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30 de janeiro de 2024

A Inversão Sexual.


   Não costumo falar dos livros antes de os ler, mas fiquei tão entusiasmado com esta compra que preferi não esperar, até porque tenho tantos em lista de espera para ser lidos que provavelmente demoraria anos a escrever uma palavra sobre eles.

   Hoje mesmo chegaram-me, de Portugal (eu continuo a pedir livros de Portugal, através dos sítios das editoras, pela internet), dois livros que são clássicos da literatura médico-científica sobre a homossexualidade, curiosamente ambos com o mesmo título: A Inversão Sexual; um deles o primeiro livro que aborda a homossexualidade desde um ponto de vista médico-científico em língua inglesa, de 1897, por Havelock Ellis, médico britânico, e o outro, de dois anos antes (1895), por Adelino Pereira da Silva, médico português que também se debruçou num estudo sobre a homossexualidade - o primeiro em Portugal.





     Provavelmente -seguramente- parecer-me-ão leituras antiquadas, contudo, não está mal conhecer a perspectiva médico-científica de então, com todas as suas falhas, preconceitos, imperfeições e juízos de valor enviesados. Sobretudo, há que fazer-se uma leitura descomplexada, tendo sempre em consideração a época em que foram escritos. Hoje mesmo relatei, nas minhas redes sociais, episódios de homofobia que sofri no colégio, no final dos anos 90 do século passado. Imagine-se no final do século XIX. Soube, entretanto, que pelo menos no que concerne ao primeiro, inglês, tem uma abordagem bastante tolerante para a época. Mais, só poderei acrescentar depois de os ler.

    Resta dizer que os comprei através da Amazon, e que são edições da Index eBooks, uma editora LGBT, cujos donos conheço pessoalmente - privei com eles nalguns jantares de blogues, e eram pessoas bastante assíduas, inclusive, aqui na blogosfera. Um deles era o João Máximo.

6 de janeiro de 2024

A Mulher que Há em Mim.


   O título do post podê-los-ia levar a tomar conclusões precipitadas, mas não. Venho falar-lhes do recente livro de Britney Spears, no qual, ao longo de 272 páginas, relata sobretudo a relação abusiva que os seus pais -e o seu pai, principalmente- mantiveram consigo. Durante treze anos, Britney esteve sujeita à tutela legal do seu pai e outros representantes, que, segundo relata, a internaram compulsivamente contra a sua vontade, impondo-lhe todo um estilo de vida: obrigando-a a actuar, determinando o que podia comer, vestir; não a permitindo conduzir ou tomar as rédeas do dinheiro que ganhou com a sua carreira.

   Olhamos para estas celebridades e julgamos que é tudo idílico. Eu lembro-me de ler, em miúdo, naquelas revistas de adolescentes (Super Pop, Bravo, que provavelmente nem existirão mais), a Britney e outros famosos a falarem amorosamente das suas famílias. Anos depois, apercebemo-nos de que tudo é uma farsa para manter as aparências, e até nos congratulamos do nosso anonimato.

   Não sabendo quem fala a verdade -Britney sofre claramente de problemas de saúde mental, e seria interessante conhecer a versão dos pais-, ter conhecimento destes testemunhos é bom. É-nos bom. Percebemos que a nossa vidinha é muito melhor que a desta gente. Ter fama mundial deve ser horrível.

23 de outubro de 2023

Já então a raposa era o caçador.


    Herta Müller ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 2009. Na altura, disse-se que Já então a raposa era o caçador era a sua melhor obra. Eu não conheço nada mais da escritora romena. Comprei este livro como compro tantos outros. 

  É uma escrita alegórica aos últimos tempos do regime de Ceausescu, com a pobreza, a perseguição que se traduz num medo gélido, a corrupção -inclusive moral- a uma escala humana, de vivências comuns e quotidianas numa sociedade socialista tipicamente de estilo pró-soviético pelas inúmeras descrições da autora. É uma escrita intrincada, difícil, elaborada e até cansativa, em que a narrativa e os diálogos se confundem muitas vezes, e tudo é dito onde aparentemente, mas só aparentemente, não se diz nada.

9 de setembro de 2023

Por Quem os Sinos Dobram.


   Embora esteja de férias -neste exacto momento, escrevo-lhes desde o meu iPad, na piscina do hotel-, antes de que a memória comece desvanecer-se com as novas leituras, venho falar-lhes de Por Quem os Sinos Dobram, uma das obras imortais de Ernest Hemingway.

    Queria poder dizer que adorei o livro, e não é assim. São 500 páginas de uma guerra de guerrilha na Guerra Civil Espanhola, onde acompanhamos o dia-a-dia duma facção republicana que combate nas montanhas. É um retrato cru da guerra, e das relações que se estabelecem (que se podem estabelecer…) num ambiente tão pouco propício. Dos planos que se fazem e não se cumprem, das desconfianças, da obstinação num propósito, da determinação. 

     Hemingway esteve em Espanha aquando do conflito, e daí terá vindo a inspiração para esta obra que é, antes de mais, a guerra tal como ela é, sem lugar a romantizações, não obstante, sem cair no vulgarismo das piores descrições. 

       E, afinal, as ciganas terão razão no que vêem quando nos lêem as mãos?

2 de julho de 2023

Dia Mundial das Bibliotecas (01/07).


  Adoro comprar livros. Antes de viver aqui (em Portugal ainda), tinha-os meio espalhados por todas as partes. Quando finalmente arrendámos um apartamento, decidi montar uma biblioteca/escritório. E agora que o comprámos, a biblioteca/escritório é definitivamente uma realidade (excepto se o arrendamos um dia e nos mudamos, o que de momento não equacionamos).

   Continuo com livros pela sala (no móvel), na estante do corredor, mas agora há o escritório, com um sofá e um candeeiro, um espaço que quis de leitura, embora nunca lá tenha lido. E são vários os títulos. Não me dei ao trabalho de os contar, se bem que são centenas (quando a minha mãe faleceu, fui a Portugal buscar os livros que deixara lá).

  Tendo a privilegiar os clássicos da literatura universal e os ensaios. Também os livros históricos. Meti na cabeça a ideia que iria comprar todos os grandes clássicos da literatura, e já só me falta um por outro. Outra coisa é que dedique tanto tempo a lê-los como a comprá-los, porque… já não há espaço.

3 de junho de 2023

A Peste.


   Terminei ontem A Peste, de Albert Camus, considerado a sua obra-prima. É uma narrativa que nos dá conta de um assomo de peste bubónica numa cidade da então Argélia francesa. Determina-se o isolamento da cidade, e somos convidados, através de um narrador que se identifica a si próprio como tal, a percorrer o dia-a-dia daquelas gentes confinadas: as suas angústias, obsessões, identificações. Uma realidade que, agora, depois da pandemia de COVID-19, não nos é tão difícil de conceber. 

    Camus faz-nos olhar para o interior do ser humano, com as suas angústias e defeitos, como se aquela cidade fosse um microcosmos do individualismo da sociedade moderna, afinal, cada habitante zelava por si e por quem deixara, não obstante houvesse uma aflição comum que perpassava todos quantos viviam ali. O homem reduzido à sua condição miserável, sem saber o que o amanhã lhe traria: a absolvição, na paz, ou a morte.

27 de abril de 2023

1984.


  Mais uma falha, quiçá. O 1984 é um daqueles clássicos que devemos ler logo assim, à primeira, quando nos iniciamos nas leituras sérias do período pós-adolescência, no entanto, no meu caso, provavelmente pelas convulsões de dito período e pelo assédio das redes sociais mais tarde, acabou por não acontecer.

   Orwell cria uma sociedade distópica e totalitária que, julgamos, já não faz muito sentido com o fim da União Soviética. Mas faz. A Rússia continua um autoritarismo, temos a China, e temos tantas outras sociedades espalhadas pelo mundo onde se desrespeitam os direitos humanos mais elementares. Na Oceânia de Winston, o indivíduo não existe como tal. Ou é força de trabalho (prole), ou trabalha na máquina do estado. Ainda assim, o que me perturbou mais de todo aquele terror não foram, curiosamente, as torturas e assassinatos políticos, senão a eliminação da História e de todos os factos embaraçosos para o Partido. Eliminava-se e já está. Não se limitavam a, suponhamos, eliminar uma pessoa; eliminavam tudo o que lhe dissesse respeito, toda a memória histórica, e era como se nunca tivesse pisado a Terra. Manipulavam todos os factos históricos, destruíam os que não serviam os propósitos do Partido. Foram além disso, criando uma língua tão primitiva que, no limite (e aí sim vi a sátira de Orwell), os levaria, àquelas gentes do superestado, a emitir simples grunhidos. Eliminando-se palavras, eliminava-se o que elas significavam; reduzia-se o pensar ao máximo. A própria ideia de transgressão deixava de fazer sentido, ao se perderem os instrumentos que nos podem levar a maquinar, engendrar, a transgressão. Entrava-se, como nunca se fez, no último recôndito intransponível do indivíduo: a sua consciência do seu estado e entorno.

   Só não direi que ler esta obra-prima teria quase que ser obrigatório porque não - devemos ter a liberdade de escolher o que queremos e não queremos fazer.

16 de fevereiro de 2023

Crime e Castigo.


   Escandalosamente, só agora terminei de ler este clássico da literatura universal. E comecei-o há meses. Entretanto, entre as mudanças para a nova casa e as minhas crises de saúde mental, fui deixando a leitura de lado.

    O que se poderá dizer de Crime e Castigo que ainda não tenha sido dito? É uma obra sobre os dilemas morais e filosóficos das condutas humanas, das más condutas humanas; os tormentos psicológicos entre o que é e o que devia ser. A narrativa está repleta de acontecimentos comuns do quotidiano, porém, todos revestidos de uma enorme tensão. Não se vislumbra um único momento de paz de espírito nas personagens. Há, além do medo, uma ansiedade, como se estivesse algo de pior por acontecer. Será esse, enfim, o castigo que cada um carrega quando a consciência nos condena permanente e perpetuamente. No final, contudo, Dostoievski é cínico o suficiente para nos abrir a porta a um cenário de esperança que, a cada palavra que escreve, desmente, por tudo aquilo que vocês também terão lido e saberão, suponho. 

4 de agosto de 2022

Deus e a Fé


   Neste ano terrível, terminei há instantes um livro que tinha aqui há quase 20 anos, desde o Natal de 2005, e em que por vicissitudes da vida nunca pegara. Comprei-o no início do período de desligamento dos meus pais, que culminou na sua separação, e aqueles tempos foram-me demasiado turbulentos e dolorosos para pensar sequer em ler. A obra chama-se Deus e a Fé (no original, ¿Sin Dios o con Dios?), e consiste num diálogo epistolar entre dois amigos, um crente em Deus, teólogo, jesuíta, e um não-crente, filósofo, que trocam correspondência entre si, expondo cada um por que razão acredita e não acredita em Deus.

   Deus para mim é um mistério. Presumo que para todos os seres humanos. Houve um tempo em que julguei acreditar nele, mas dei-me conta de que tudo aquilo em que julgava crer não era mais do que palavras e pensamentos sem a menor base de sustentação. A verdade é que passei toda a minha vida sem a necessidade de Deus. Recorri-lhe algumas vezes, não por fé, senão como uma última instância de recurso

   Nos últimos tempos, fui tomado por um cepticismo enorme, provavelmente não indiferente à minha conjuntura actual. Pensei que fosse ateu, porém, não. Será melhor dizer-me agnóstico, porque efectivamente não consigo asseverar nem refutar a existência de Deus. Mantém-se-me uma incógnita. Admito que encontro razões plausíveis em alguns crentes -especialmente neste do livro, um dos seus autores-, González Faus, que exprime fundamentos que nos fazem pensar. Retive um na memória: a Deus não se pode conhecer, apenas crer; para o homem (entenda-se, a humanidade, homens e mulheres), conhecer é dominar, apropriar, e isso far-nos-ia ser superiores a Deus. Pelo contrário, Ignacio Sotelo, o outro coautor, tem de igual modo bons argumentos, nomeadamente o de que um Deus omnipresente se faria sentir de forma mais evidente, e que a sua omnisciência o levaria necessariamente a saber que falharíamos, fracassaríamos, e que portanto não faz sentido ter-nos criado livres se essa liberdade, falhada a priori, tem como objectivo redireccionar-nos na sua direcção. Dito por outras palavras, fomos feitos perfeitos para falhar, para depois voltar a ser perfeitos. A razão e a fé.

   Um livro desta natureza e envergadura não pretenderá, digo eu, que cheguemos ao final e digamos: “Acredito!”, ou “Não acredito!”. Parece-me antes que é um exercício para que tenhamos outras premissas, outras visões, que nos ajudem, ou não, a formular a nossa própria hipótese de Deus. Não serão muitos os que terão atravessado este mistério da existência sem se perguntar por Deus, quem é, onde está, qual o seu propósito com tudo isto.

30 de maio de 2022

O deus das pequenas coisas.


   Terminei há uns dias um livro extremamente útil para se conhecer a realidade sociocultural da Índia. O deus das pequenas coisas foi publicado em 1997 e, no mesmo instante, tornou-se num enorme sucesso literário pelo mundo fora, rendendo à sua escritora, Arundhati Roy, o Booker Prize. É a estória de dois irmãos gémeos e a sua mãe que, por circunstâncias menos felizes (fatídicas), se vêem afastados, e são-no sobretudo pelo contexto em que se inserem. São-no porque vivem num país que, naquela época (e que hoje continua a fechar os olhos), permitia o iníquo sistema de castas; uma sociedade pejada de complexos de todo o tipo, onde uns se julgavam mais do que outros, porque tinham sangue inglês, costumes britânicos, ou inclusive porque professavam o cristianismo. Juntou-se o mau ao péssimo. Aos preconceitos seculares (milenares?) da sociedade indiana, o racismo institucional e social que era prática comum entre os britânicos, e que o levaram para a Índia junto ao colonialismo, perdurando além do seu fim. No meio de tudo, dois meninos e a inocente Ammu são apanhados com os seus sonhos, os seus atrevimentos, as suas brincadeiras, ousadias, e as tentativas maliciosas, cínicas, de se recompor, coser, o que está (estaria?) mal. Remendos num tecido velho. Remendos que destroem vidas, irremediavelmente, irreparavelmente. 

    Uma Índia de fortes contrastes sociais. É, em suma, uma crítica rotunda, taxativa, à Índia injusta, que vira a cara às suas misérias e aos mais desfavorecidos em razão da sua ascendência ou posição social, que se consome a si própria e ao seu povo, extremamente diversificado cultural, linguística e religiosamente. A política e o confronto ideológico atiçaram ainda mais o lume naquele gigantesco mantra em combustão.

    Li-o em castelhano, embora também tenha uma edição em galego. Avancei já para o Ulisses, de James Joyce, uma obra complicada, intrincada, que exige atenção e, sobretudo, maturidade, e cuja tradução do inglês envolve muita perícia e astúcia. 

16 de fevereiro de 2022

O Mar, O Mar.


    Terminei de ler O Mar, O Mar da bem-sucedida escritora irlandesa Iris Murdoch, uma das maiores romancistas em língua inglesa do século XX, de quem li O Sino há muitos anos, tantos que praticamente não me lembro de nada da estória. Tinha uns dezasseis, e fora-me oferecido pelo meu pai anos antes. Quando somos muito jovens, e eu era-o, ou as coisas nos marcam ou passam por nós sem deixar rasto, como um pássaro que cruza o céu, traçando uma rota, sem que ninguém o observe. Creio que também nos falta maturidade para entender as mensagens subliminares. A adolescência é um período sobrevalorizado.

    Pois bem, voltemos ao mar. A estória passa-se no rural costeiro inglês. Um actor que se reforma e que escolhe a placidez de umas paragens remotas, onde redescobre um amor antigo, justamente da adolescência (falávamos dela), desenvolvendo uma obsessão por recuperá-lo. Murdoch substituiu-se à sua personagem principal, Charles Arrowby, que nos relata o que se passa em estilo de narrativa directa, um diário seu, onde expõe as suas inquietações e mais diversas teorias sobre o presente e o passado.

   A obra de Murdoch é o retrato de um homem vaidoso, egoísta, que presume que as suas vontades devem ser atendidas, que utilizou as mulheres na satisfação das suas necessidades, sem que haja uma tomada de consciência disso a nenhum momento. Arrowby não é um homem mau. É um homem com um ego extraordinário, que oscila entre o autoconhecimento e a ilusão. Um velho actor solitário, meio antissocial, que desenvolveu inconscientemente outra obsessão, a de superação do seu primo James, a quem invejou durante todo o período da infância de ambos.

    Murdoch faz com que as demais personagens surjam no contexto de Arrowby quase como invasores da sua tranquilidade, da serenidade da narrativa e dos seus pormenores caseiros, às vezes como expiando os seus pecados, como pequenas vozes que se assomam para o fazer recordar dos seus erros, de como brincou com sentimentos, servindo-se de outros, sobretudo das mulheres, que teve várias, para depois as descartar ao não conseguir, ou não querer, construir algo mais sólido com qualquer uma delas. As personagens do sexo masculino são amigos que não o são. Rivais, admiradores implícitos, jovens que procuram uma figura paterna. Arrowby é um ídolo para tantos, e no fim de contas não o consegue ser para si próprio, frustrando-se-lhe os planos, meros caprichos, afinal.

     Um livro que nos fala de neuroses e defeitos comuns, e o mar, constante, que leva e traz, regenera.

26 de novembro de 2021

O Código Da Vinci.

 

   Com vinte anos de atraso, é certo, mas ontem terminei O Código Da Vinci, a obra mais célebre de Dan Brown, que começara há umas semanas. Recordo-me de, ali por meados de 2003, o livro surgir todas as semanas no topo das tabelas portuguesas, e não só, dos livros mais vendidos. Sem tirar o mérito ao autor, o que fez de O Código Da Vinci um best-seller foi sobretudo a polémica que gerou. Tudo o que envolva o religioso vende. No livro, Dan Brown pega em teorias alternativas em torno da existência de Jesus Cristo e cria um enredo com elas. Neste caso, o mistério do Santo Graal e da hipotética relação sentimental de Jesus com Maria Madalena. Um escândalo. 

  Em rigor, pouco sabemos do Jesus histórico. O que sabemos, além do que vem nos evangelhos, são pequenos escritos de autores que não foram contemporâneos de Jesus. Há historiadores romanos das décadas e dos séculos seguintes que se referem ao proclamado Rei dos Judeus. Os historiadores actuais baseiam-se nessas fontes romanas de autores não-cristãos para afirmar que Jesus existiu realmente, e tudo parece indicar que sim. Tendo existido, e vamos presumir que sim, é quase certo que foi uma figura bastante diferente daquela que nos relata a Igreja (católica e não só). Um pregador, um homem que anunciava um novo reino, mas provavelmente que se casou e teve filhos. Se investigarmos acerca da sociedade judaica do tempo de Jesus, verificamos que o casamento era praticamente uma imposição social, e que os que não se casavam eram proscritos.

   Um Jesus sujeito aos vícios e pecados humanos colidia com a imagem que a Igreja Católica (agora sim) foi criando da pessoa de Jesus: o Deus Filho que, entretanto, se fez carne para nos salvar. Não é necessário que Dan Brown o diga; intuímos que muito sobre o Jesus histórico se eliminou deliberadamente nos primeiros séculos do cristianismo primitivo. Quem foi realmente, é difícil precisar. O que podemos, sim, é conhecer o contexto em que viveu, e daí obter um padrão de condutas.

  A narrativa tem interesse enquanto policial. No argumento central, exigia-se mais profundidade. A sequência que Dan Brown criou é lógica, todavia, eu senti alguma superficialidade num tema tão complexo e vasto. Também funcionará como atractivo a explorar a cidade de Paris, sobretudo (e Londres). Quem não foi ao Louvre, ficará com vontade de visitar o museu mais famoso do mundo.

    Li-o em castelhano, a título de curiosidade.


12 de maio de 2021

As Vinhas da Ira.

 

    Terminei de ler neste exacto momento as mais de quatrocentas páginas de um dos aclamados romances do século XX, e parece que levei um murro no estômago. As Vinhas da Ira é o mais duro retrato da exploração do homem pelo homem que li, aquela que cava miséria tal que nos trespassa a alma, inimaginável. Desde logo, apresenta-nos uns EUA diferentes daqueles a que estamos acostumados, mergulhados na Grande Depressão que forçou ao êxodo de milhões para a Califórnia, sujeitando-se a condições de subsistência indignas.

     O autor foi acusado de colaborar com os socialistas, os vermelhos, como no livro se lhes chama. Eu não vejo a apologia do socialismo, senão um retrato vívido da desigualdade social gerada por um capitalismo que devasta tudo quanto toca, do pequeno proprietário ao assalariado rural. Oitenta anos depois, continuamos a discutir o tema que Steinbeck considerou pertinente em 1939. Naquele tempo, a URSS era relativamente recente, Mao ainda não havia tomado o poder em Pequim. O sonho de um socialismo utópico pairava. Como idealizado, assenta numa ideia de igualdade e distribuição da riqueza e da terra que nos parece justa. Este modelo, o que temos, de economia de mercado, falhou, como falhou, no início dos 90, o regime soviético. As terceiras vias, encarnadas por regimes como os de Oliveira Salazar, mostraram-se igualmente incapazes de cumprir com o arquétipo cada vez mais inatingível de igualdade que, sim, é imperiosa e desejada. Não encaro a desigualdade como uma condição inevitável de haver dois homens com características e capacidades diferentes, porquanto sabemos que as oportunidades não são iguais para todos, que muito há a fazer para se cumprir com aquilo com que os Estados da Europa Ocidental, nomeadamente, se comprometeram. Nos EUA, tudo muda de figura. Por lá, a noção de Estado social é encarada com profunda desconfiança. 

    A meritocracia é uma falácia. Sabemos, hoje, que crianças nascidas em meios pobres se ficam aquém nos estudos comparativamente àquelas que nascem em meios favorecidos, ou seja, já se nasce inquinado, quase fadado a determinada sorte, salvo em raras excepções, que contudo não contrariam a regra.

    Provavelmente, as Vinhas da Ira é aquela obra a que não se deve chegar aos trinta anos sem ler. Redimi-me. Parece-me mais que aconselhada: obrigatória.

23 de abril de 2021

Día de la Lengua Española en las Naciones Unidas y Día Internacional del Libro.

 

   Hoy se señala el día de la lengua española o castellana en el seno de las Naciones Unidas y, simultáneamente, el día internacional del libro. La lengua castellana, terminología que yo prefiero, es la segunda lengua materna más hablada en el mundo, sobre todo en el continente americano, además lengua oficial de varios organismos internacionales, entre los cuales está la ONU. Son más de 400.000.000 los que la hablan. Su importancia no ha dejado de crescer. Progresivamente, se incrementa como lengua de los negocios y del turismo. Se estima que en los EE.UU será el idioma principal a mediados de este siglo.

    Paralelamente, este día se complementa con el día internacional del libro. He leído más desde que estoy en España, probablemente por el exceso de ocio. Leer es más que cultura; leer nos transporta a una otra realidad. Nos hace vivir situaciones y conocer lugares recorriendo solamente a nuestra imaginación. 

    Para ambas ocasiones, escogí un poema de una antigua compilación que mi marido me regaló hace poco tiempo (Las Mil Mejores Poesías de la Lengua Castellana, de Juan Bergua). Es un poema del siglo XVI, de Baltasar de Alcázar, y se llama Los Ojos de Ana.


“Que bellos ojos tienes, Ana, / mas, ¿por qué a mi parecer se inclina el mundo a tener por más bellos los de Juana? Haz que te preste los tuyos, / y álzate después con ellos, / que nos es bien que ojos tan bellos  / se diga que no son tuyos”.


22 de abril de 2021

O Botequim da Liberdade.

 

   Há umas semanas, terminei de ler O Botequim da Liberdade, um livro de Fernando Dacosta sobre o famoso bar lisboeta que Natália Correia ergueu, local de peregrinação de muitos vultos da política e dos meios intelectuais e literários que por ali se juntavam para recitar poesia, bradar contra o regime, exaltar os ânimos, provocar os demais presentes. Por lá se organizavam tertúlias, saraus, sempre tendo Natália como anfitriã e figura central. Senhora de forte personalidade, contundente nas opiniões, assertiva nas premonições, lúcida nas análises que fazia a Portugal e ao mundo, Natália Correia era irascível, autoritária e arrogante quando queria, granjeando inimizades, ainda que também soubesse encetar boas e longevas relações de amizade. Algo, todavia, parece certo: vínculos com quem lhe poderia ofuscar o brilho estavam afastados.

   Na obra, Dacosta pretendeu dar a conhecer ao grande público quem foi, de facto, Natália Correia, contando, ao longo de vários capítulos, aventuras, episódios e peripécias que terá vivenciado ou de que terá tido conhecimento, sempre envolvendo a polémica escritora, deputada, poeta (e não poetisa, termo que, à semelhança de Sophia de Mello Breyner, rejeitava - e as semelhanças entre as duas ficam-se por aqui). Natália Correia foi profundamente livre, e a liberdade acarreta a solidão, não raras vezes, que quem se dá ao luxo de ser livre e não ceder à hipocrisia social arrisca-se a terminar só. Natália Correia não terminou só, tinha amigos, muitos, pessoas que sabiam lidar com o seu forte génio; uma figura magnética, tão encantadora como repulsiva, suscitando reacções de extremo.

  Identifico-me largamente com Natália Correia, salvas as devidas distâncias. Longe de mim querer equiparar-me a uma das mais destacadas figuras femininas do século XX português, e convém frisar-se bem o feminina porque Natália foi, antes de mais, uma femininista, e não feminista (termo que também recusava), acima de qualquer dúvida, defensora da igualdade entre os sexos. Identifico-me com Natália na liberdade, no inconformismo, na transparência. Liberdade de ser, pensar, agir. Liberdade crítica, criativa.

   Natália Correia abandonou-nos em 1993. Portugal não teve muitas mulheres que se tenham elevado da penumbra e dos entraves que os homens constantemente colocam ao Outro. De entre elas, Natália Correia é a que melhor recordamos.

8 de abril de 2021

O Segundo Sexo.

 

  Terminei O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir, aquele que dizem ser o grande clássico do feminismo. É uma edição de 1976, do Círculo de Leitores, e eu tenho uma predilecção por edições antigas. Parece-me que tudo o que é feito à moda antiga tem mais qualidade.

   Beauvoir traça um retrato duro, sem grandes floreados, daquele que tem sido o papel atribuído à mulher desde que a humanidade existe. A autora identifica-a como o Outro. Os homens vêem-se como iguais, e depois têm o outro, que ora subjugam, ora divinizam, ora demonizam, mas sempre sob a premissa de que este mundo lhes pertence. Ainda que a mulher possa ser a sereia encantada, a ninfa, a feiticeira, quando a elevam ao divino ou a rebaixam às trevas pretendem justificar o seu alheamento dos negócios deste mundo.

    Sem esquecer as suas convicções ideológicas, Beauvoir acredita que a exploração da mulher surgiu com a propriedade e com a escravização do homem pelo homem. Foi exactamente a transmissão que se faz da propriedade, de pai para filho, que levou ao desaparecimento do direito materno. A mulher, como membro da espécie humana, congratulava-se com as vitórias do homem, que também eram suas. Cada superação da espécie humana, cada avanço técnico, científico, através do homem, era seu, e o facto de nunca ter contraposto interesses aos do homem levou a que, gradualmente, lhe ficasse subjugada.

    Há algumas menções, poucas, ao religioso, mas é evidente que a tentação de Eva que levou à queda do homem, segundo as religiões abraâmicas, ajudou ao estigma milenar em torno da mulher.


  "O homem criou a mulher com uma costela do seu deus", disse Nietzsche, um dia.


   Com efeito, a mulher apenas se libertará do jugo que a escraviza quando parar de se encarar também como o Outro que o homem a vê, quando deixar se existir para o homem, ao seu serviço e/ou para seu deleite. Quando, por fim, participar na liderança da ordem internacional, opondo a sua vontade, contrapondo os seus interesses, unindo-se com outras mulheres em razão do seu sexo, e não da sua classe social ou estatuto.

24 de março de 2021

Livros, livros e livros.

 

  Numa vila pequenina, com o meu marido sempre no consultório médico, ler tem sido uma das minhas grandes companhias. Tenho comprado inúmeros livros, uns em castelhano, outros em português, e procedido, até, a fazer algumas colecções. No mês passado, adquiri duas colecções do Círculo de Leitores: Reis de Portugal, 34 volumes relativos aos monarcas que nos governaram por nove séculos, um por monarca, e Rainhas de Portugal, uma colecção composta por 18 volumes das rainhas consortes que acompanharam os nossos monarcas, mais 2 volumes (20, ao todo) dedicados aos únicos reis consortes que tivemos, Dom Pedro III e Dom Fernando II.

    Faço todas as compras através da internet: pedindo-os de Portugal, ou daqui de Espanha.



  A par das colecções mais históricas, chamemos-lhes assim, tenho comprado tomos de filosofia (Simone de Beauvoir, Jean-Paul Sartre, Michel Foucault, Heiddegger) e outros tantos de simples prosa ou romance (Mário de Sá Carneiro, Miguel Torga, John Williams, Italo Calvino), ou ainda ciência política (Marx e Engels e Kissinger). Simultaneamente, a minha mãe tem-me enviado desde Lisboa alguns livros que deixei por lá na minha biblioteca pessoal e que me fazem falta aqui. De entre eles, uma edição de 1976 de O Segundo Sexo de Beauvoir e uma biografia do Marquês de Pombal por Veríssimo Serrão, que surge na foto de cima.


A colecção dos Reis e das Rainhas de Portugal do Círculo


   Neste exacto momento, ando às voltas com O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir, que naquele que é o seu magnum opus literário nos traça um retrato crudelíssimo das origens da subordinação da mulher ao homem desde os primórdios da civilização aos nossos dias. Ficará para outro momento. Deixo-lhes algumas fotos dos livros que tenho adquirido.

6 de outubro de 2020

Memórias de Adriano.

 

   Ontem à noite, terminei um livro que me fora dado há dez anos pela minha professora de língua portuguesa do secundário: Memórias de Adriano. Ofertar um livro a alguém que está prestes a entrar no ensino superior, para mais em Direito, é o mesmo que assumir que esse livro ficará numa prateleira à espera de um momento oportuno. O bom dos livros é que nunca passam de moda. Foi o que aconteceu com este clássico da literatura mundial da escritora belga Marguerite Yourcenar.

   Memórias de Adriano consiste num desafio extraordinário de Yourcenar, procurando recuperar uma autobiografia perdida no tempo do imperador romano Adriano. É uma biografia ficcionada, não sabendo nós até que ponto Adriano nela se reveria caso a pudesse ler.

  Adriano, aqui, relata-nos a sua vida na primeira pessoa. É o narrador. Não há diálogos. É a retrospectiva de um homem que se aproxima do final e que faz um balanço sobretudo dos quase vinte anos que reinou em Roma, desde o início conturbado, com uma adopção polémica e a eliminação de dissidentes políticos, criando-se-lhe dissabores insanáveis com o Senado. Melhor dizendo, pouco em Roma. Adriano foi o imperador que mais tempo despendeu viajando e instalando-se pelas várias províncias do Império. Interessou-se mais por assegurar o que os romanos haviam conseguido do que em expandir as fronteiras, ao contrário do seu antecessor e pai adoptivo, Trajano. Foi o imperador das artes e do mundo helénico. Nascido na Hispânia, venerava como nenhum outro a Grécia e a sua cultura. Tentou o mais possível recuperar o prestígio de Atenas, tornando-a a capital cultural do Império. Era um homem letrado, poeta. Na sua personalidade, oscilava entre uma capacidade de fazer o bem, de pôr cobro a medidas e velhas leis que lhe pareciam injustas, como, em assomos de raiva, de vazar o olho a um secretário. Vejo-o como liberto de preconceitos. Já sabemos que os romanos aceitavam quaisquer religiões que não pusessem em perigo a sua autoridade (tal aconteceu com o judaísmo, nomeadamente), mas Trajano procurou mesmo conhecer mais acerca da seita que então alastrava no Império, o cristianismo. Desdenhou-a, claro. Um espírito romano não teria como perceber as motivações de um deus dos fracos e dos escravos.

   Yourcenar dedica grande parte da obra a relatar a aventura amorosa de Adriano com o efebo Antínoo, uma relação de pederastia tão comum na Antiguidade. A morte de Antínoo, o imberbe catamita, arrastou o imperador àquilo a que nós hoje designaríamos por depressão, provavelmente. Adriano consagrou-o aos deuses, estabeleceu o seu culto e mandou-lhe construir uma cidade, Antinoópolis. 



   

   Memórias de Adriano é de leitura indispensável em quem quer ter conhecimento do melhor que se escreveu lá fora, e é um dos melhores romances do século XX. Yourcenar recheou-o de inúmeras referências políticas, literárias e filosóficas da Antiguidade. Nesse sentido, é também uma belíssima fonte de informação sobre aquela época. Devo dizer que comecei a leitura desconfiado, mas determinado, e terminei-a com um sentimento de empatia pela figura de Adriano.

10 de setembro de 2020

Kafka à beira-mar.

 

   Antes de viajar para Portugal de férias, dei por terminada a leitura de mais uma saga de Haruki Murakami, Kafka à beira-mar, que me ocupou por alguns dias. Este livro é o segundo do autor que leio, depois de, no ano passado, ter terminado O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo, que me vi necessariamente obrigado a conjugar com leituras jurídicas visto estar em época de exames. Este ano, não foi o caso.

   Kafka à beira-mar, à semelhança da obra que lera de Murakami, aborda estórias entrecruzadas, no universo surrealista que envolve o emaranhado de relações que se estabelecem nos seus romances. Desta feita, temos um jovem de quinze anos que foge de casa, afligido por um complexo de Édipo mal-ultrapassado, e um velho que sabe falar com gatos antropomorfizados. O que os une, nunca chegamos a perceber, intuindo, em contrapartida, que as suas vidas se cruzam no deslindar de segredos e suspeitas. O velho, Nakata, é das mais enternecedoras personagens que encontrei em ficção, pela candura e ingenuidade. É provável que tenha vindo preencher uma lacuna que guardo em mim; quiçá o ternurento avô que nunca tive, ou, pelo contrário, porque não mais é possível encontrar-se alguém assim, tomando como certo de que ainda subsistem pessoas como Nakata. No que respeita ao rapaz, a mãe, que desaparecera, é objecto de afeição e desejo, a que se soma uma culpa que lhe é imputada pelo pai, um sujeito vil e odioso. Um fardo pesado num rapaz de tenra idade, que se abstrai em leituras e no culto de um corpo forte, capaz de resistir a todas as intempéries pessoais.


    

    O que há, de resto, em todos é a solidão. Nos dois livros de Murakami que li, há uma solidão presente em cada personagem, nos seus momentos a sós e com terceiros. As existências conjugam-se, mas, no fim, o que resulta é a própria condição humana, o vaguear na incerteza e no infortúnio.

18 de fevereiro de 2020

Bookslover.


   Na semana em que deambulei pela zona centro do país, não resisti a entrar nas livrarias dos monumentos - dizia-me um rapaz, há dias, que os livros eram muito caros nas livrarias dos monumentos. Pergunto: em que local do país os livros não são caros? A cultura, em Portugal, sempre foi um sector sujeito às maiores contenções e vicissitudes. Certamente se recordarão do governo (não me lembro se do PS ou do PSD, mas isso não vem ao caso) que prescindiu de um Ministério da Cultura… 


Os Históricos e Religiosos

Literatura e Ciência Política 


   Sucede que se proporcionava comprar os livros ali, naquele momento, e adiar só faria com que perdesse a oportunidade. Comprei dezassete volumes ao todo, entre Literatura (com Poesia), livros de História (com Biografia), Religião e Ciência Política. Ao certo, embora tenha guardado os recibos, não sei em que locais específicos comprei cada um; entretanto, uns foram adquiridos ainda em Lisboa, numa livraria do Príncipe Real, outros em Alcobaça e na Batalha; os religiosos, no Santuário de Fátima e, finalmente, alguns em Évora.

     Deixo-lhes os títulos e as fotos:

Literatura

Contemporânea:

- Amada Vida, de Alice Munro, das edições Relógio d'Água;

- Viagens, de Olga Tokarczuk, das edições Cavalo de Ferro;

Clássicos:

- Os Irmãos Karamazov (2 volumes), de Fiódor Dostoiévski, das edições Editora 34:

- Ilíada, de Homero, das edições Quetzal;

Poesia:

- Antologia da Poesia em Galego, de Ricardo Carvalho Calero (compilação), das edições Através Editora;

História

Biográficos:

- Salazar, de Filipe Ribeiro de Menezes, das edições Dom Quixote (LeYa);

- Henrique, O Navegador, de Peter Russel, das edições Livros Horizontes;

Históricos:

- História da Expansão e do Império Português, de João Paulo Oliveira e Costa (coordenador), João Damião Rodrigues e Pedro Aires de Oliveira, das edições Esfera dos Livros;

- História de Portugal, de Rui Ramos (coordenador), Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalo Monteiro, das edições Esfera dos Livros;

- Dois Países, Um Sistema A Monarquia Constitucional dos Braganças em Portugal e no Brasil (1822-1910), de Rui Ramos, José Murilo de Carvalho e Isabel Corrêa da Silva, das edições Dom Quixote (LeYa);

- Portugal Medievo & Os Filipes, de António Borges Coelho, das edições Caminho (LeYa);

Religião

- Lutero, Palavra e Fé, de Joaquim Carreira das Neves, das edições Editorial Presença

- O Projeto «Portugal» e a Relação Estado-Religião à Luz da Metáfora Conjugal, de Rui A. Costa Oliveira, das edições Paulinas Editora;

- Compêndio da Doutrina Social da Igreja, do Conselho Pontifício «Justiça e Paz», das edições Principia

Ciência Política

- Hegel e o Estado, de Franz Rosenzweig (tradução brasileira por Ricardo Timm de Souza), das edições Editora Perspectiva;


   Como se verifica, trata-se de um conjunto muito diversificado de temas e autores. Procurei, até porque a oferta não era muita, trazer o melhor, dentro daquilo que mais interesse me suscitava. 
     Terei muito com que me entreter pelos próximos meses….