pop, Bravo, que provavelmente nem existirão mais), a Britney e outros famosos a falarem amorosamente das suas famílias. Anos depois, apercebemo-nos de que tudo é uma farsa para manter as aparências, e até nos congratulamos do nosso anonimato.

   Não sabendo quem fala a verdade -Britney sofre claramente de problemas de saúde mental, e seria interessante conhecer a versão dos pais-, ter conhecimento destes testemunhos é bom. É-nos bom. Percebemos que a nossa vidinha é muito melhor que a desta gente. Ter fama mundial deve ser horrível.

6 comentários:

  1. Quando li o título do post imaginei que o Mark estivesse numa fase qualquer de introspeção profunda, depois, lendo-o fiquei mais elucidado.
    Não é que todos nós não tenhamos os nossos lados mais femininos, que creio que temos, mas são coisas que, na maioria de nós, estão mais ou menos resolvidas. Se não estiverem, haverá caso para preocupação, pois nem sempre são fáceis de entender estes assuntos da nossa sexualidade que saem da norma, e que, muitas vezes, não estão resolvidos.
    Mas entendo-o e igualmente não tive, não tenho, e, creio que nunca terei, ensejo de ser pessoa pública. Creio que sempre me afirmei pelo anonimato, o qual me dá muita mais liberdade de poder ser quem sou, sem dar contas a ninguém.
    Claro que, quando esta gente vem gritar para a praça pública, penso sempre quanto daquilo é histrionismo ou desregulação da personalidade, dada essa mesma exposição pública ter sido feita em tenra idade, e que poderá ter dado azo a excessos e a exploração por parte dos progenitores, ou afins. Mas também me dou conta que muitas destas pessoas ansiaram por esta exposição e fizeram de tudo para dela usufruir, e as opções que se tomam não são gratuitas, pagam-se, e por vezes não há a certeza de que têm com que pagar.
    Por norma não dou muita atenção, pois há gente a precisar mais da minha atenção do que estas pessoas.
    Cumprimentos
    Manel

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    1. Manel,

      Ahahah, eu vi logo que o título poderia levar a segundas interpretações.

      Tal como diz, eu tão-pouco quis ou quero ser uma figura pública. Houve um tempo em que pensei em ser jornalista ou apresentador de televisão na área da informação, sendo que nunca tentei por uma panóplia de razões: estava em Direito e não queria perder o dinheiro e anos investidos; não queria dar esse desgosto à minha mãe, e talvez o mais importante: é uma área de muito difícil acesso. Sete cães a um osso.

      Muita dessa gente fica deslumbrada com a fama. Lembra-me agora mesmo uma fulana muito famosa e rica da nossa praça, cujo nome não revelarei, mas que grita muito (isto a propósito do gritar em praça pública), que é um bom exemplo disso: da falsamente apregoada humildade, quando, a existir, onde ela já vai. Vêm do nada, começam a ganhar dinheiro e surge a necessidade de expor o nível de vida nas redes sociais, e por aí fora. Esse é o lado da “fama”, a que se soma o assédio da imprensa e dos ditos “fãs”, que me assusta muito.

      Cumprimentos,
      Mark

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  2. Deve ser uma vida bem dura e difícil a que esses artistas passam.

    Boa semana!

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    Até mais, Emerson Garcia

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    1. Sim, deve, e nós só vemos o dinheiro que ganham.

      Até mais!
      Mark

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  3. Quando li o titulo até pensei OMG (risos)
    Só me lembro do pequeno Saul que imitou o Quim Barreiros na TV
    Quando o tema é dinheiro, até saem dos esgotos e tomadas
    Abraço amigo

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    1. Eheh, o título é o nome do livro da Britney.

      Pois é, o Saul. Esse ficou com 14 euros na conta bancária. Os pais chuparam-lhe tudo.

      Sim, quando o tema é dinheiro aparecem sempre herdeiros. Eu tenho um caso na família de uma pessoa que não queria saber da outra para nada e que, quando morreu, apareceu logo a reivindicar o seu quinhão.

      Um abraço,
      Mark

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